A MODÉSTIA E A SUA SALVAÇÃO

4068Por Susan Vennari – Fonte: Rosa Mulher

Os pensamentos do Arcebispo Fulton J. Sheen são muitas vezes fonte de inspiração. Consideremos por um momento as palavras que escreveu sobre o corpo humano.

“O que faz a graça à nossa natureza humana? Em primeiro lugar, faz do corpo um templo de Deus. Esta é uma das razões a favor da pureza. O que é um templo? Um templo é um local onde habita Deus. Recordemos que, quando Jesus foi ao templo de Jerusalém e os Fariseus pediram um sinal, e Nosso Senhor disse: ‘Destruí este templo e reconstrui-lo-ei em três dias.’ Não estava a falar daquele templo terreno; estava a falar do templo do Seu corpo, porque Deus habitava naquela natureza humana de Cristo. Pela nossa participação naquela vida divina, Ele habita em nós. É por isso que o corpo é sagrado. É por isso que lhe devemos reverência. O corpo não é um verme, algo de desprezível. É o Seu templo, e um dia também será glorificado.”

Afora que o Verão se aproxima, a tentação de vestir um top e calções pode arrastar-nos; sentamo-nos de forma desleixada, vamos à Missa com ar de “exilado”; deixamos as crianças à solta por entre vizinhos e amigos, cujas ideias sobre vestir e sobre o comportamento podem ser uma influência dúbia.

A Igreja ensinou sempre que os pais são responsáveis pelo que os filhos vestem. O primeiro dever dos pais é dar bom exemplo, não só na igreja, mas ainda em todas as ocasiões. Vestidos desleixados e imodestos na igreja ou em cerimônias religiosas não é aceitável; um vestido imodesto nunca é aceitável.

Haverá instruções para nos vestirmos decentemente? Uma diretiva publicada em 1928 no pontificado de Pio XI não está desatualizada. “… um vestido não se pode considerar decente se for aberto abaixo da garganta mais de dois dedos, se não cobre os braços até pelo menos aos cotovelos, e se não alcança um pouco abaixo dos joelhos. Além disso, vestidos de tecido transparente são impróprios …”

Não estamos a ver os adolescentes a gemer perante estas instruções? Não gememos nós mesmos? Mas recordamo-nos do que Fulton Sheen nos disse sobre o corpo? É o templo de Nosso Senhor. É apropriado cobrir o lugar santo onde Ele habita, assim como um tabernáculo deve ter um véu.

Nossa Senhora falou simplesmente em Fátima, quando disse: “Virão certas modas que ofenderão muito a Nosso Senhor.” Não devíamos pensar neste aviso profundo, dado num tom e maneira suaves, e considerá-lo como um ensinamento para os nossos dias? O que devemos usar que nos ajude a parecer-nos com Nossa Senhora, nossa Rainha, Mãe de Deus?

O que devemos fazer sobre o que vestimos? Se tivermos dúvidas sobre uma peça de roupa, devemos perguntar a nós próprios: ‘S. José levaria esta camisola a um churrasco?’ ‘Gostaria de me encontrar com Nossa Senhora a usar isto?’ Se o meu corpo não é desprezível, mas é sagrado, então devo querer vesti-lo como a coisa santa que é. Ora há “roupas” que não são para mim, como também não são próprias para ninguém. Que faremos com elas? Deixamos de as usar, não por preguiça, mas com alegria e amor.

As mães e os pais devem ensinar aos seus filhos esta proteção do santo templo, como Pio XI recomendou em 1930, na sua “Carta sobre a modéstia cristã”:

“Os pais, conscientes das suas graves obrigações da educação, especialmente religiosa e moral, dos seus filhos, devem esforçar-se para que as suas filhas sejam solidamente instruídas na doutrina cristã desde o princípio da infância; e eles próprios devem incutir assiduamente nas suas almas, por palavras e pelo exemplo, o amor às virtudes da modéstia e da castidade; e como as suas famílias devem seguir o exemplo da Sagrada Família, devem dirigi-las de maneira que os seus membros, educados dentro das paredes do lar, tenham razões e incentivos para amar e conservar a modéstia.”

A moral social e as regras de vestir sofreram uma derrocada. Mas nós havemos de responder perante Deus pelas nossas acções. Damos um bom exemplo (sem murmurar) aos outros, e especialmente aos nossos filhos? Apresentamo-nos com uma reserva apropriada a algo de santo? Rejeitamos as modas reveladoras e degradantes? Guardamos os nossos filhos para o seu bem espiritual, tendo também em conta o efeito que o vestir pode ter nos outros? Fazemos isto com amor pelas almas que nos foram confiadas? Se tivermos atenção a estas coisas por amor de Deus, ofereceremos um templo puro e belo onde Ele poderá residir.