MAS, O QUE É A REVOLUÇÃO?

Jean-Joseph Gaume – Wikipédia, a enciclopédia livreMas o que é a Revolução? Fazer uma pergunta semelhante é evidenciar sua importância.

Se, arrancando a máscara da Revolução, lhe perguntardes: Quem sois? Ela vos dirá: 

Eu não sou o que pensam de mim; Muitos falam de mim, mas poucos me conhecem. Eu não sou nem o Carbonarismo, que conspira na sombra, nem a rebelião que brame nas ruas, nem a mudança da Monarquia em República, nem a substituição de uma dinastia por outra, nem o desvio momentâneo da ordem pública. Não sou nem os urros dos Jacobinos, nem os furores da Montanha, nem o combate das barricadas, nem a pilhagem, nem o incêndio, nem a lei agrária, nem a guilhotina, nem os afogamentos. Eu não sou nem Marat, nem Robespierre, nem Babeuf, nem Mazzini, nem Kossuth. Esses homens são meus filhos, mas eles não são eu. Todas essas coisas são minhas obras, mas elas não são eu. Esses homens e essas coisas são fatos passageiros, e eu, eu sou um estado permanente. 

Eu sou o ódio contra toda ordem religiosa e social não estabelecida pelo homem, e na qual ele não é rei e deus ao mesmo tempo; eu sou a proclamação dos direitos do homem contra os direitos de Deus; eu sou a filosofia da revolta, a política da revolta, a religião da revolta; eu sou a “negação armada” [Nihilum armatum]; eu sou a fundação do Estado religioso e social alicerçado na vontade do homem no lugar da vontade de Deus! Em uma palavra, eu sou a anarquia; pois eu sou ‘Deus destronado e o homem em seu lugar’. Eis porque eu me chamo “Revolução”, ou seja, a “desordem”, pois eu coloco em cima o que, segundo as leis eternas, deve estar em baixo, e em baixo o que deve estar em cima.

Esta definição é precisa: a própria Revolução vai nos provar ao enumerar suas exigências. O que sempre pediu e o que ainda pede a Revolução?

A Revolução sempre pediu, ela ainda pede a destruição da ordem social e religiosa existente. Ela a ataca incessantemente, sobre todos os pontos e de mil maneiras: pela injúria, pela calúnia, pelo sarcasmo, pela violência; ela a chama escravidão, superstição, degradação. Ela quer tudo destruir, a fim de tudo refazer.

Trecho do livro La Révolution, recherches historiques, Tomo I – Mons. Gaume – Tradução: Dominus Est