O MAPA DA PERSEGUIÇÃO

O World Watch List 2020 publicou a lista dos 50 países onde mais se persegue cristãos.

O lugar onde a perseguição é mais intensa continua sendo a Coréia do Norte comunista. Mas, atualmente, os muçulmanos roubaram dos comunistas o título de maiores algozes: dos 34 países onde a perseguição é “muito grave”, 23 são islâmicos. E dos cinco onde ela é considerada “significativa”, quatro são islâmicos.

O leitor interessado encontrará aqui um resumo da atual perseguição religiosa no mundo islâmico.

Note-se que países majoritariamente hindus, como a Índia e o Nepal, e budistas, como Butão, Laos e Sri Lanka — religiões pagãs tidas por pacificas no Ocidente — estão entre os que mais perseguem católicos e protestantes.

Com efeito, São Francisco Xavier (1506-1552) ao chegar no Tibete logo compreendeu a oposição entre a religião da cruz e o budismo, e anunciou que isso seria o presságio de muitas perseguições: “Nossas idéias sobre Deus e a salvação das almas são tão opostas as deles que não será de admirar se nos perseguirem, e não apenas em palavras”.

No Sri Lanka, por exemplo, ataques contra cristãos ficam impunes por causa da proteção da polícia. Além do mais, todo proselitismo não-budista está proibido e, desde 2005, todas as escolas superiores católicas foram proibidas.

Na Índia, um movimento religioso de cunho nacionalista busca proibir o proselitismo religioso de religiões não-indianas. PraveenTogadia, chefe desse movimento, afirma que “a conversão ao cristianismo equivale a uma mudança de nacionalidade e ameaça a unidade nacional”. Leis “anti-conversão” tem sido adotadas em diversas porções da Índia, condenando a até cinco anos de prisão a conversão de hindus ao cristianismo. Confisco de bens do clero, proibição de escolas católicas e agressões físicas não são raras.

A pesquisa do World Watch List abrange o período de 1 de novembro de 2018 a 31 de outubro de 2019 e incluiu de cem países. Os cristãos em risco devido à perseguição são 260 milhões, 15 milhões a mais do que em 2018.

PS: Sabemos que, como ensina Hilaire Belloc no seu “As Grandes Heresias”, não existe uma religião chamada Cristianismo, mas apenas a Igreja Católica e as diversas heresias formadas a partir dela, que a combatem. Por isso, é sempre com desagrado que utilizamos o nome “cristãos” ou “cristianismo”, como o faz a lista supracitada, referindo-se indistintamente a católicos e protestantes.