RECANTO DOS PASTORES: GAUDENS GAUDEBO

A esperança do Redentor vir a esta manjedoura vazia se transforma em alegria após o Seu nascimento

O Salvador do mundo chega e traz vida, salvação e verdadeira alegria aos “homens de boa vontade”. Palavras ditas sob medida nessa época de Natal.

Fonte: SSPX USA – Tradução: Dominus Est

Regozijo, regozijar-me-ei.” Estas palavras são frequentemente repetidas no contexto messiânico. Nos altos e baixos da vida, flutuamos entre o desespero e a esperança. As más notícias familiares, os cofres vazios, o inverno frio com as doenças que o acompanha – tudo isto tem um impacto diário, se não de hora em hora, no nosso humor. Estamos sujeitos aos sentimentos e paixões do momento.

Mas isso tem pouco a ver com a virtude da Esperança.

A esperança como virtude nada tem a ver com o clima de hoje ou com o bom humor de alguém. Baseia-se em Deus, e o demônio que sabe disso faz o máximo para nos lançar ao desânimo, na tristeza e no desespero.

A alegria é o fruto natural da esperança. Consiste no descanso e no deleite que experimentamos na posse real daquilo que esperávamos obter. Mas há uma toda variedade de alegrias que podemos sentir. A verdadeira alegria desce do alto para a alma e dela para o corpo, enquanto a alegria do mundo segue o contrário. Essa verdadeira alegria é um dos frutos do Espírito Santo (Gal 3). Ela cresce naturalmente a partir da caridade perfeita, que trabalha sempre para amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a nós mesmos. Aqui reside a verdadeira virtude, a verdadeira santidade e a verdadeira alegria.

E se a alegria é fruto da caridade, ela dever ser para nós, Católicos tradicionais, um meio do nosso apostolado. Por enfrentarmos obstáculos maiores e prolixas repreensões de clérigos e estadistas, precisamente devido à amplitude de nossas lutas, não podemos nos permitir lutar com rostos carrancudos, espíritos preocupados e abatidos. Nossas aflições não ajudarão ninguém, ao passo que uma alma alegre e saudável age como um ímã para os observadores. Maravilhar-se-ão com o segredo dessa alegria e poderão ser trazidos à graça invisível de Deus através dos rostos brilhantes de Seus soldados.

Para encerrar esta breve evocação de alegria, eis uma passagem bíblica sobre tristeza e alegria (Eclo 30, 22-27):

Não abandones a tua alma à tristeza, e não te aflijas a ti mesmo nos teus pensamentos. O júbilo do coração é a vida do homem, e um tesouro inexaurível de santidade; e a alegria do homem prolonga a sua vida. Tem piedade da tua alma, procurando agradar a Deus, e contém-te; fixa o teu coração na santidade do mesmo Deus. e afugenta para longe de ti a tristeza. Porque a tristeza tem matado a muitos, e não há utilidade nela. A inveja e a ira abreviam os dias, e os afans fazem chegar a velhice antes do tempo, um coração alegre e bom está num contínuo festim, porque lhe preparam com diligência o seu alimento.”