SOBRE A CADEIRA DE MOISÉS SENTARAM-SE OS ESCRIBAS E OS FARISEUS – PARTE 1/3

Quem eram os fariseus? E o que significa verdadeiramente este nome? |  Jornal da Madeira

Fonte: Sì Sì No No – 15 de novembro de 2020 | Tradução: Dominus Est

No Evangelho de São Mateus (23, 1-39), na Terça-feira Santa, Jesus fez um longo discurso onde ataca frontalmente os escribas e os fariseus, sobretudo no que diz respeito ao seu comportamento moral, mas também por alguns dos seus desvios doutrinários, que começaram (como veremos melhor a seguir) a distorcer o Judaísmo do Antigo Testamento e a preparar o caminho para o Judaísmo pós-bíblico.

Para compreender melhor o significado deste discurso do Redentor, é necessário primeiro dividi-lo em várias seções e depois ver o que a Tradição patrística, escolástica e exegética nos dizem em seus comentários sobre ele.

Prefácio: “Dixit Dominus Domino Meo” (Mt. 22, 44)

A fase que precede e que desencadeia o sermão de Jesus (Mt 23, 1-39) encontra-se também no final do Evangelho de São Mateus, no final do capítulo 22 (versículos 41-45). O Redentor acaba de encurralar os fariseus que se reuniram para lhe montar uma armadilha, perguntando-lhes: “Que vos parece do Cristo? De quem é ele filho?” (Mt 22, 41), ou seja, o Messias para vós é um simples homem, um Messias terreno ou é Deus? Os fariseus respondem que ele é filho de Davi, portanto é um simples homem, que devolverá a liberdade a Israel, expulsando os romanos. Então Jesus os incita citando o Salmo (109, 1) de Davi: “Disse o Senhor [Deus Pai] ao Meu Senhor [Filho de Deus], senta-te à minha mão direita” e pergunta-lhes: Como Davi, o Autor inspirado dos Salmos, escreveu que o Messias é seu Senhor?

Primeira parte

Então, “se Davi o chama de Senhor, como pode [o Messias] ser seu filho?”. Os fariseus não sabiam o que responder e “daquele dia em diante não houve mais quem ousasse interrogá-lo” (v. 46), mas em vez de se converterem decidiram prendê-lo e entregá-lo aos romanos para ser executado, como aconteceu três dias depois. Foi então que Jesus voltou a falar e, contra-atacando, disse-lhes: “Sobre a cadeira de Moisés sentaram-se os escribas e os fariseus…” (23, 1).

São Jerônimo comenta: “O veneno do ciúme pode ser derrotado, mas dificilmente desaparece” (Comentário sobre Mateus 22, 41, livro 4). No entanto, apesar da maldade dos fariseus para com Ele, o Redentor “exorta os fiéis a obedecê-los, por respeito à dignidade do seu sacerdócio e magistério, aceitando a sua doutrina e culto, mas não imitando as suas obras” (S. Jerônimo, Comentário sobre Mateus 23, 1-3, livro 4).

Eis a origem da repreensão que Jesus dirige aos escribas e fariseus, que discutiremos neste artigo.

Visão geral: “Faça o que eles dizem, não faça o que eles fazem” (versículos 1-12)

Dos versículos 1 a 12 do capítulo 23, o Messias ensina aos fiéis que antes de tudo é necessário ouvir a autoridade do ensino teórico dos escribas e fariseus (que ainda não havia sido substancialmente estragado, como acontecerá imediatamente após a morte do Messias, por meio da doutrina talmúdica, que substituirá a mosaica); mas, acima de tudo, não deve imitar absolutamente sua conduta prática, que já na época de Jesus estava em desacordo com a Revelação divina e a Lei mosaica, ou seja, totalmente corrupta e hipocritamente falsa.

O Redentor inicia seu discurso trazendo à luz as trevas da má prática de vida dos escribas e fariseus, não sem deixar de mostrar as primeiras fissuras doutrinais que se infiltraram no judaísmo rabínico desde a era pós-macabeia (160 a.C.) e que já se tornaram bastante evidentes durante Sua vida pública. Não obstante, essas fissuras irromperão de maneira anti-veterotestamentária a partir do Deicídio, chegando finalmente ao martírio de Santo Estêvão e dos Apóstolos Tiago Maior e Menor na Palestina e, assim, no castigo pela destruição do Templo de Jerusalém por Deus, que usou o exército romano como Seu instrumento de punição (cf. Mt 22, 8, a parábola do banquete nupcial: “O rei enviará o seu exército e destruirá a sua cidade”).

Deve-se notar que São Mateus usa um capítulo inteiro (o 23), com 39 versículos, para relatar toda a acusação do Salvador contra aquela parte do Judaísmo, que estava prestes a romper formalmente com o Antigo Testamento, rejeitando e crucificando o Verbo Encarnado, a única perfeição e cumprimento da Antiga Aliança. Enquanto São Marcos (12, 38–40) e São Lucas (20, 45–47) se limitam a relatar, em apenas dois versículos cada, alguns golpes de Jesus contra os escribas e os fariseus. Mesmo a partir disso, Júlio Isaac disse erroneamente que os quatro evangelistas eram “antissemitas”, mas entre eles os mais ferozmente antissemitas eram aqueles de Mateus e de João.

O Padre Marco Sales observa que “Jesus fez este sermão magnífico às multidões de judeus para mantê-los longe da imitação da perversidade dos fariseus, que fizeram a santidade consistir em um formalismo inteiramente exterior” (Comentário sobre o Evangelho segundo Mateus, 23 , 1, 2º ed., Proceno – Viterbo, Effedieffe, 2015, nota n. 1, p. 120).

Escribas e fariseus na cadeira de Moisés

Segundo os Padres da Igreja, os Doutores escolásticos e os Exegetas aprovados, Jesus visa aqui no versículo 1 (“Sobre a cadeira de Moisés sentaram-se os Escribas e Fariseus”) todos os membros do Sinédrio, compreendendo assim toda a suprema autoridade religiosa e política em Israel e não apenas os doutores da lei, ou seja, não só os escribas pertencentes à seita dos fariseus, mas também os sacerdotes pertencentes à seita dos saduceus, que exerciam o culto divino no sacerdócio de Aarão.

Santo Tomás de Aquino explica que “senta-se numa cadeira pestilencial quem recebe a tarefa de ensinar, mas traem-na com uma vida má e escandalosa ou a adulteram com suas perversas opiniões” (Comentário ao Evangelho segundo Mateus, n.º 1858), enganando assim também seus discípulos e não apenas arruinando a si mesmo. Ora, este é precisamente o erro que Jesus então condena: o de haverem adulterado a Lei especialmente com suas vidas, que eram contrárias à essa mesma Lei.

Os fariseus, cuja seita se refere à maior parte dos escribas, que estudavam, interpretavam e ensinavam a Lei de Moisés (acrescentando a ela outros 613 preceitos cerimoniais, também chamados de “tradições”) eram o partido mais forte e popular entre os judeus; enquanto os saduceus, que se aliaram ao invasor romano a partir de 63 a.C., eram pouco amados e seguidos pelos fiéis, apesar de serem favorecidos e promovidos por Roma aos cargos mais importantes e mais bem remunerados. Eles eram, em sua maioria, sacerdotes do Templo, abertamente materialistas e negavam a existência da alma imortal e da vida eterna. Assim, teologicamente, eles eram bastante “progressistas”, enquanto os fariseus eram predominantemente “tradicionalistas”. Como se vê, já haviam fendas e rachaduras doutrinais (falsas “tradições” morais farisaicas e materialismo sacerdotal) que começaram a poluir o judaísmo, que ainda era aparentemente mosaico, mas já inicialmente rabínico/talmúdico.

Os escribas e fariseus eram descendentes de Moisés (de quem, entretanto, eles não tinham mais o espírito), enquanto os saduceus eram os sucessores de Aarão no ministério sacerdotal (tendo também perdido a fé de seu fundador). Todos eles, por terem autoridade de juristas e sacerdotes, tinham em teoria o direito de serem ouvidos e obedecidos em seu ofício de dirigir e santificar os judeus. Jesus reconhece sua autoridade como mestres e santificadores, mas condena as interpretações doutrinárias e “tradições” morais acrescentadas pelos fariseus à Lei de Moisés, bem como o materialismo dogmático dos saduceus que se infiltraram no Sacerdócio aaronita. Acima de tudo, pois, os costumes e a conduta prática dos fariseus contrastavam com a pureza da doutrina que pregavam, ainda que em alguns pontos (como já mencionamos acima e como veremos melhor a seguir) eles tivessem adulterado a doutrina mosaica. É, portanto, sobretudo contra eles que Jesus pronuncia esta reprimenda.

O Sermão de Jesus ponto a ponto: “Escribas e fariseus sobre a cátedra de Moisés”

Sobre a cadeira de Moisés sentaram-se os escribas e fariseus. Observai, pois, e fazei tudo o que eles vos disserem, mas não imiteis as suas ações, porque dizem e não fazem” (v. 2-3).

Sentar-se na cadeira de alguém é uma expressão rabínica, que significa suceder a alguém no ensino. Portanto, os escribas e fariseus são os sucessores de Moisés no ensino e na interpretação da Lei (M. SALES, Comentário sobre o Evangelho segundo Mateus, cit., pag. 120, nota n.º 2), assim como os saduceus são os sucessores de Aarão no exercício do sacerdócio.

Santo Tomás de Aquino observa que “na cadeira de Moisés se sentam – de forma má – tanto os escribas quanto os fariseus, mas – corretamente – também os discípulos de Cristo. Na verdade, os escribas consideram apenas a letra da Lei mosaica e não o espírito ou o significado; os fariseus também chegam a discernir algo do significado interior disso, enquanto os discípulos de Jesus conhecem a letra e o espírito à luz do Evangelho” (Comentário sobre o Evangelho segundo Mateus, n.º 1833). Santo Agostinho ensinava: “In Vetere Novum latet, in Novo Vetus patet” (O Novo Testamento está latente no Antigo Testamento, e no Novo Testamento o significado do Antigo é claro).

Em primeiro lugar, Jesus condena o excessivo rigor doutrinal das normas morais que os fariseus impõem aos fiéis. Portanto, no ensino do farisaísmo na época de Jesus há também um erro doutrinal e não apenas de comportamento prático, devido ao excesso de rigorismo em matéria de moralidade, que é condenado por Nosso Senhor. De fato, explica o Evangelho de Mateus, “atam cargas pesadas e impossíveis de levar ​​e as pões sobre os ombros dos homens, mas nem com um dedo as querem mover” (v. 4). Em suma, os escribas e fariseus não apenas vivem mal, mas também pesam doutrinariamente as consciências dos fiéis com seus falsos ensinos rigoristas por meio de suas peculiares “tradições”, falsas e puramente humanas, como se fossem burros de carga, enquanto eles próprios em sua vida prática e privada – e eis o erro prático e não doutrinário dos fariseus – não se importam e “nem mesmo moviam os dedos“, ou seja, não fazem o menor esforço para observá-los.

Sobre esses problema, Santo Tomás de Aquino especifica que “o legislador ensina algumas coisas que devem ser observadas para sempre e estas devem ser feitas sempre; por outro lado, outros preceitos cerimoniais de Moisés eram pré-figurativos da realidade – como sombras dela, isto é, de Cristo. Por exemplo, os Mandamentos morais devem sempre ser observados antes e depois de Cristo; enquanto os legais ou cerimoniais apenas por um certo tempo, ou seja, no Antigo Testamento e apenas antes do advento de Cristo. Portanto, quem os observa depois de Cristo, injuria a Cristo, como se Ele ainda não tivesse vindo. Por exemplo, se alguém dissesse: comerei amanhã, dirá bem, mas se depois de ter comido dissesse que comerá amanhã, então dirá mal, porque já teria comido. Assim, uma vez que os preceitos cerimoniais são sinais, sombras ou figuras da vinda de Cristo, quem os observa depois de Sua vinda não os observaria corretamente” (Comentário sobre o Evangelho segundo Mateus, n.º 1835).

Portanto, Jesus convida a não imitá-los em suas ações, que são más, ensinando-lhes cautela e prudência. Agora, prossegue Santo Tomás, “o Prelado é o chefe da Igreja porque ensina com a doutrina e porque incentiva a prática das boas obras. Portanto, devemos concordar com ele tanto na doutrina quanto na vida. Todavia, os fariseus estavam em dissonância entre a vida prática e a doutrinal. Por esse motivo, Jesus convidava os fiéis a ouvir o que ensinavam, mas sobretudo a não imitar o seu modo de vida. Na verdade, é preciso fazer o bem, mas os fariseus não o faziam. Portanto, os fiéis não precisavam agir de acordo com suas obras, que eram hipocritamente más. Finalmente o Senhor mostra a malicia deles, pois dizem, mas não fazem o que dizem. Agora, se dissessem e não o fizessem, seria grave, mas eles vão muito mais longe na medida que acrescentam aos Mandamentos de Deus alguns preceitos ou tradições humanas muito pesadas a serem observadas. Aqui Jesus mostra a presunção deles, pois acrescentam outros preceitos aos Mandamentos de Deus, como se fossem iguais a Ele. Em segundo lugar, mostra também a sua indiscrição ou imprudência, pois impõem de forma irresponsável fardos insustentáveis, não se contentando em impor razoáveis fardos. Enfim, são tão preguiçosos que não só se recusam a cumprir bem todo o seu dever e até o que é difícil, mas também não têm vontade de fazer nada, ou seja, não querem mexer nem uma palhinha com um dedo. Por esse motivo, quando ensinam segundo a Lei de Moisés, é necessário ouvi-los e fazer o que dizem, mas não os imitar nas suas más obras” (Comentário sobre o Evangelho segundo Mateus, n.º 1837–1840).

“Cristo Jesus veio humilde da primeira vez; mais tarde virá exaltado. Na primeira vez veio dar exemplo de paciência; mais tarde virá julgar tudo, os bons e os maus, de acordo com os seus méritos. Na primeira vez Ele veio chamar, mais tarde virá para separar.

Parecerá terrível Aquele que parecia desprezível. Mostrará o seu poder Aquele que já mostrou sua paciência. Na cruz estava sua paciência, no Juízo haverá o seu poder.”

Santo Agostinho

O Padre Marco Sales escreve: “Como representantes da autoridade religiosa de Israel, as decisões dos escribas e fariseus, no que diz respeito à Lei e ao culto a Deus, têm força de lei e devem ser observadas, mas se sua autoridade de sucessores de Moisés deve levar à observância de suas decisões, sua vida dissidente de sua doutrina não deve levar à imitação” (Comentário sobre o Evangelho segundo Mateus, citação, pag. 120, nota n.º 3).

Jesus condena a ostentação farisaica

Depois Jesus condena a ostentação com que faziam tudo apenas para serem louvados pelos homens e não por amor de Deus: “Fazem todas as suas obras para serem vistos pelos homens; Trazem mais largas [excessivamente] filatérias(1), e mais compridas [desproporcionalmente] as franjas(2) dos vestidos”(v. 5). Eles também são ambiciosos e orgulhosos. De fato, “eles amam os primeiros lugares nos banquetes e nas sinagogas” (v. 6), considerando-se melhores do que todos os outros.

O Doutor Angélico mostra a causa de seus erros e o motivo de sua obstinação e incorrigibilidade: a vanglória orgulhosa, observando: “Como buscam apenas a sua glória, são incorrigíveis. Na verdade, eles fazem de tudo para serem vistos pelos homens. Eles não fazem coisas pesadas, mas fazem tudo que tem uma certa aparência exterior, vestindo – por exemplo – vestes religiosas, que não lhes custam nenhum esforço, mas querem mostra-la adicionando filatérias e franjas enormes para parecerem zelosos pela glória de Deus e para serem melhor vistos pelos homens” (Santo Tomás de Aquino, Comentário sobre o Evangelho segundo Mateus, n.º 1842–1844).

Parênteses explicativos e ilustrativos contra vanglória

Aqui, do versículo 8 ao versículo 12, em meio ao discurso acusatório aos fariseus, Jesus abre quase uma espécie de parênteses ilustrativo e exortativo para distanciar ainda mais os fiéis israelitas do orgulho, dizendo: “Eles adoram ser chamados rabi [guia moral, religioso ou espiritual] pelos homens. Mas vós não vos façais chamar rabi ou de mestre, porque um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos. A ninguém chameis pai sobre a terra, porque um só é seu Pai, o que está no céu. Nem façais que vos chamem mestres, porque um só é vosso Mestre, o Cristo, visto que o seu preceptor [guia intelectual] é um só, o Cristo” (v. 8).

Em suma, o Salvador exorta os fiéis do Antigo – e logo do Novo Testamento – a fugirem de toda vanglória, adotando um estilo de vida diametralmente oposto àquele dos fariseus. Desde esse ponto de vista, é preciso saber distinguir o significado das palavras ditas agora por Jesus: com efeito, Ele não pretende proibir absolutamente, como intrinsecamente perversos, todos esses atos (usar filatérias e franjas, ser mestre, pai, preceptor, superior). Sobretudo e especialmente nestes quatro últimos versículos a atenção deve ser dada mais à intenção pedagógica curativa da vanglória pelo Redentor do que ao significado literal e etimológico das expressões e palavras individuais. Jesus quer corrigir os seus fiéis da vaidade da qual os fariseus eram dominados e incitá-los à modéstia e à humildade de coração.

Toda sociedade é hierárquica e, portanto, precisa necessariamente de mestres/alunos, pais/filhos, preceptores/discípulos, superiores/subordinados. A família, o Estado e a Igreja são a sociedade e precisam dessas figuras e desses papéis. Além disso, Jesus também usava filatérias, conforme prescrito no livro do Êxodo (13, 16), Deuteronômio (11, 18) e Números (15, 38), e tinha franjas em seu manto (Mt. 9, 20; 14, 36); trata-se apenas uma questão de medida, de modalidade, e Jesus apenas nos convida a não exagerar em se encher de filatérias e franjas, nem em quantidade e nem em tamanho. Na verdade, Ele tinha a Lei de Deus sempre em Seu espírito e não apenas a carregava em Seu corpo; além disso, Ele se distinguia dos pagãos por Sua vida imaculada, e não apenas pelas fitas azuis nas bordas do manto. Assim é pela função de pai, mestre, preceptor, superior; em suma, o Salvador quer deixar claro que se pode ser mestre, pai, superior, preceptor, mas sem se tomar por “Pai Eterno” … Na verdade, o próprio Jesus foi chamado rabi por seu discípulos (Mt. 16, 25; 49).

Em suma, os títulos não são condenados, mas a ambição e a vaidade que podem fomentar no coração dos homens que lhes foram agraciados, desejando-lhes desordenadamente que sejam mais estimados pelos homens. Portanto, eles podem ser usados, mas sem deixar Deus de lado, nem devem ser usados ​​com o propósito de ultrapassar e esmagar os outros. Certamente só Deus é o Pai, o Mestre, o Preceptor, o Superior por essência ou absoluta e infinitamente, mas nós homens podemos torná-lo por imitação, por participação, ou seja, de forma limitada e finita.

(Continua…)

Notas

(1) Tiras de pergaminho em que estavam escritos os versículos do Antigo Testamento, que eram colocadas em pequenas caixas, as quais eram depois atadas à testa ou ao braço esquerdo, para recordar e tornar sempre presente aos fiéis israelitas a Fé e a Lei de Moisés. Coisa louvável em si mesma, mas os fariseus abusaram da forma como o fizeram, simplesmente usando-as nos seus corpos e não os tendo na sua mente.

(2) Ornamentos das abas inferiores do manto, especialmente dos judeus, cuja função era recordar-lhes os preceitos de Javé, eram arcos com um cordão azul.