Caros fiéis,
Ricos e sábios, guiados por uma fé sincera, os Reis Magos seguem a estrela. Esses grandes do mundo chegam a Belém. Em um pobre lar, onde ninguém imaginaria, reside a Grandeza divina. Gaspar, Melchior e Baltasar deixaram tudo para trás para encontrá-lo. As aparências não os perturbam. Eles se prostram. Mais do que nunca, precisamos meditar sobre o exemplo deles para não depreciarmos a grandeza oculta nas pequenas coisas.
O Padre Jérôme (1907-1985) era um suíço que entrou, aos 21 anos, na Trapa de Sept-Fons, na França. Este monge cisterciense é conhecido pela profundidade de seus escritos e por seu sofrimento diante das inovações do Concílio Vaticano II. Ensinando aos noviços, ele escrevia o seguinte: “O perigo que espreita o monge, devido ao fato de viver continuamente perto do sagrado, não é a inconsciência? Ora, essas prescrições dos Usos e Costumes de Cîteaux(1) nos obrigavam a manter nossa consciência sempre alerta. Por isso, aqueles que amaram esses Usos e Costumes continuam a amá-los.” Em poucas linhas, o Padre Jérôme sugere delicadamente que o respeito pelos detalhes da Tradição garante a fervorosa devoção e, consequentemente, a perseverança. O perigo está em nos acostumarmos com os tesouros dos quais usufruímos e deixarmos de apreciá-los devidamente. Esse desprezo leva a tibieza e, se nada for feito, à perda da fé. Todos nós estamos suscetíveis a esse perigo. Os padres que seguram Nosso Senhor em suas mãos todos os dias. Os fiéis que o recebem na comunhão. Quanto maior a frequência, maior o perigo da tibieza. Isso deve ser afastado pela fervorosa devoção. Continuar lendo