O ZELO PELA PLENA COMUNHÃO

Como o rei Ezequias considerou o retorno à plena comunhão. 

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Os livros históricos do Antigo Testamento (especialmente Juízes, os livros de Samuel, Reis e Crônicas) contam a história de Israel como uma sucessão de infidelidades e reformas até o último castigo divino que culminou na queda de Jerusalém diante das tropas de Nabucodonosor. O autor sagrado extrai lições desse fato.

A partir do reinado de Roboão (século X a.C.), filho de Salomão, dez tribos se separaram de Judá e Benjamim para formar o reino de Israel, cuja capital era Samaria. Seu primeiro rei, Jeroboão, acreditava que poderia garantir a unidade de seu reino estabelecendo o culto a vários bezerros de ouro dentro das fronteiras do reino para afastar o povo do Templo em Jerusalém. O cisma conduziu à distorção do verdadeiro culto.

O reinado do rei Ezequias de Judá (final do século VIII a.C.) seguiu-se aos desastrosos reinados da usurpadora Atalia e do rei Acaz, descendentes da funesta Jezabel. Os falsos cultos triunfaram no reino, até mesmo no próprio Templo de Jerusalém, profanado sob Acaz, e Ezequias decidiu erradicá-los. Por ocasião da purificação do Templo, ele considerou celebrar solenemente a festa da Páscoa e convidou as tribos separadas a se juntarem — zelo pela plena comunhão! Continuar lendo

A IGREJA DA NOVA LITURGIA

“A questão da inserção da liturgia nascida do Concílio em igrejas edificadas antes do referido Concílio ajuda a compreender seus fundamentos, implicações e resultados.”

Pelo Pe. Gregoire Célier, FSSPX

A reforma litúrgica foi um dos elementos mais importantes das evoluções decorrentes do Concílio Vaticano II, talvez o mais significativo. Uma citação de Paulo VI, em 13 de janeiro de 1965, entre muitas outras possíveis, recorda-o oportunamente: “A nova pedagogia religiosa que quer instaurar a presente renovação litúrgica se insere, para ocupar quase que o lugar de motor central, no grande movimento inscrito nos princípios constitucionais da Igreja de Deus,  tornado mais fácil e mais imperioso pelo progresso da cultura humana.

Logo, é conveniente se voltar a essa reforma litúrgica para compreender melhor os seus fundamentos, implicações e resultados. 

Aqui, propomos fazê-lo por meio do “edifício igreja”. A questão da inserção da liturgia nascida do Concílio em igrejas edificadas antes do referido Concílio é, com efeito, particularmente característica para a apreciação da mudança operada pela reforma. Continuar lendo

SÉRIE “CRISE NA IGREJA” – EPISÓDIO 4: LIBERALISMO: INTRODUÇÃO – OS ERROS

Esta semana, damos as boas-vindas ao Pe. Steven Reuter, Prior de St. Dennis, em Calgary (Canadá). Ele será nosso guia nos próximos episódios, enquanto mergulhamos nos erros do Liberalismo, algo que infectou todos nossos contemporâneos, e até mesmo aqueles que viveram no início do século XX, incluindo D. Lefebvre. Esta semana, descobriremos como isso aconteceu e como o Arcebispo, em seus anos de seminário, aprendeu a combater essa heresia. Também exploraremos o que é o Liberalismo e como podemos evitar de cair nele.

CARTA DO SUPERIOR GERAL AOS AMIGOS E BENFEITORES N° 94 – O PAPEL DO PAI DE FAMÍLIA NO SURGIMENTO DAS VOCAÇÕES

Prezados fiéis e, em particular, queridos pais de família,

Como sabem, quisemos dedicar este Ano Santo às orações e aos esforços necessários para atrair as vocações. Ora, não se pode falar do nascimento de uma vocação sem falar da família. Mesmo Nosso Senhor, sacerdote por excelência desde o momento de sua encarnação, quis crescer no seio de uma família para santificá-la de um modo particular e exemplar. Evidentemente, o exemplo das virtudes domésticas é, de certa forma, o primeiro seminário e noviciado de toda alma a quem Deus chama ao seu serviço.

Gostaríamos de dedicar essas poucas reflexões ao papel mais específico do pai de família. No mundo moderno, tudo contribui para a destruição de sua autoridade. Contudo, ainda mais hoje, sua responsabilidade e sua missão são cada vez mais distorcidas devido ao que denominam, para simplificar, de “wokismo” contemporâneo. Homens e mulheres, maridos e esposas parecem agora ter papéis idênticos e responsabilidades equivalentes, o que cria uma confusão total e uma atmosfera envenenada. As primeiras vítimas dessa terrível confusão são aquelas que deveriam ser educados para se tornarem adultos e assumirem eles mesmos, um dia, suas próprias responsabilidades. Aqui, novamente, somente o Evangelho pode restaurar a ordem que a modernidade destruiu. Continuar lendo

SÉRIE “CRISE NA IGREJA” – EPISÓDIO 3: ORIGENS – DESCARTES E KANT

Nesta semana, continuaremos com o Pe. Alexander Wiseman, analisando mais detalhadamente o contexto remoto da Crise, explorando as filosofias de Immanuel Kant e René Descartes, bem como seus erros. O padre discutirá como essas ideias de alguns séculos atrás não apenas influenciaram a Igreja, mas também lançaram as bases para quase todo o nosso pensamento atual.

REZAR O ROSÁRIO FAZ BEM À SAÚDE?

Um estudo realizado em dezembro de 2024, com base em observações clínicas e conhecimento espiritual, mostrou que o rosário pode ser benéfico como remédio para a alma e o corpo.

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

O estudo destaca, em primeiro lugar, um primeiro elemento: as repetições “litânicas” do rosário parecem ter um efeito benéfico sobre as tensões. Elas também promovem a estabilidade emocional e geram uma sensação de paz geral.

Ao contrário de muitas técnicas de “atenção plena” que enfatizam a neutralidade e o desapego, o rosário se baseia em um compromisso pessoal, em um relacionamento. Em outras palavras, não se trata de um mantra encantatório, mas um diálogo.

Christian Spaemann, um renomado psiquiatra austríaco, procura demonstrar essas diferenças. Em uma entrevista recente à jornalista Barbara Wenz, Spaemann explica que o rosário abre não apenas a mente, mas também o coração, para uma presença maternal, tangível e duradoura. Continuar lendo

LEÃO XIV E AS ANDORINHAS

A recente nomeação de um bispo revela as aplicações das aproximações do Vaticano II.

Pe. Jean-Michel Gleize, FSSPX

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

O cardeal Robert Francis Prevost tornou-se o Papa Leão XIV em 8 de maio desse ano de 2025. No dia 22 de maio seguinte, o novo Vigário de Cristo confirmou a eleição do padre Beat Grögli, pároco da catedral da diocese de St. Gallen, na Suíça(1). De acordo com os termos de uma concordata assinada em 1845 entre a Santa Sé e a Igreja Católica no estado suíço, o Bispo de St. Gallen é escolhido pelo Capítulo da catedral com a participação do colégio católico local, uma espécie de parlamento eclesiástico eleito pelos católicos da diocese e também composto por leigos. A Santa Sé pode então confirmar ou invalidar a eleição do bispo, o que, segundo a eclesiologia do Código de 1917, equivale a investir este bispo eleito com seu poder de jurisdição, mesmo antes de receber a sagração episcopal. O mesmo acontece com o bispo de uma igreja particular, seguindo o exemplo do Papa: o bispo recém-eleito, designado como tal para ser investido de seu poder, recebe seu poder diretamente de Cristo pelo próprio fato de aceitar sua eleição, no caso do Papa, e o recebe diretamente do Papa pelo próprio fato de que este último confirma sua eleição, no caso do bispo diocesano de uma igreja particular. Em ambos os casos, a atribuição do poder de jurisdição permanece independente da atribuição do poder de ordem, que ocorre com a consagração episcopal.

Um exemplo histórico atesta esse fato: o cardeal Ottobone Fieschi, sobrinho do Papa Inocêncio IV, foi eleito 186º sucessor de Pedro em 11 de julho de 1276, para substituir o beato Inocêncio V. Ele seria Papa somente até 18 de agosto, data de seu falecimento. E fez isso sem ter recebido a sagração episcopal e nem mesmo a ordenação sacerdotal, permanecendo como um simples diácono durante os 39 dias de seu pontificado. Continuar lendo

BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – JUNHO/25

Sagrado Coração de Jesus « Apostolado da Oração Brasil - MEJ

Caros fiéis,

Há 350 anos, em 13 de junho de 1675, uma das grandes aparições de Cristo ocorreu a uma freira da Visitação de Paray-Le-Monial. Essas aparições haviam começado em 27 de dezembro de 1673. Em 13 de junho, Cristo revelou o seu coração divino à sua serva e queixou se a ela: “Este é o coração que amou tanto os homens, que não poupou nada a ponto de ser exaurido e consumido para mostrar-lhes o seu amor”.

A irmã Margarida-Maria Alacoque foi escolhida para transmitir o desejo do Sagrado Coração de ser honrado com esse título e de reinar sobre as almas e as sociedades por meio de seu coração adorável e misericordioso. A devoção ao Sagrado Coração já existia na Igreja, mas a partir de então se espalhou por todo o mundo, incentivada pelos papas. Em agosto de 1856, Pio IX instituiu a festa do Sagrado Coração para toda Igreja.

Para entender melhor essa devoção, vamos relembrar os diferentes significados da palavra coração, e que nos leva a distinguir em Jesus: o coração de carne, que é o órgão em si; o coração simbólico, o órgão emblemático do amor; o coração metafórico, expressão para designar o amor, que é o amor sem nenhuma ligação com o órgão material. Continuar lendo

SÉRIE “CRISE NA IGREJA” – EPISÓDIO 2: ORIGENS – NOMINALISMO E LUTERO

Nesse segundo episódio, o Pe. Wiseman analisa o “Contexto Remoto” da Crise – ou seja, as próprias origens da Crise na Igreja. Começaremos no século XIV com o Nominalismo e, em seguida, passaremos para os erros de Martinho Lutero, como esses dois tópicos estão conectados e qual foi a resposta da Igreja naquela época.

SÉRIE “CRISE NA IGREJA” – EPISÓDIO 1: HÁ UMA CRISE NA IGREJA?

Prezados amigos, leitores e benfeitores, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Iniciam-se hoje as publicações da Série “Crise na Igreja”, que será disponibilizada no Canal da FSSPX no Youtube.

Obra da FSSPX americana, a série “Crisis” trata da atual crise de fé na Igreja. São dezenas de episódio que analisam a história, os antecedentes, os fato e as consequências do caos que a Igreja enfrente no século XXI.

Nesse primeiro episódio, o Pe. McFarland, FSSPX discorre que não podemos falar sobre essa crise a menos que determinemos exatamente se há ou não uma crise de fato. E, embora isso possa ser bastante óbvio, analisaremos maneiras específicas e sintomas distintos dessa crise que é o maior desafio que a Igreja Católica já enfrentou.

ESSES CATÓLICOS QUERIAM UMA RELIGIÃO, ENTÃO SE TORNARAM PROTESTANTES

À luz da doutrina de Leão XIII, faz-se urgente o retorno ao objetivo principal da Igreja, a salvação das almas. 

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Os acontecimentos atuais na Igreja convidam-nos a refletir a figura e o ensinamento do Papa Leão XIII, cuja solicitude em questões sociais, ilustrada pela Encíclica Rerum novarum (1891), é frequentemente evocada por seu atual sucessor. No entanto, o rico ensinamento doutrinário do predecessor direto de São Pio X diz respeito a muitas outras áreas da doutrina católica, em particular sobre a questão da Igreja, conforme discutido na Encíclica Satis cognitum (29 de junho de 1896) sobre a unidade da Igreja.

Ora, sendo a Igreja a extensão da obra do Salvador, a melhor maneira de explicar sua unidade é especificar seu propósito:

Como a missão divina [de Jesus Cristo] deveria ser duradoura e perpétua, fez discípulos aos quais transmitiu Seu poder e, tendo enviado sobre eles do céu “o Espírito da verdade”, ordenou-lhes que fossem por toda a Terra e pregassem fielmente a todas as nações o que Ele mesmo havia ensinado e prescrito, para que, professando Sua doutrina e obedecendo a Suas leis, a humanidade pudesse adquirir santidade na Terra e, no céu, felicidade eterna.

Este é o plano segundo o qual a Igreja foi constituída, estes são os princípios que presidiram ao seu nascimento.

O papel da Igreja é, portanto, conduzir as almas à santidade aqui na terra e ao céu no futuro. Essa é a tarefa principal, e o trabalho de civilização, pacificação e preocupação com os problemas terrenos decorrem espontaneamente dela, embora sejam tarefas secundárias. A missão principal é evangelizar, transmitir a fé, porque “quem crer e for batizado será salvo; quem não crer será condenado” (1). Continuar lendo

IGREJAS A VENDA NA FRANÇA

Todos os anos, na França, de 10 a 15 igrejas são desconsagradas e colocadas à venda. Este ano, as pessoas podem adquirir uma igreja neogótica perto de Clermont-Ferrand por € 380.000, uma antiga basílica listada como Monumento Histórico, a 15 minutos de Poitiers por € 950.000, uma igreja do século XVII – também listada – em uma ilha no Loire por € 100.000, uma igreja do início do século XX na Bretanha por € 330.000 e a capela do antigo convento carmelita em Niort por € 220.000.

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

E a diocese de Nancy-Toul colocou à venda a igreja de Notre-Dame-de-Franchepré em Joeuf, onde o prefeito planeja transformar em um museu do futebol, em homenagem a Michel Platini, famoso ex-jogador de futebol local.

A diocese de Arras está vendendo a igreja de Saint-Edouard, em Lens, e a imobiliária responsável pela transação publicou um anúncio no site Leboncoin. Construída no início do século 20 para uma população de mineiros, a igreja está listada como Monumento Histórico desde 2009, mas é apresentada como uma propriedade comum: “Casa à venda, 4 cômodos, 539 m2 – €362.500. Igreja com uma localização ideal, oferecendo uma série de possibilidades.” “Deixe sua imaginação correr solta com esta propriedade raríssima à venda.” 

O bispado está tentando tranquilizar os católicos que estão legitimamente chocados com a venda de uma igreja: será proibido realizar qualquer atividade contrária à moralidade no local, como uma casa de espetáculos, uma discoteca ou um salão de jogos… A igreja de Saint-Edouard agora tem apenas um punhado de fiéis e sua manutenção é muito cara. Continuar lendo

“DES”ORDEM SACRAMENTAL

A ordem dos sacramentos entre si é muitas vezes ignorada na prática contemporânea. 

Fonte: Apostol, maio 2025 – Tradução: Dominus Est

Na Páscoa deste ano, novamente, os batismos de adultos e adolescentes aumentaram de forma exponencial. Essa é, sem dúvida, uma boa notícia, mas também reflete (como não é novidade) uma profunda descristianização do país (e, correlativamente, uma queda não menos espetacular no número de batismos de bebês), mas que também mostra que a graça de Jesus Cristo continua a trabalhar nos corações e que a fé católica não disse a sua última palavra, especialmente porque precisamos acrescentar a esses recém-batizados aqueles que, embora já batizados, estão agora chegando à fé e à Igreja porque não foram ensinados por suas famílias e/ou paróquias. A Igreja Católica na França poderia, portanto, encontrar um novo impulso se esses batismos fossem suficientemente bem-preparados e acompanhados.

Mas nada é menos certo: alguns tipos de relatórios (que, reconhecidamente, não têm a precisão e o rigor das estatísticas) mostram que o sacramento do batismo, às vezes, é conferido fora de qualquer lógica sacramental. Por exemplo: o matrimônio católico nem sempre é exigido daqueles que, embora já vivam como casal, solicitam o batismo ou a crisma. Muito frequentemente, a participação na Missa dominical não é condição sine qua non para quem pede o batismo, como se a lei da Igreja – ainda em vigor – não expressasse o vínculo essencial entre o batismo e a Eucaristia, com o batismo encontrando sua realização na comunhão na Missa e a Missa dominical fornecendo o alimento indispensável que permite que o batismo se fortaleça, floresça e dê frutos. Continuar lendo

O ENCONTRO DE DUAS GERAÇÕES

O encontro entre o menino Jesus, com 40 dias de vida, e o velho Simeão no Templo de Jerusalém é, provavelmente, o único encontro no Evangelho que reúne duas idades tão extremas.

Fonte: Apostolo n°192 – Tradução: Dominus Est

A liturgia de 2 de fevereiro, que comemora esse evento, reflete sobre ele da seguinte forma: “O santo velho carregava o Menino, mas o Menino dirigia o ancião”. O velho concentra e resume em si a Lei e os Profetas: é um homem justo, fiel aos mandamentos de Deus; vive na expectativa do Salvador de Israel e, sob a inspiração do Espírito, anuncia o Salvador prometido. Quando Simeão carrega o Menino nos braços, acolhe o Messias, há muito aguardado e esperado, por milhares de anos, por todo um povo. E se o Menino, por sua vez, conduz o ancião, é por meio da Vida de Deus, como uma fonte jorrante, que o Menino Jesus traz consigo.

Embora esse encontro no Templo de Jerusalém represente a passagem da Antiga Aliança para a Nova, ela também representa a transição de uma geração para a seguinte. O ancião acolhe o recém-nascido e carrega-o, nos braços e em seu coração, com vistas ao futuro; a criança, com o frescor e a esperança de uma nova vida que carrega dentro de si, dá uma segunda juventude aos mais velhos. Continuar lendo

A IGREJA É SEMPRE BELA AOS OLHOS DE QUEM A AMA

Como a Igreja é bela e digna de ser amada! A Igreja brota de uma eternidade de glória em Deus para aí retornar e reencontrar uma glória que não tinha e que adquiriu em Jesus Cristo ao morrer em obediência à caridade. 

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Ela é bela e gloriosa como Maria e digna de ser amada como ela. É por meio dela que somos salvos. Foi sua obediência à caridade que nos abriu as portas da salvação. É a obediência a Maria, ecoando a de Jesus Cristo, é a obediência de toda a Igreja que nos abre as portas da glória. 

Devemos amar a Igreja, sempre bela e gloriosa por trás das desfigurações que a malícia ou a fraqueza de seus filhos lhe infligem. Devemos amá-la com o mesmo amor que nos atrai a Jesus Cristo, pois ela é seu Corpo: sem dúvida, somos comovidos pelos sofrimentos de Jesus Cristo, como a Paixão da Igreja não poderia nos comover? Como a Paixão da Igreja poderia nos distanciar dela? Pelo contrário, devemos amá-la ainda mais porque ela sofre e está desfigurada, porque parece perdida, porque não podemos mais ouvir sua voz eterna, não podemos mais ver seu brilho reconfortante, ela parece adormecida, invadida pela morte, entregue ao príncipe deste mundo. 

Devemos amar e acreditar na Igreja, aprender a ver sua face divina e imutável por trás dos pecadores que a compõem. Creiam na Igreja e façam-na viver, orgulhosos e felizes por serem seus filhos. Continuar lendo

UM PADRE MORREU

Alguns vão chorar… mas, eu invejo esse padre que acaba de celebrar sua última Missa.

Fonte: La Part des Anges – Tradução: Dominus Est

Ao visitar um cemitério antigo, aproxime-se da grande cruz no centro. Olhe ao seu redor. O túmulo mais mal-cuidado, aquele que não tem flores e parece esquecido, é o de um padre. No dia de seu funeral, o número de pessoas presentes era inversamente proporcional ao número de anos que ele havia passado nesta terra.

Ontem, um padre morreu. O Pe. Simoulin morreu (*). Ele foi nosso capelão em Romagne por vários anos, há muito tempo, e o pastor de nossas almas.

Alguns vão chorar… mas eu invejo esse padre que acabou de celebrar sua última Missa. Noli tangere Christos meos… Christos meos, o sacerdote é o ungido de Jesus, ele pertence a Ele, sua vida pertence a Ele. Ele é seu ungido por toda a eternidade.

A grande ideia que explica e domina a vida de um sacerdote é ser para Jesus uma humanidade além para continuar a obra redentora. Para esse homem, a ação sacerdotal foi uma longa morte para si mesmo, e sua morte foi, muito mais do que sua própria vida, uma ação sacerdotal, um sacrifício, a consumação de todos os seus sonhos, a doação total de si mesmo, superior à santidade e ao valor redentor de sua vida. Continuar lendo

NIILISMO ECLESIÁSTICO

As autoridades da Igreja trabalham por sua vida ou pelo seu desaparecimento?

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

O Superior de uma comunidade contemplativa em declínio, convidado para o aniversário do abade de um de seus confrades, vendo quão jovem e numerosa a comunidade era, ironizou: “Nós somos velhos e vocês são jovens; nós somos poucos e vocês são muitos; o que há de errado com vocês?” É verdade que esta comunidade está adotando cada vez mais práticas tradicionais. A comunidade em questão se ofereceu para ajudar a revitalizar uma comunidade que estava prestes a fechar. A resposta: “Prefiro morrer a pedir ajuda a vocês!”

Um Bispo explicou aos seus diocesanos suas diretrizes para organizar a vida paroquial na ausência de um padre. Descrevendo os encontros dominicais entre leigos, ele acrescentou: “E se, por acaso, um padre estiver presente, seria melhor que ele não se manifestasse.

Outro Bispo, ao confiar a um de seus sacerdotes o cuidado de assegurar a missa no rito tradicional em uma capela de sua diocese, acrescentou: “Acima de tudo, garanta que a comunidade não se desenvolva”. Continuar lendo

DA VISITA DO PADRE PAGLIARIANI AO BRASIL

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Fonte: de nosso amigo João Pedro Bertoni


Nesta quinta-feira, primeiro de maio, dia de São José, recebemos, aqui em Itatiba, a visita do superior-geral da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, padre Davide Pagliarani.

O evento começou com uma Missa Solene, como que consagrando já o local, que será, em breve, a nova escola da FSSPX aqui no estado de São Paulo. Vieram cerca de dez sacerdotes para a parte da manhã (padre Montagut, padre Jean-François Moroux, Dom Lourenço, etc.). Além de toda a beleza de uma Missa Solene, contamos também com um coro (de homens e mulheres) completo, que foi assistido o tempo todo pelo padre Carlos Herrera e pelo padre Cormack.

O padre Pagliarani, então, em sua homilia, falou das três principais virtudes de São José: de sua pureza, da virtude da oração (e de seu silêncio) e da virtude da paternidade em si mesma. Apesar de falar espanhol, creio que todos os que estavam ali puderam compreendê-lo bem. Esta homilia foi, especialmente, direcionada aos pais de família, para que estes tenham sempre como exemplo São José e suas virtudes. Continuar lendo

BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – MAIO/25

Salmos de Domingo - Fique Firme

Caros fiéis,

Deus nos enviou seu Filho para redimir nossas almas por meio de seu sacrifício e para se tornar a pedra angular da humanidade regenerada pela graça. Essa pedra foi rejeitada pelos construtores (Salmo 118; Mat. 21,42). Eles mataram Nosso Senhor e o enterraram atrás da pesada pedra do túmulo, símbolo da sua perfídia, que tornaria possível o esquecimento daquele Messias perturbador. Apesar de todos os obstáculos, o divino Salvador triunfou sobre a morte, o pecado, o demônio e o mundo por meio de sua gloriosa ressurreição, que se tornou alicerce de esperança para todos os seus discípulos.

Antes de deixar esta terra, Nosso Senhor queria dar à sua Igreja um chefe visível, uma pedra fundamental. Por incrível que pareça, ele escolheu o único apóstolo que o havia negado. Os outros haviam fugido, mas Simão o havia negado – três vezes. No entanto, não houve intervalo entre sua falha e seu arrependimento. Ele havia respondido prontamente à graça da vocação: ele respondeu novamente com prontidão à graça da conversão. Para a primeira, bastou uma palavra do Mestre; para a segunda, bastou um de seus olhares. Lágrimas felizes, que tinham a virtude do batismo para purificá-lo, pois vinham de seu coração, pressionado até o extremo pela violência do amor por seu Mestre. Nosso Senhor reparou seu pecado com uma tríplice demonstração de amor: “Simão, amas me? Após três respostas afirmativas, Ele lhe confiou o cuidado do rebanho: “Apascenta as minhas ovelhas” (Jo. 21,15). São Pedro foi digno disso. Ele morreu como mártir, encorajando os outros 33 papas que tiveram que oferecer suas vidas por Cristo.

“Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mat. 16, 18). Com essas palavras, Nosso Senhor ensinou que o poder dos demônios não poderia derrubar a Igreja, mas não disse que ela não seria abalada. Conhecemos o poder devastador dos terremotos. Isso dá uma ideia dos desastres nas almas quando a pedra fundamental da Igreja é abalada. Continuar lendo