Por LifeSiteNews | Tradução: Teresa Maria Freixinho – FratresInUnum.com
ROMA, 19 de novembro de 2015 – Logo após uma declaração do Papa Francisco que parece insinuar abertura para que cristãos não católicos recebam a Sagrada Comunhão, o cardeal que chefia o dicastério responsável pelos sacramentos disse que há pré-condições para a recepção da Sagrada Comunhão e quando essas condições não são atendidas e a situação é publicamente conhecida, os ministros do sacramento “não têm o direito de administrar a comunhão.”
O Cardeal Robert Sarah, prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, acrescentou, falando dos sacerdotes: “Se eles o fizerem, o pecado deles será mais grave perante o Senhor. Inegavelmente, isso seria uma cumplicidade premeditada e uma profanação do Santíssimo Corpo e Sangue de Jesus.”
As declarações do Cardeal Sarah poderão ser lidas no próximo artigo da revista católica francesa L’Homme Nouveau. O vaticanista Sandro Magister publicou antecipadamente um trecho.
“A Igreja inteira sempre ensinou de maneira constante que não se pode receber a Comunhão com o conhecimento de estar em pecado mortal, um princípio relembrado como definitivo por João Paulo II em sua encíclica ‘Ecclesia de Eucharistia,’ de 2003” disse o prefeito. “Nem mesmo um papa pode ser dispensado dessa lei divina.”
Com a confusão crescente mesmo entre o clero a respeito da própria posição do Papa Francisco com relação à Comunhão para as pessoas em pecado grave, como, por exemplo, casais divorciados que se casaram novamente, pares homossexuais e outros casos semelhantes, as declarações do Cardeal Sarah chegam em um momento crítico.
Com relação à “comunhão para todos, sem discriminação,” o Cardeal Sarah diz que as pessoas em pecado grave que estão impenitentes (salvo em caso de ignorância total) “permaneceriam em estado de pecado mortal e cometeriam outro pecado grave se recebessem a comunhão.”
Mesmo no caso mais difícil de uma esposa que tenha sofrido abuso e abandonado seu primeiro matrimônio e casado novamente sem nulidade [do primeiro], o Cardeal Sarah observa que não pode haver Comunhão, salvo se ela decidir viver sem relações sexuais com o seu novo parceiro.
Entretanto, as declarações mais fortes do cardeal são o seu lamento quanto à confusão a respeito da Sagrada Comunhão entre o clero. “Sinto-me ferido em meu coração como bispo que testemunha tanta incompreensão da doutrina definitiva da Igreja por parte de meus irmãos sacerdotes,” ele disse. “Não posso me permitir imaginar como causa de tanta confusão nada mais que a formação insuficiente dos meus confrades.”
Ao relembrar seu cargo como “responsável pela disciplina dos sacramentos em toda a Igreja Latina”, o Cardeal Sarah disse estar “obrigado em consciência” a esclarecer a doutrina da Igreja referente à sexualidade – a fonte de tanta confusão atual.
A Igreja, disse, “estigmatiza as deformações introduzidas no amor humano: homossexualidade, poligamia, chauvinismo, amor livre, divórcio, contracepção, etc.”
“De qualquer maneira, ela nunca condena pessoas. Mas ela não as deixa em seu pecado. Como seu Mestre, ela tem a coragem e a caridade de dizer-lhes: vá e não peques mais.”
“A Igreja não somente acolhe com misericórdia, respeito e delicadeza. Ela convida com firmeza à conversão.Como seu fiel, promovo a misericórdia para os pecadores – que somos todos nós – mas também a firmeza para com os pecados incompatíveis com o amor de Deus que é professado com a comunhão sacramental.”