BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – JANEIRO/25

Caros fiéis,

Ricos e sábios, guiados por uma fé sincera, os Reis Magos seguem a estrela. Esses grandes do mundo chegam a Belém. Em um pobre lar, onde ninguém imaginaria, reside a Grandeza divina. Gaspar, Melchior e Baltasar deixaram tudo para trás para encontrá-lo. As aparências não os perturbam. Eles se prostram. Mais do que nunca, precisamos meditar sobre o exemplo deles para não depreciarmos a grandeza oculta nas pequenas coisas.

O Padre Jérôme (1907-1985) era um suíço que entrou, aos 21 anos, na Trapa de Sept-Fons, na França. Este monge cisterciense é conhecido pela profundidade de seus escritos e por seu sofrimento diante das inovações do Concílio Vaticano II. Ensinando aos noviços, ele escrevia o seguinte: “O perigo que espreita o monge, devido ao fato de viver continuamente perto do sagrado, não é a inconsciência? Ora, essas prescrições dos Usos e Costumes de Cîteaux(1) nos obrigavam a manter nossa consciência sempre alerta. Por isso, aqueles que amaram esses Usos e Costumes continuam a amá-los.” Em poucas linhas, o Padre Jérôme sugere delicadamente que o respeito pelos detalhes da Tradição garante a fervorosa devoção e, consequentemente, a perseverança. O perigo está em nos acostumarmos com os tesouros dos quais usufruímos e deixarmos de apreciá-los devidamente. Esse desprezo leva a tibieza e, se nada for feito, à perda da fé. Todos nós estamos suscetíveis a esse perigo. Os padres que seguram Nosso Senhor em suas mãos todos os dias. Os fiéis que o recebem na comunhão. Quanto maior a frequência, maior o perigo da tibieza. Isso deve ser afastado pela fervorosa devoção.

Esquecer a grandeza oculta sob os véus da simplicidade é expor-se a dar importância a quimeras. O importante não é saber se o homem andou na Lua, se a Terra é redonda ou plana, se Adão e Eva comiam carne ou não… todas essas coisas secundárias, se exageradas, tornam-se armadilhas do demônio. Elas impedem uma vida cristã saudável, fazem perder tempo e levam a cristandade ao ridículo.

O único fato que merece nossa atenção contínua é este: a divina Providência depositou na gruta de Belém o Homem-Deus como a semente da qual deveria surgir a Igreja. Esta promessa de salvação é um sacerdote. Nosso Senhor, deitado na manjedoura, está aos pés das escadas do altar que o elevarão ao Calvário do sacrifício. Ele começa sua Missa. Ele já é o Sumo Sacerdote. Esta é a única realidade que não podemos ignorar em nossas vidas. Este evento é tão crucial que serve como um marco temporal para a humanidade. 2025 anos depois de Jesus Cristo! Para valorizar esse aniversário de Nosso Senhor e alimentar nossa devoção, os papas desejaram pontuar nossa existência com Anos Santos. O atual começou no dia 24 de dezembro e terminará em 6 de janeiro de 2026.

Fervor! Sacerdócio! Jubileu! Grandeza e simplicidade! É com razão que o Padre Davide Pagliarani, Superior da Fraternidade São Pio X, nos convida, durante o ano jubilar, a fazer “subir ao Céu uma súplica contínua de terços fervorosos pelas vocações“, contando “com o empenho de todos e de cada um para consagrar este ano santo à recitação fecunda do rosário” e “em particular, com a oração das crianças de nossas famílias e escolas.”

Demos uma resposta generosa a este apelo, apoiando-nos nas palavras de Santo Agostinho: “O que é muito pequeno, é muito pequeno; mas observar quase continuamente a lei divina nos menores detalhes, é certamente algo grande.”

As vocações surgirão de famílias católicas, piedosas e equilibradas, convencidas de que nada é pequeno aos olhos de Deus quando esse pequeno é habitado por uma grande caridade.

Os Padres do priorado desejam a todos um bom e santo ano de 2025.

Deus os abençoe.

Padre Jean-François Mouroux, FSSPX

Nota:

(1) Cîteaux, a abadia fundadora da ordem cisterciense, na qual São Bernardo ingressou em 1112

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