Fonte: Maria Rosa Mulher
Eu estava pensando sobre a modéstia e a questão que ficou em minha cabeça foi: o que passamos para os outros através do que vestimos? E o que queremos passar? Que exemplo nós estamos dando através do vestuário e dos modos?
Temos que pensar nisso. A roupa, a apresentação pessoal, os modos, tudo isso diz algo sobre cada um de nós. Tudo isso importa, por mais que se queira viver de forma a pensar que isso não faz diferença. Não é repetindo para si mesma que algo é de um jeito que vai ser desse jeito mesmo. Afinal de contas, nós buscamos nos vestir de maneira modesta mesmo ou dizemos que nos vestimos modestamente, mas não mudamos os nossos guarda-roupas (apenas descemos uns centímetros da saia, do meio da coxa para um pouco acima do joelho, por exemplo)? Não adianta ficar repetindo “sou modesta, sou modesta, sou modesta”, como se fosse um mantra e achar que por causa disso se está realmente decente, modesta. As coisas não funcionam assim. Nós temos que buscar a verdade e buscar também ter humildade para reconhecer onde estamos erradas e onde devemos mudar.
Eu duvido muito mesmo que alguém realmente ache que esteja decente quando usa roupas que mostra parte dos seus seios ou evidencia suas formas numa calça justa. Como alguém pode acreditar que se vestindo assim está sendo modesta? A modéstia é pudor. Como pode haver modéstia quando se sabe que partes íntimas estão sendo vistas por outros? Ou alguém pensa que uma calça justa não mostra exatamente a forma das nádegas? Lembro de alguém que me disse que na faculdade um de seus colegas uma vez comentou (perdoem o linguajar) “conheço todas as bundinhas do Campus”… e ele comentou isso olhando para as universitárias em simples calças jeans. Não, não eram calças de funkeira, não. Eram calças comuns, usadas por mulheres comuns. Este não é um caso isolado, eu já vi e ouvi e vejo quase todo dia coisas assim. Cansei de ver os homens virando as cabeças para olhar as mulheres em calças justas. Creio que não há semana que eu não veja uma cena dessas. Uma mulher que se expõe assim, a este tipo de reação masculina, está mesmo buscando a modéstia? Claro que não.
Eu vejo que há pessoas que estão vivendo em negação. Elas arrumaram desculpas para si mesmas e as repetem por aí tentando se justificar. No máximo chamam os homens todos de tarados porque “não conseguem se controlar” e ficam olhando para os seus traseiros metidos em calças justas em plena Missa… Quando eu ouço esse tipo de coisa eu fico mesmo em dúvida sobre a honestidade da pessoa. Porque ou se está cega ou se é desonesta. Não há outra resposta.
Já vi mulheres que negam mesmo que estejam indecentes usando calças justas. E ainda ficam com raiva porque os homens olham, assobiam, viram o pescoço para olhar para o bumbum, etc. Ora, como querer que o homem deixe de notar o corpo feminino? Isso é impossível! É claro que o homem cristão tem que se portar de forma digna e não ficar virando o pescoço para olhar mulheres, mas isso não tira a responsabilidade da mulher que expõe o seu corpo.
Sei que há mulheres que se acostumaram mesmo a usar roupas justas de tal forma que não percebem que tal modo de se vestir faz mal a elas e ao próximo. Sei como é isso, porque também fui assim. Mas também sei que com o passar do tempo, com a busca pela verdade, pelas coisas de Deus, as idéias vão clareando, e certas coisas mudam mesmo. Os nossos visuais mudam porque nos damos conta de que não é agradável a Deus mostrar a nossa intimidade aos outros. Por isso eu até compreendo que mulheres não-cristãs não dêem importância ao vestuário, mas acho difícil mesmo entender as cristãs que teimam em se vestir de forma provocante e ainda assim acham ruim quando alguém avisa que elas estão indecentes. Eu até entendo uma primeira reação de surpresa, de negação quando a cristã se depara pela primeira vez com a questão da modéstia: “não há problema algum em minha roupa”, diz a moça surpresa. Entendo isso, porque hoje em dia os valores estão distorcidos. Mas tenho dificuldade em entender a católica que já foi advertida sobre a modéstia, que vê a imagem de Nossa Senhora – sempre bela e decente, nunca evidenciando suas formas -, que sabe que Deus disse que o homem que olhar para uma mulher com desejo já pecou, e ainda assim ela continua a exibir suas coxas (seja com as pernas nuas, seja com meias ou leggings, no fim das contas, as formas estão ali, para quem quiser ver), continua a exibir seu colo desnudo (seja em decotes, seja em transparências), continua a exibir seus quadris, bumbum e virilha em calças e saias justas e curtas. Realmente fico espantada com o modo como estas mulheres estão querendo ser vistas.
Não dá para ser modesta e seguir fielmente as modas do mundo. Não dá para ser modesta e usar roupas que evidenciem as formas. Não dá para evangelizar enquanto se mostra coxas, polpas dos seios, bumbum, etc. Não há seriedade alguma nesta postura, pois esse exterior exposto mostra que o interior não vai bem, porque a modéstia é pudor e protege a pessoa, resguarda a pureza, como diz o ensinamento da Igreja. Sendo assim, como falar de vida de pureza se ao mesmo tempo se está mostrando o que deve ser velado? É impossível. Uma atitude dessas parece algo esquizofrênico, é viver duas vidas – a “piedosa” na Igreja e a sexy no mundo; é querer separar em compartimentos a vida, como se isso fosse possível! É como o caso das mulheres que vão à Missa usando um tomara-que-caia e cobrem os ombros com um xale (isso quando cobrem os ombros!), mas ao saírem da igreja se descobrem achando que estão bem assim. Ora, o tomara-que-caia é um desnudamento. É uma roupa feita para evidenciar a sensualidade. Então como é usada por mulheres cristãs? Então como elas acham ruim que alguém reclame e diga que tal vestuário é impróprio? É porque elas dividem a vida em compartimentos, não vivem a vida católica por inteiro, por isso acham que não há problema algum em ir à Missa no domingo e depois sacolejar o esqueleto em alguma boate de má fama, entre drogados e otras cositas más… Não podemos separar nossas vidas assim, não podemos evangelizar realmente se estivermos de mãos dadas com o mundo, afinal de contas que exemplo nós daremos às pessoas se não vivemos de acordo com o Evangelho? De que adianta falar palavras belas, citar a Bíblia e os santos, enquanto suas pernas estão expostas em leggings com blusas que apenas cobrem o bumbum (se é que cobrem!), enquanto seu decote chama a atenção do próximo, enquanto você disputa espaço com libertinos na escuridão de uma boate? Não tem sentido!
Afinal de contas, que imagem você quer passar, quem você quer ser? Uma pessoa que está tentando mesmo agradar a Deus ou alguém que não quer largar o mundo? Lembre-se que não podemos servir a dois senhores.