Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est
Um menino ao lado de seus pais, dois animais próximos, um astro no céu: esta poderia ser a mais antiga “Natividade” anterior à escrita jamais descoberta até hoje. Essa pintura rupestre foi desenhada há 5000 anos em uma pequena gruta do Saara egípcio, rebatizada de “Gruta dos pais”.
Essa informação “insólita” nos é relatada pela ANSA (Agência Nacional de imprensa italiana), que atribui a descoberta ao geólogo Marco Morelli, diretor do Museu das Ciências Planetárias do Prato, que descreve assim essa “pequena piscadela” da Providência:
Nossa expedição geo-arqueológica nascera com o objetivo de explorar alguns sítios entre o vale do Nilo e o Gilf el-Kébir. Em busca de estruturas geológicas semelhantes a crateras de impacto, de pinturas rupestres já conhecidas e de algumas caves de ocre utilizadas pelos egípcios. Depois de 20 dias no deserto, tinha terminado meu trabalho de geólogo. E, assim, por curiosidade, me aventurei sozinho ao longo de um canal que se ramificava no fundo do vale principal.
Quando chegou a uma zona isolada, o pesquisador tropeçou em uma pequena cavidade semelhante a uma gruta, perfurada pela água na rocha.
Uma vez dentro, levantei os olhos para o teto e vi essa representação surpreendente, que imediatamente me lembrou a Natividade da tradição cristã. É provável que a pintura rupestre represente uma cena “clássica” para esse período do nascimento de uma criança e a formação de um núcleo familiar, ou então um ritual de votos pelo nascimento de um menino. Em nossas investigações não encontramos cenas familiares, mas contextos e posições muito diferentes, partidas de caça, danças, pessoas caminhando. Enquanto aqui, encontramos uma família isolada. Com dois animais próximos que parecem participar do nascimento, e sob o que se parece com um astro. Não encontramos cenas iguais antes da era paleocristã.
O desenho, o único da gruta, foi feito em ocre vermelho-marrom, provavelmente por tribos nômades de caçadores e agricultores do Neolítico. No centro, três figuras humanas: um homem à direita, uma mulher à esquerda e, entre eles, um menino, posicionado um pouco mais alto em relação aos pais, formando quase uma estrela, provavelmente para representar o agouro por uma nascimento ou uma gravidez. Nas pernas e nos braços dos três, percebe-se sinais parecidos a tatuagens e braceletes. Mais adiante, são visíveis dois animais de interpretação difícil. Talvez um mítico “leão das cavernas” e um macaco do tipo babuíno. À direita, enfim, é visível uma pequena figura circular que poderia simbolizar uma estrela no horizonte.
Nossa colega do MCI, Francesca de Villasmundo, comenta assim essa surpreendente descoberta:
É possível que esse desenho rupestre represente a “Natividade” do Salvador ante-litteram? Lendo Dom Gaume, a crença de um Salvador para a humanidade remontava às “antigas tradições vindas das revelações primitivas. (in Biographies évangéliques)
No Dictionnaire de Théologie do padre Berger, editado em 1844, na palavra Reparador, lê-se: “A espera do Reparador se encontra no fundo das crenças e dos cultos de todos os povos conhecidos”. Muitos autores, continua o dicionário, “confessam formalmente que todo o mundo antigo esperou um libertador. A essas tradições se juntam outras também surpreendentes sobre a Virgem Maria.”
Essa crença primitiva na espera de um Reparador ou Salvador poderia, portanto, ser a inspiradora dessa “Natividade” de 5000 anos!”
Nesta Véspera de Natal, agradeçamos ao Céu pela concretização desse anúncio do nascimento do Salvador no seio virginal da Santíssima Mãe e peçamos para o Menino Deus socorrer a Igreja aflita.