Discípulo — Todavia, ainda não estou convencido que existem cristãos que se atrevem a fazer isso (as más confissões – post anterior).
Mestre — Pois é bem possível. O demônio, para o qual a Comunhão mal feita é sumamente agradável, inventa mil artimanhas para induzir suas vítimas a esse passo fatal.
D. — Também o demônio mete-se nisso?
M. — Claro que sim! E de mil maneiras! Sobretudo mete-se por três razões:
1º. — O demônio tem um ódio terrível contra Jesus Cristo, e sabendo que a Comunhão é a sua maior satisfação, procura por todos os meios de transformar-lhe este prazer na maior das amarguras.
2º. — O demônio odeia terrivelmente os Sacramentos e sabendo que a Comunhão é o mais augusto de todos os Sacramentos, busca por todos os meios, a maneira de torná-la desprezada e aviltada.
3º. — Ele sabe que os cristãos quando comungam, são invejados até pelos anjos, por isso procura de envenenar e envilecer essas almas por meio da Comunhão sacrílega.
D. — Então o demônio faz “caretas” quando alguém comunga sacrilegamente?
M. — Sim, o demônio ri e faz grande festa, pois vê Jesus desprezado e traído por novos Judas que por meio da Comunhão sacrílega repetem o beijo da traição. Por isto é que a Comunhão sacrílega é denominada: caretas de Satanás.
D. — Coisa horrível… Quanto a mim, não hei de permitir jamais que o diabo se ria com uma Comunhão mal feita, antes morrer!
M. — Oh sim! Antes a morte, como fizeram milhões de mártires que preferiram perder a vida a sacrificar aos ídolos e renegar a fé.
* * *
Na última guerra civil da Espanha, os comunistas, inimigos declarados de Deus e da Religião, surpreenderam um garoto de onze anos, chamado José, enquanto levava a Comunhão aos doentes. Fazendo-o parar retiraram-lhe bruscamente a caixinha de prata onde estavam as hóstias consagradas, e abrindo-a disseram-lhe: — Olá! Tu que és amigo dos Padres, escarra, pois sobre esta hóstia dizendo: Morra Jesus Cristo!
O menino, trêmulo de medo, porém, firme em sua convicção cristã, respondeu:
— Jamais! Antes pelo contrário, direi sempre: Viva Jesus Cristo! E adorando respeitosamente as Sagradas Partículas, beijou-as com a mais santa efusão de seu amor.
— Tolinho! — Gritaram lhe os vermelhos — e com uma punhalada transpassaram-lhe a garganta.
O pequeno mártir, banhado no próprio sangue que aos borbotões manava da ferida, caiu por terra, fazendo ainda esforços supremos para oscular a Santa Hóstia até dar o último suspiro. Em poucos meses havia distribuído mais de mil e quinhentas comunhões.
D. — Morte invejável por certo. Oh! Quem me dera morrer também assim.
E agora, Padre, diga-me: Se o demônio se esforça tanto para induzir os cristãos a comungar sacrilegamente, é sinal de que essas comunhões fazem grande mal.
M. — Um mal enorme, o maior de todos os males: por isso é que a comunhão sacrílega é também chamada: traição de Judas.
Comungai Bem – Pe. Luiz Chiavarino.