Fonte: Cidade Católica
Nota dos editores: Apresentamos abaixo a tradução de trechos da transcrição francesa feita pelo DICI (órgão oficial de informação da Fraternidade Sacerdotal São Pio X) de um entrevista concedida por Dom Bernard Fellay a Edward Pentin, do National Catholic Register.
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Monsenhor, qual a situação atual das discussões entre a Santa Sé e a Fraternidade São Pio X?
Estas relações com Roma não datam de hoje. Poder-se-ia dizer que, até mesmo no momento da excomunhão por causa da sagração dos bispos, em 1988, nunca houve uma ruptura total com Roma. Dom Lefebvre foi muito explícito sobre isso. Houve certas discussões, sim, e diria que as preocupações continuam até hoje. Todavia, as relações se tornaram mais próximas a partir do ano 2000. Diria que houve uma primeira etapa no fim daquele ano, ao longo da qual fizemos uma peregrinação a Roma pelo Ano santo. No fim do ano, Roma, por intermédio do cardeal Castrillon Hoyos, então presidente da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, nos disse que o Santo Padre queria que encontrássemos uma solução para esse problema. E, na época, lhe respondi: “Sim, isso é muito bom, mas há um problema: não confiamos em vocês”. E descrevi o modo cujo eles tinham tratado outros movimentos, especialmente a Fraternidade São Pedro na época. Não obstante, as discussões começaram de modo esporádico, o que permitiu com que Roma começasse a nos conhecer um pouco melhor, e, depois de alguns anos, ficou evidente que o cardeal Castrillon tinha concluído que não éramos de modo algum cismáticos. Ele disse várias vezes que éramos católicos. Ele conseguiu que se fosse posto um termo ao decreto de excomunhão, o que foi seguido pela desagradável situação de Dom Williamson, que jogou um balde de água fria, mas, ao mesmo tempo, fez dar um passo mais adiante.
Solicitamos dois preâmbulos ante de ir mais longe, em razão da falta de confiança. (O primeiro) desses dois preâmbulos deveria admitir, reconhecer que todo padre católico tem o direito de dizer a missa tridentina – coisa que parecia impossível em 2000, mas que se tornou um fato em 2007, quando o papa Bento XVI efetivamente reconhece esse direito, dizendo que a missa tridentina nunca foi abolida. Então esse foi um elemento maior, que reintroduziu – pelo menos na teoria – a liberdade da missa como um direito na Igreja.
O segundo ponto era a excomunhão que foi levantada dois anos e meio mais tarde. Então disse-se que uma vez feito tudo isso, era preciso que conversássemos, era preciso discutir certos problemas doutrinais, aqueles que vemos como verdadeiros problemas doutrinais. E, com efeito, Bento XVI disse que essas discussões eram necessárias. Não creio que tenhamos tido então a mesma perspectiva, mas chegamos a um compromisso para termos algumas conversas, que duraram dois anos, a nível mais elevado.
Na Congregação para a Doutrina da Fé, tivemos algumas reuniões sobre os pontos controversos que são, dizemos, catalisados no Concílio, que foram introduzidos na vida da Igreja católica pelo concílio Vaticano II. Depois desses dois anos, Roma fez uma proposta formal que nos pareceu ambígua demais, ou seja, que não iria resolver o problema. Declarei-lhes: “Se fizermos um acordo sobre algo ambíguo demais, estaremos apenas empurrando o problema, será preciso se ocupar dele mais tarde, e será pior ainda”. Então disse: “É preciso encontrar algo agora, antes (de qualquer acordo)”. E houve um vai-e-vem intenso, mas que não deu em nada. Foi dificílimo ver (algo) claramente em tudo isso, visto que pessoas de dentro, próximos do papa (Bento) me diziam que, de fato, o que nos era proposto não correspondia à visão do papa; então não era fácil ver o que acontecia (realmente).
UMA SITUAÇÃO PARADOXAL: SEM MAGISTÉRIO VERDADEIRO
Agora, com o novo papa, o papa Francisco, passamos a uma situação nova, que é muito interessante, mas que é ainda mais incompreensível. Chamo isso de uma situação paradoxal, visto que, por assim dizer, os problemas que denunciamos estão se tornando piores na Igreja, e, ao mesmo tempo, uma parte (das autoridades), sobretudo em Roma, começa a dizer e a reconhecer que é preciso fazer algo.
Do lado da Congregação para a Doutrina da Fé, há uma nova perspectiva onde se considera, graças a essas discussões (doutrinais), que está novamente claro que a Fraternidade não é cismática. Isso quer dizer que os pontos que defendemos não têm a ver com pontos que separariam a Fraternidade da Igreja, nem a nível de um cisma, nem – o que seria pior – a nível de uma heresia contra a fé. Eles ainda consideram que é preciso esclarecer a questão da percepção do que é o magistério, mas insistimos sobre o fato de que eles tornam essa perspectiva confusa, sobretudo quando vemos hoje que há questões (doutrinais) que não dependem magistério – o que é muito estranho. Assim, vocês têm a mais elevada autoridade da Igreja que diz: “Não ensino”. O que é isto então? É obrigatório? É óbvio que eles querem obrigar. Ao mesmo tempo eles dizem que não é obrigatório. Esta é realmente a confusão.
Eis o que é muito surpreendente: parece haver mais chances do que nunca de uma plena comunhão agora, e, todavia, a Santa Sé e o papa parecem, aos vossos olhos, estar se afastando do que vocês desejariam.
É precisamente isto o que chamo de paradoxal. Mas não é ambíguo, podemos explicar o que ocorre. E devo acrescentar que há duas linhas agora: é preciso distinguir entre a posição do papa, que é uma coisa, e a da Congregação da Fé. Eles não têm a mesma abordagem, mas somente a mesma conclusão, que é: acabemos com este problema concedendo o reconhecimento canônico à Fraternidade. Mas estou convencido, pelo menos em parte, de que ainda há uma outra abordagem, que poderia finalmente dar no mesmo, e que consiste em dar menos importância ao problema que consideramos como importante, o Concílio: em outras palavras, reduzir a obrigação do Concílio.
O senhor diz que há hoje certas “questões abertas”?
Disse isso provocando. Eles não falam assim, mas o que eles dizem é que a questão da liberdade religiosa, da Nostra Aetate, das relações com as outras religiões, do ecumenismo, e mais ainda a questão da reforma litúrgica não são mais uma causa de separação com a Igreja. Em outras palavras, vocês podem questionar essas coisas permanecendo católicos. Isso quer dizer também que o critério que eles querem nos impor para provar que somos católicos não incidirá mais sobre esses pontos. Para nós, isso é importantíssimo.
Como isso pode corresponder com Dom Lefebvre, que dizia que não podia haver ocasião de reconciliação a menos que Roma se arrependesse de seus erros? Isso mudou, ou ainda é o caso?
Não, acho que há dois níveis aqui (o humano e o sobrenatural). O primeiro é a realidade na qual vivemos. Esperamos da Igreja que ela seja pura e santa, e professamos que ela o é. Mas sabemos bem que há muitas pessoas na Igreja, de alto a baixo, que não vivem assim. Isso não é novidade, sempre foi assim. Eis que, você tem os bons católicos, tem os católicos mornos, tem os membros mortos, todos eles são membros dessa Igreja. Então, é preciso reconhecer alguns acontecimentos infelizes na Igreja, que admitimos, porque vemos na Igreja não uma realidade humana, mas uma realidade sobrenatural com um elemento humano. Continuamos a olhar a santidade da Igreja, criticando, atacando, recriminando, condenando esses elementos que se opõem à santidade e à pureza da doutrina que vem de Nosso Senhor.
Dom Lefebvre sempre manteve essa posição. Era um bispo na Igreja, conhecia o estado da Igreja, ele sabia que as pessoas ao redor dele não eram todas perfeitas, e ele não teria ousado se declarar a si mesmo perfeito. Todo mundo tem defeitos… Isso não quer dizer que é preciso concordar com tudo. O problema é quando essas atitudes vêm do alto. Você tem aí um problema de obediência que é gravíssimo. E é nesse sentido, diria, que é preciso tomar as palavras de Dom Lefebvre: não é agora que vamos obedecer sobre esses pontos (humanamente desastrosos).
Se vocês voltassem à plena comunhão, e se houvesse um conflito entre ambas, o que prevaleceria, a obediência ou a Tradição?
Inicialmente, uma verdadeira obediência só pode existir na Tradição. O papa não é um ser independente. Ele não pode inventar o que lhe agrada. Ele está ligado ao que se chama de o “depósito da fé“. É a famosa citação (do Vaticano I[1]) sobre a infalibilidade do papa, que diz que o Espírito Santo nunca prometeu a São Pedro e aos seus sucessores que, por uma nova inspiração, o papa poderia inventar algo novo. Absolutamente não. O socorro de Deus não é prometido em tal situação. Mas a Constituição do Vaticano I acrescenta: Com a ajuda do Espírito Santo, o papa pode guardar, preservar santamente e transmitir fielmente esse depósito da fé. Então, se você fala de obediência, sim, certamente, um católico deve obedecer, desde que os superiores, os prelados, os bispos e o papa continuem a ensinar e a serem fiéis à sua missão.
O RECONHECIMENTO CANÔNICO: UM DIREITO, MAS NÃO UM ABSOLUTO
Quais são os principais motivos para voltar à plena comunhão? É em parte por que vocês devem sagrar novos bispos?
Não. Inicialmente, temos repetido e dito incessantemente: não estamos fora da Igreja. E mantemos isso. Temos todos os elementos necessários – e considerados, em outras épocas, como tais – para estarmos em comunhão com a Igreja. Diria que com o Concílio eles inventaram um novo sentido da palavra “comunhão“, falando de “plena comunhão” e de“comunhão parcial”, o que é ainda mais estranho, visto que o católico normal compreende a palavra comunhão no sentido antigo: vocês estão em comunhão ou não. Agora, eles introduziram esse “não em plena” comunhão, e ninguém sabe o que é exatamente. Afirmamos que temos o direito de sermos chamados de católicos, porque o somos, porque reconhecemos as autoridades e reconhecemos todos esses elementos como sendo necessários. Eis o primeiro ponto. Mas, fora isso, não busco essa regularização canônica como um absoluto. Para mim, isso é óbvio, temos o direito a isso, mas não temos de fazer compromissos e depreciar a fé, a disciplina da Igreja para tê-lo. Consideramos como uma injustiça o fato de que eles não no-la dão, e mantemos nosso ponto de vista. Ponto. E se nos encontrarmos diante de uma escolha entre manter a fé e fazer um compromisso, o que vamos fazer é claro: não vamos fazer certos compromissos.
Alguns temem – Dom Richard Williamson, por exemplo (que foi expulso da Fraternidade em 2012 por desobediência) – que vocês pendam a uma tendência modernista ao entrar na Igreja pós-conciliar. O que o senhor fala sobre isso? É um perigo, e quais são as precauções tomadas para impedir esse perigo de se tornar uma realidade?
Poderia dizer que há perigos por toda parte. A situação geral da Igreja é muito arriscada nesse momento. Há perigos por toda parte. Descrevo sempre a nossa situação como a de alguém em cima de um cume, uma montanha, e há dois abismos: um à sua direita e um à sua esquerda. Se você colocar o pé muito à direita ou muito à esquerda, você cai. O diabo não está nem aí para o lado que você cai, o que conta para ele é que você cai. Considero como um milagre o fato de que não tenhamos caído até aqui, e rezamos para não cair. Então, não, o ponto de vista de Dom Williamson é completamente falso. Ele pensa, em primeiro lugar, que queremos fazer certos compromissos, que o queremos a qualquer preço. E, depois, em segundo lugar, ele diz que estaríamos sob a influência de liberais, que eles seriam as nossas autoridades e que seguiríamos necessariamente a corrente. Novamente, essa não é uma opção para nós. Solicitamos a Roma as garantias de que poderemos continuar tais como somos.
O senhor viu garantias que o senhor pode aceitar ou ainda não?
Penso que quanto mais isso caminha, mais Roma se torna indulgente. E é por isso que começamos a falar de aproximação, porque Roma concede pouco a pouco o que vemos como uma necessidade, e porque eles começam a ver como uma necessidade sendo dada a situação da Igreja. Mas não é Roma inteira, é uma parte, são os conservadores, que estão chocados pelo o que ocorre na Igreja.
Vista a confusão atual na Igreja e o descontentamento daqueles que são do lado conservador, como o senhor diz, vocês se vêem possivelmente como vindo em socorro da Igreja?
Há alguns em Roma que nos dizem isso. Há alguns que usam não a palavra “socorro”, mas“ajuda”, e, defenitivamente, mesmo no documento proposto por uma regularização, isso é mencionado. Assim, não somos nós que inventamos isso. A situação na Igreja é realmente catastrófica. E diria que, enfim, hoje, nessa situação que vai piorando, você tem vozes que começam a falar, pessoas que se aproximam de nós e que tentam ver a nossa posição como não sendo tão má como se acreditava antes.
Alguns têm considerado que se vocês fossem regularizados, isso seria como se Deus estivesse sendo misericordioso com aqueles que estão muito descontentes com a confusão e preocupados com a situação atual na Igreja. O senhor vê a mão de Deus em tudo isso?
Estou convencido de que Deus não abandonou sua Igreja. Ele permite certas provações, mas Ele está sempre aqui. Contudo, é um pouco difícil dar essa denominação antecipadamente, mas, para mim, o fato é que não somos condenados nessa situação, o que é realmente paradoxal, visto que não mudamos nada e continuamos a denunciar o que se passa. E, não obstante, vemos esse movimento em nosso favor em Roma. Então, para mim, sim, vemos aí a mão de Deus, mas nesse sentido. Se isso teria de ocorrer, e não estou certo disso, seria, com efeito, como um bom sinal da misericórdia de Deus – para todo o mundo.
UM PAPA ATÍPICO
O senhor disse que o senhor ama esse papa, que o senhor ama alguns aspectos desse papa[2].
O Santo Padre é totalmente atípico, e o problema, quando é preciso se aproximar dele, é tentar colocá-lo em uma das nossas categorias habituais. Este é, por assim dizer, um dos grandes problemas, pois o modo normal de julgar alguém é partir de seus atos e, deles, concluir que ele age assim porque ele pensa de tal modo. Mas se você remonta a uma doutrina, ou, por vezes, a uma ideologia, com esse papa você fica completamente perplexo, porque ele faz algo num dia e no outro ele faz e diz quase que o contrário. Esse é um dos pontos mais perturbadores com o papa atual.
Acho que é preciso compreender que sua abordagem não se situa a esse nível. Ele o disse várias vezes: ele tem afirmado que ele considera a doutrina como um obstáculo nas relações com as pessoas. Para ele, o que é importante é a vida, a pessoa. Então, ele tenta ver a pessoa e, aí, por assim dizer, ele é muito humano. Agora, quais são suas motivações? Aí também, sempre tentamos compreender. Para mim, ele parece como alguém que gostaria de ver todo mundo salvo, que todo mundo tivesse acesso a Deus, como um salvador que desfaz seu cordão de segurança para se colocar ele próprio numa situação arriscada a fim de salvar outras pessoas. Ele mesmo nos disse[3] que ele teve problemas com algumas pessoas na Igreja por causa de sua abordagem (em relação a nós), mas que ele utiliza a mesma abordagem com todo mundo.
As críticas mais duras do papa tendem a visar sempre os “doutores da lei”, que ele vê como fariseus. Alguns afirmam que ele fala, entre outros, da Fraternidade. O senhor diria que ele parece estar mais zangado com pessoas como vocês?
Perguntei a algumas pessoas em Roma: em quem ele está mirando? Elas não sabem, não sabiam o que dizer. Elas disseram “talvez vocês, mas…”. A resposta que tivera com mais frequência fora: “os conservadores americanos”! Então, sinceramente, não sei. É certo que ele não gosta das pessoas ideológicas demais. Isso está muito claro. Mas acho que ele nos conhece bem desde a Argentina para saber que nos preocupamos com as pessoas. Sim, temos uma posição fortíssima sobre a doutrina, mas cuidamos das pessoas. Demonstramos uma verdadeira ação (apostólica) que resulta da doutrina, e não acho que seja isso que ele critique. É certo que ele não concorda conosco sobre os pontos do Concílio que atacamos. Absolutamente não. Mas para ele, a doutrina não é tão importante, o homem, as pessoas são importantes, e aí temos dado muitas provas de que somos católicos. Eis sua abordagem.
O senhor disse recentemente que o senhor acredita que ele vê a Fraternidade São Pio X como que compartilhando de sua preocupação com uma Igreja estável, satisfeita consiga mesma, que não busca mais a ovelha desgarrada.
Não diria isso, ele vê apenas que somos sinceros, isso é tudo. Ele vê certamente coisas em nosso meio com as quais ele não concorda, coisas que ele gostaria de nos ver mudar, mas para ele isso não é o importante. O que é importante é amar Jesus, e isso é tudo.
E se isso ocorrer, nos termos de uma regularização, a Fraternidade estaria disposta a ceder a Roma o direito de escolher seus próprios candidatos para uma sagração episcopal, rejeitando seus próprios desejos?
Não é o que eles pedem. Roma pede que, na escolha ou nomeação do superior da nova estrutura canônica, apresentemos três nomes entre os quais o papa escolheria o superior que se tornaria então bispo.
E se ele escolhesse um que vocês não querem, enquanto vocês preferissem outro, isso seria um problema?
Não podemos entrar em todas as situações negativas possíveis. Se podemos escolher três pessoas, penso que cabe a nós escolher as boas.
Alguns pensam: se vocês forem regularizados, o que impediria os fiéis de se juntar à Fraternidade Sacerdotal São Pedro, visto que não haveria mais verdadeiras diferenças?
Acho que é a Fraternidade São Pedro que vai se unir à Fraternidade São Pio X!
Mas o senhor vê talvez a formação de um tipo de aliança um dia?
Não acho que isso poderia acontecer rapidamente, porque ocorreram muitas coisas. Eles se separaram de nós, ele nos declararam cismáticos, e assim sucessivamente, e mesmo agora alguns deles continuam a fazer isso. Então não acho que isso viria rapidamente, mesmo com um reconhecimento, visto que eles se apoiam em certas bases, e eles não estão dispostos a mudar essas bases. Quero dizer que haverá sempre razões para discussões. Não acho que tudo se desenrolará bem, isso não é verdade. A situação da Igreja não é boa. Então, será preciso que todo mundo a avalie para ver como poderemos sair desse caos.
A situação da Igreja, quando a olhamos hoje, vai se tornar uma situação verdadeiramente caótica, o que quer dizer que há muito trabalho a ser feito e que todo mundo, todo católico tem condições de refletir no que podemos fazer ativamente ou passivamente para voltar a uma situação normal na Igreja. Logo, não acho que um reconhecimento canônico eliminaria o problema, que não está em nós. O problema está na Igreja, e é o que vemos agora: a confusão em todos os níveis, moral e doutrinal.
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Notas:
[1] Vaticano I, Pastor Æternus (18 de julho de 1870), cap. IV sobre o magistério infalível do Pontífice romano.
[2] Alusão a um título errôneo de um artigo no chiesa.espressonline (01/04/16), sobre a entrevista de Dom Fellay ao DICI (04/03/16), onde o Superior geral não diz: “o papa gosta da gente”, mas que alguns aspectos da Fraternidade São Pio X agradavam a Francisco.
[3] Cf. o sermão de Dom Fellay em Puy-en-Velay (DICI de 13/04/16). (…)