Se durante muito tempo não movermos uma pedra, ela se cobrirá de musgo; se deixarmos de fazer exercícios físicos, os membros ficam flácidos. O mesmo vale da fé: quem não pratica sua religião, é envolvido primeiramente pelo musgo da indiferença; em seguida vêm as dúvidas; e o fim qual será?… Fé tíbia, e talvez descrença completa.
Não deves, portanto, apenas salvaguardar tua fé; deves vivê-la. Exercita-a na oração. Reza, todas as manhãs o “Creio em Deus” lenta e devotadamente. Rende graças a Deus, porque te fez nascer na verdadeira fé católica. Principalmente, porém, pratica-a por uma vida ideal que busca na religião suas forças. Como causa primordial dos desvios fundamentais da alma de muitos e muitos jovens, podemos indicar o fato de manifestarem em sua vida, um espírito de fé deploravelmente mesquinho. A religião teórica, que se não manifesta em prática, vale tanto como um carro sem eixo.
Por essa razão compreenderás, embora te pareça curioso à primeira vista, o conselho que uma vez dei a um moço:
Ele se queixava: “Quisera crer, mas não posso.”
— “Meu caro, faça violência à sua vontade! A fé é graça divina, mas supõe a vontade humana. Sim, Deus concede a graça; depende porém do homem querer colaborar com ela ou não. Não pode crer? Pouco importa! Repita o clamor dos apóstolos: “Senhor, robustecei nossa fé!” (Lc. 17,5). Ou diga como o pai da criança doente: “Creio Senhor, mas aumentai a minha fé!” (Mc. 9, 23). Você murmura que a oração o deixa frio, que não acha atrativo na S. Missa, que a vida religiosa lhe é enfadonha. Ainda uma vez, pouco, importa! Apesar de tudo, recite conscientemente as orações de costume; apesar de tudo procure seguir as orações da missa, do princípio ao fim.”
“Mas uma religiosidade assim forçada, de nada vale”, dirás talvez.
“Engano! O Pai Celeste não considera os resultados, mas sempre leva em conta a boa vontade. Aceita com complacência a luta de nossa vontade contra a preguiça e as tentações”…
Quando pois te atormentarem dúvidas contra a fé, embora o faças a contragosto, não deixes de rezar com regularidade e frequentar os sacramentos da confissão e comunhão. O jovem que reza, confessa e participa do Banquete Sagrado não perderá a fé, muito embora o assaltem as mais terríveis tentações. Repete a miúdo esta oração:
“Senhor, não posso crer! Ou, pelo menos, parece-me que o não posso: O céu se tolda, sobre a minha cabeça … mas, quero crer em vós, Senhor! Quero, sim, quero crer! Ajudai-me contra a incredulidade!”
A Religião e a Juventude – Mons. Tihamer Toth