QUERO SER PADRE!

pedroAquele que havia de ser o fundador da Congregação do SS. Sacramento, o Pe Julião Eymard, parecia predestinado desde pequenino a ser um grande devoto da Eucaristia. Quando sua mãe, levando-o nos braços, ia à benção do Santíssimo, o menino não se cansava de olhar para Jesus na custódia.

Ia com a mãe em todas as visitas à igreja e não se cansava nem pedia para sair antes dela.

Sua irmã Mariana, que tinha dez anos mais e foi sua segunda mãe, costumava comungar com frequência. O irmãozinho, invejando-a, dizia:

– Oh! como você é feliz, podendo comungar tantas vezes; faça-o alguma vez por mim.

– E que pedirei a Jesus por você?

– Peça-lhe que eu seja muito mansinho e puro e me de a graça de ser padre.

Às vezes desaparecia durante horas inteiras. Procuravam-no e iam encontrá-lo ajoelhado num banquinho perto do altar, rezando com as mãos juntas e os olhos pregados no sacrário.

Antes mesmo do uso da razão ansiava por confessar-se; mas não o admitiam. Quando tinha nove anos quia aproveitar a festa de Natal para converte-se como dizia.

Apresentou-se ao vigário e depois ao coadjutor, mas, como estavam ocupados, não o entenderam.

Apresentou-se ao vigário e depois ao coadjutor, mas, como estavam muito ocupados, não o atenderam.

Partiu, pois, com um companheiro, em jejum, e, fazendo uma caminhada de oito quilômetros sobre a neve, lá, na paróquia vizinha, conseguiu confessar-se.

– Como sou feliz – dizia – como estou contente! Agora estou puro!

– Que grandes pecados havia cometido?

– Ai! cometi muitos pecados em minha infância: roubei um quepe (boné) numa loja e, depois, arrependido, voltei e deixei-o em cima do balcão.

Para preparar-se para a primeira comunhão, começou a fazer penitências: Colocava uma tábua em baixo do lençol, jejuava e quando a fome apertava, corria a fazer uma visita ao Santíssimo para esquecê-la.

Enfim, a 16 de março de 1823, chegou para ele o grande dia. Que se passou neste seu primeiro abraço com Jesus?

Quando o apertava ao coração, dizia-lhe:

“Quero ser padre! Eu prometo”.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves