SÃO CLEMENTE MARIA

Resultado de imagem para SÃO CLEMENTE MARIANasceu S. Clemente a 26 de dezembro de 1751 numa aldeazinha da Áustria. Contava sete anos apenas, quando lhe morreu o pai. A mãe, tomando um dia o filhinho pela mão, levou-o à igreja e, diante de um belo e devoto Crucifixo, disse-lhe: “Meu filho, de hoje em diante teu pai é Jesus; não te apartes jamais do caminho que lhe agrada”. Esse conselho ficou gravado no coração e na memória de Clemente, servindo-lhe de estímulo nas horas difíceis de sua vida. Depois de ter sido, sucessivamente, aprendiz, eremita, peregrino e estudante, entrou, afinal, na Congregação dos Padres Redentoristas, em Roma, ordenando-se sacerdote, quando já contava 34 anos de idade.

S. Afonso, ouvindo falar dele, disse profeticamente: “Esse Padre fará grandes coisas para a glória de Deus”.

Em favor das crianças pobres e órfãs saía o Santo a esmolar, expondo-se a humilhações e vexames. Sacrificava-se pelo bem das crianças. Saiu, um dia, a esmolar e vendo na varanda duma casa muitos homens em alegre reunião, julgou que ali receberia um bom auxílio para o orfanato. Aproximando-se modestamente de um daqueles senhores disse-lhe:

– Meu amigo, venho pedir-lhe um auxílio para os meus órfãozinhos.

O homem, nada amigo de padres, e ainda menos disposta a dar esmolas, cobriu-o de injúrias e, exaltando ao extremo, com sumo desprezo escarrou-lhe no rosto. Clemente, com grande calma e paciência, toma o lenço, limpa o rosto, e diz:

– Meu amigo! isto foi para mim; agora dê-me alguma coisa para os meus órfãozinhos.

Não houve, entre aqueles homens, quem não admirasse a heróica mansidão de Clemente. O próprio ofensor arrependido, deu-lhe uma boa esmola e tornou-se grande admirador do Santo.

Em suas pregações era Clemente bastante original. Havia no lugar, onde pregava, uma velha, mulher do ferreiro da vila, que se contentava com uma única confissão anual.

Clemente exortou-a a confessar-se mais vezes, pois não demoraria a comparecer diante de Deus.

– Mas, padre, que diria a gente se a mulher do ferreiro fosse confessar-se muitas vezes?

No domingo seguinte, depois de pregar sobre a freqüência dos sacramentos, de repente exclama:

– Mas a velha “ferreira” diz: “que diria a gente se a mulher do ferreiro fosse confessar-se muitas vezes?” E olhando para a mesma, que também ali estava, perguntou:

– Ó boa “ferreirinha”, que diria a gente, se a ferreira estivesse no inferno?

Uma testemunha de suas pregações dizia: “Quando pregava, parecia um serafim.

Frequentes vezes os numerosos ouvintes não podiam conter as lágrimas nem reprimir os soluços. Como confessor, era extraordinário. Parecia ler nas consciências. Uma vez, um moço, logo após o sermão, procurou-o para confessar-se.

– Ainda não (respondeu o Santo); vem comigo. E conduzindo-o a um quarto, aponta para o Crucifixo e diz: – Olha, aprende aqui a tua lição.

Rosa, aluna dum colégio, estava à morte. Agitava-se e gritava:

– O cão preto quer me devorar… o cão preto quer me devorar…

Chamaram a Clemente. Apenas penetrou no quarto, exclamou a menina: – O cão preto está fugindo… O cão preto já desapareceu…

O Santo preparou-a para a morte, que não demorou.

– Irmãs, disse, temos no céu mais um anjo que rezará por nós.

S. Clemente, chamado com razão o Apóstolo de Viena e o Propagador insigne da Congregação Redentorista, após uma atividade estupenda, entregou sua bela alma a Deus no dia 15 de março de 1820, na idade de 69 anos. Foi canonizado a 20 de maio de 1909.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves