Também é hora de voltar às aulas… do catecismo!
Fonte: FSSPX
A Sra. Márcia, uma conselheira municipal de educação, esquerdista obviamente, analisa o último boletim escolar de seu Jonathan, aluno do terceiro ano do ensino médio do Colégio Paulo Freire: ufa! Seu filho mais velho tem uma boa média em matemática, então podemos esperar que opte pelo ramo de exatas e, por que não, que consiga entrar em uma universidade publica de matemática… E sonha com Jonathan assumindo um cargo de prestígio e bem remunerado em uma grande empresa… Que mãe não tem grandes ambições para o filho?
A Sra. Joana, que é mãe e dona de casa, abre o envelope com o boletim escolar de Manoel, aluno do nono ano do Colégio Sagrado Coração de Jesus. À frente das outras matérias, ela lê: “Catecismo: primeiro lugar com 09”. A avaliação da disciplina é muito elogiosa: Manoel tem um espírito muito bom, cuida bem dos pequenos de sua equipe, sabe como ser útil. E a mamãe sonha um pouco: como será o filho dela no futuro? Um pai forte com uma família grande? Um padre, talvez? Que mãe não tem grandes ambições para seu filho?
Sim, toda uma concepção de vida é revelado na maneira como os pais analisam os boletins escolares de seus filhos. O que eles esperam de sua escola? Que seus filhos aprendam equações de segundo grau? É claro, mas “os pagãos não fazem o mesmo”? Eles matricularam seus filhos em escolas tradicionais só porque a disciplina é melhor, os deploráveis métodos modernos não são aplicados e os resultados no vestibular são espetaculares? Essas são razões boas e louváveis, é claro, mas isso não é o principal: “Era necessário praticar estas coisas, mas não omitir aquelas”, sem esquecer que uma escola católica é, antes de tudo, católica!
Não é apenas normal, mas fundamental, que o catecismo ocupe um lugar de destaque entre os assuntos ensinados. Ele dá o espírito a todo o ensino. É o catecismo que afirma os princípios que serão aplicados ao restante da vida escolar.
Como o catecismo ensina que somos todos filhos de nosso Pai celestial, os alunos praticarão o respeito mútuo em vez de brigarem como selvagens. Como ele dá o exemplo de Nosso Senhor e sua entrega por nós, as crianças serão convidadas a fazer um esforço diferenciado na Quaresma em vez de viverem como egoístas, satisfeitas consigo mesmas. Por ensinar que somos marcados pelos resquícios do pecado original, as crianças aprenderão o espírito de penitência (comer de tudo no refeitório, respeitar a disciplina, limitar o conforto) em vez de dar vazão a seus instintos desenfreados. Dessa forma, a escola católica não se limita a um papel de ensino, mas oferece uma educação integral como uma extensão da educação católica recebida na família.
Portanto, é importante que os pais mostrem a seus filhos que se preocupam com esse aspecto da vida escolar. As lições de catecismo devem ser tão bem compreendidas, se não mais, do que as regras de gramática; e a conduta da criança merece ainda mais atenção do que suas habilidades acadêmicas. Os pais não devem se esquecer de comentar sobre o aspecto “moral” de uma nota boa ou ruim. Por exemplo, uma criança que tirou 06 em matemática à força de perseverança e aplicação deve ser parabenizada mais do que outra que tirou 7,5 sem se esforçar muito por causa de sua facilidade. E quanto à nota ruim, ela se deve à preguiça, dissipação, falta de compreensão ou distração? A correção será adaptada de acordo com o caso.
Contudo, ao ler isso, não tenha o receio de que a formação acadêmica das crianças seja negligenciada nas escolas católicas e que, sob o pretexto de querer formar santos, nos esqueçamos de formar estudiosos. Se as crianças trabalharam as virtudes morais de ordem, perseverança, lealdade, autodisciplina, quem pode deixar de ver que seu trabalho em sala de aula se beneficiará delas antes de tudo? Aprender as perguntas do catecismo terá formado o coração, esse é o objetivo essencial, mas também terá exercitado a memória. “Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, e todas as demais coisas vos serão acrescentadas”. Tudo o mais… até mesmo o vestibular!
Irmãs da Fraternidade São Pio X
Fideliter n°209, setembro-outubro 2012