BELÍSSIMO SERMÃO DO SUPERIOR GERAL DA FSSPX NO FUNERAL DE D. TISSIER

Em seu sermão (a partir dos 24:57min), D. Davide Pagliarani destacou a fidelidade exemplar de D. Tissier à FSSPX e à Santa Igreja.

Homem simples, constante e fervoroso, serviu uma com dedicação incansável, apesar das provações.

Toda a sua vida foi centrada na defesa da Missa tradicional e do reinado de Cristo Rei.

A Fraternidade, embora entristecida, encontra conforto no exemplo deixado por ele, e continua a confiar na Providência quanto ao futuro.

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Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, amém.

Excelências reverendíssimas, queridos confrades, queridas irmãs, queridos fiéis, 

Em primeiro lugar, gostaria de expressar as nossas sinceras condolências à família de D. Tissier, aos membros aqui presentes. Nós, como família espiritual de D. Tissier, compartilhamos vossas dores.

Sim, hoje a Fraternidade está verdadeiramente em luto. É uma perda muito importante: é a perda de um Bispo. É a perda, por assim dizer, de uma página da nossa história. Uma lindíssima página de nossa história.

Mas essa perda e o luto no qual hoje nos encontramos são compensados pela consolação do exemplo que ele nos deixou. Nosso Senhor, que sempre cumpre a sua palavra, veio buscá-lo “como um ladrão“: não estávamos preparados para uma morte tão repentina. Mas, em Sua delicadeza, Nosso Senhor quis buscá-lo justamente no momento em que ele celebraria a Missa. Foi nesse momento que Monsenhor perdeu a consciência. Seu último ato foi se dirigir para celebrar a Missa, e ele morreu poucos dias depois.  Continuar lendo

POR QUE AMO A FSSPX? – POR D. TISSIER DE MALLERAIS

O “testamento” de S.E.R. D. Bernard Tissier de Mallerais (Sermão em Ecône, 9 de dezembro de 2012).

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Queridos fiéis e amigos,

O falecimento de D. Bernard Tissier de Mallerais deixou, sem dúvida, um vazio no Seminário de Écone, sua última residência, mas também, obviamente, no coração de cada membro ou fiel da FSSPX, da qual foi um dos pioneiros, estando entre os primeiros seminaristas a dirigir-se a D. Lefebvre para pedir-lhe insistentemente, no final da década de 1960, que os formasse para um sacerdócio verdadeiramente católico.

Frequentemente ao lado do nosso venerado Fundador durante a sua vida sacerdotal e nos inícios do seu episcopado, seguiu seus passos com devoção filial a ponto de escrever, como todos sabemos, uma volumosa e completa biografia que, sem dúvida, permanecerá sendo a obra de referência para conhecer D. Marcel Lefebvre e sua obra.

Queremos, aqui, dar-lhe diretamente a palavra, através do extrato de um Sermão que ele proferiu em Écône no dia 9 de dezembro de 2012, como um testamento espiritual no qual resume o trabalho da FSSPX e as razões para permanecer fiel à sua posição doutrinal e herança espiritual e, através dela, os meios para permanecer fiel à Igreja, à fé que ela sempre transmitiu e aos meios de santidade que ela nunca deixa de oferecer.

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[…] “Queridos fiéis, por que amo a Fraternidade Sacerdotal São Pio X? 

Amo-a, em primeiro lugar, porque foi aprovada pela Igreja em 1º de novembro de 1970 por D. Charrière, Bispo de Friburgo, como sociedade de vida comum sem votos, aprovada pela Igreja e injustamente suprimida, invalidamente suprimida. Essa Fraternidade ainda existe canonicamente, independentemente do que outros possam dizer. Portanto, eu a amo porque ela foi aprovada pela Igreja. Continuar lendo

A PIRÂMIDE E O PIÃO

O Sínodo sobre a Sinodalidade, que está sendo realizado em Roma neste mês de outubro, afirma estar “transformando as estruturas” da Igreja para criar uma “Igreja sinodal”. O objetivo é rejeitar um “modo piramidal de exercício da autoridade”, em favor de um “modo sinodal”. O Papa Francisco afirma que nessa Igreja sinodal, “como em uma pirâmide invertida, o topo está abaixo da base”.

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Não é preciso ser um grande clérigo para perceber que a reforma prevista é um desafio às leis elementares da realidade: querem se libertar da gravidade. Eles querem que o governo da Igreja seja leve, porque a constituição divina da Igreja agora está se tornando pesada.

Na verdade, essa pirâmide invertida não é uma reforma, mas uma revolução, uma inversão completa. Na linguagem corrente, isso é chamado de “andar de cabeça para baixo”. Continuar lendo

17 DE OUTUBRO: DIA DE SANTA MARGARIDA MARIA ALACOQUE

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Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Nascida em 22 de julho de 1647 em Verosvres, na diocese de Autun (França), Marguerite-Marie Alacoque (Margarida Maria Alacoque) se dedicou a Cristo desde muito jovem. Na verdade, tinha apenas 5 anos quando, ao ouvir falar dos votos religiosos de sua madrinha, ofereceu-se pronunciando estas palavras que ficarão gravadas na sua memória e que ela repetirá posteriormente: “Ó meu Deus, eu Vos consagro a minha pureza e Vos faço voto de castidade perpétua ”.

Aos 13 anos, acamada por vários anos devido a uma paralisia, foi milagrosamente curada pela Virgem logo após a promessa de consagrar-se a Deus pela vida religiosa. Depois de muitas vicissitudes e assédios sofridos por parte de familiares, ela entrou em 25 de maio de 1671, aos 23 anos, na Ordem das Visitandinas de Paray-le-Monial, na Borgonha.
 
Escolhida por Nosso Senhor para ser a mensageira do Seu amor misericordioso, ela recebeu 3 grandes revelações que estão na origem da devoção ao Sagrado Coração.
 
A mais importante é o de junho de 1675, onde Cristo lhe mostrou o seu Coração, dizendo: “Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou, até se esgotar e se consumir para lhes testemunhar seu amor. Como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, pelas suas irreverências, sacrilégios, e pela tibieza e desprezo que têm para comigo na Eucaristia.”
 

Cristo pede o estabelecimento de uma festa particular para honrar o Seu Coração, comungando e fazendo reparações através de pedidos de perdão. Em troca, explica à sua confidente: “Prometo-te que o Meu Coração se dilatará para derramar com abundância as influências de Seu divino amor sobre os que tributem essa divina honra e que procurem que ela lhe seja prestada.”
 
Tornada mestra de noviças, Santa Margarida-Maria se esforça para difundir o amor do Sagrado Coração nas almas que lhe foram confiadas. Ela morreu piedosamente em 17 de outubro de 1690, aos 43 anos, pronunciando o nome de Jesus.
 
Levará mais de um século até que, em 1824, a Igreja a declare venerável, e mais quarenta anos até que seja beatificada pelo Papa Pio IX, em 1864, ano do Syllabus . Ela foi canonizada em 13 de maio de 1920 pelo Papa Bento XV.
 
Oração após a comunhão: “Tendo participado dos mistérios do vosso Corpo e do vosso Sangue, possamos nós, Senhor Jesus, pela intercessão da bem-aventurada virgem Margarida Maria, despojar-nos das soberbas vaidades do mundo e revestir-nos da mansidão e da humildade do vosso Coração.”

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O mês de junho é dedicado ao Sagrado Coração de Jesus. CLIQUE AQUI e leia mais textos sobre essa devoção.

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UMA CURIOSIDADE

Na Igreja da FSSPX em Oensingen (Suiça) está o altar original de Paray-le-Monial, construído após a morte de Sta. Margarita Maria Alacoque, e sob o qual seu corpo foi mantido até que o altar fosse substituído pelo atual.

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11 DE OUTUBRO: FESTA DA MATERNIDADE DE NOSSA SENHORA

Ao exaltar a maternidade divina da Santíssima Virgem, a Igreja celebra a Mãe por excelência e o modelo de todas as mães.

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Esta festa foi instituída em 1931 pelo Papa Pio XI por ocasião do 15° centenário do Concílio de Éfeso, onde foi proclamado o dogma da maternidade divina de Maria.
 
Nos textos da liturgia, a Igreja expressa como Maria é Mãe de Jesus, mas também nossa Mãe, uma vez que é por sua intercessão que ela obtém para nós a graça que nos une sobrenaturalmente ao seu Filho divino. A maternidade virginal de Maria estende-se desde Cristo, que ela realmente gerou na sua carne, a todos os membros do Corpo místico do Filho de Deus.
 
Este ensinamento é exposto por São Pio X na encíclica Ad diem illum (1904):
 
“Não é Maria a Mãe de Deus? Portanto é Mãe nossa também. Todos, portanto, que, unidos a Cristo, somos, consoante as palavras do Apóstolo, “membros do seu corpo, de sua carne e de seus ossos” (Ef 5, 30), devemos crer-nos nascidos do seio da Virgem, donde um dia saímos qual um corpo unido à sua cabeça. É por isso que somos chamados, num sentido espiritual e místico, filhos de Maria, e ela é, por sua vez, nossa Mãe comum. Mãe espiritual, contudo verdadeira mãe dos membros de Jesus Cristo…”

ESTEJAMOS PREPARADOS – A VIRTUDE DA FORTALEZA NAS FUTURAS SAGRAÇÕES EPISCOPAIS DA FSSPX

A virtude da fortaleza ser-nos-á muito necessária em uma circunstância crucial: o anúncio de novas sagrações para continuar a “operação sobrevivência” da Tradição Católica.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Queridos amigos e benfeitores,

Em 30 de junho de 1988, há 36 anos, D. Lefebvre realizava a “operação sobrevivência” da Tradição Católica, ao sagrar quatro bispos auxiliares para a Fraternidade São Pio X.

No entanto, o venerado prelado fez de tudo para evitar essas sagrações, indo particularmente a Roma muitas e muitas vezes para abrir os olhos das autoridades eclesiásticas para a gravíssima crise, talvez a pior de sua história, que a Igreja atravessa: desvio doutrinal e, agora, moral, decomposição litúrgica, desaparecimento da prática religiosa, preocupante desaparecimento das vocações sacerdotais e religiosas e, como consequência, uma expunção cada vez mais rápida da marca cristã em nossos países, seguida pela implementação de leis persecutórios relativas ao segredo de confissão, à pregação evangélica, à defesa da vida, à manutenção dos padrões morais e à afirmação da natureza das coisas.

Contudo, nada foi feito. Diante desta cegueira inexplicável, D. Lefebvre compreendeu, em oração e meditação, que a vontade de Deus era que ele atribuísse a si mesmo alguns auxiliares, e, depois, sucessores, no ofício episcopal de conferir o sacramento da confirmação e o sacramento da Ordem, para que a Igreja pudesse prosseguir. Não havia se passado sequer 20 anos de fundação da Fraternidade São Pio X. Continuar lendo

CONSERVADOR = CORRUPTOR

PEDRA

Pelo Pe. Etienne de Blois, FSSPX

É uma forma louvável de modéstia não querer ser excêntrico”.

Os conservadores têm suas qualidades, não há como negar. Eles têm uma certa coragem, pois precisam opor-se continuamente aos progressistas. Mas não queremos julgar as suas intenções, nem dizer em que forma são desculpáveis. Queremos simplesmente manifestar o perigo que os conservadores estão correndo e fazendo com que outros corram. Não aqueles que buscam a verdade e que se detêm um tempo enganados à meras aparências de verdade, mas os conservadores que insistem em permanecer assim.

Mas essa modéstia tornou-se impossível de praticar hoje em dia!”

Segundo os falsos pensadores, verdadeiros mentirosos, o mundo estaria dividido em direita e esquerda, conservadores e progressistas. Isto é falso. O mundo está dividido desde o pecado de Lúcifer entre aqueles que aceitam a autoridade de Deus e aqueles que a rejeitam.

Aqueles que aceitam a autoridade divina são chamados de contra-revolucionários, mas formam aquilo que verdadeiramente é chamado de “Tradição”. Os homens da Tradição aceitam aquilo que foi transmitido pelos antigos porque foi recebido de Deus. Os revolucionários rejeitam toda transmissão porque se recusam a aceitar qualquer lei. Continuar lendo

A NEO PASTORAL DE FRANCISCO – PARTE III

Recentemente, o Papa Francisco insistiu pela terceira vez sobre a ideia falsa e escandalosa do valor salvífico de todas as religiões.

Leia também a Parte 1 e a Parte 2

1. De 22 a 24 do último mês de setembro aconteceu, em Paris, o trigésimo oitavo Encontro Internacional de Oração pela Paz, organizado pela Comunidade de Santo Egídio. O Papa Francisco fez questão de dirigir uma mensagem aos participantes. E aproveitou a oportunidade para insistir mais uma vez – pela terceira vez – sobre esta ideia escandalosa e falsa do valor salvífico de todas as religiões.

2. O Papa citou o Documento assinado (por ele mesmo, em conjunto com o grão Imã Ahmad Al-Tayyeb) em Abu Dhabi, no dia 4 de fevereiro de 2019, sobre “a fraternidade humana pela paz mundial e a coexistência comum”. O desejo particularmente expresso neste texto é de que as religiões não incitem o ódio. Com efeito, os sentimentos de ódio são apresentados como desvios, dos quais se tornam responsáveis os adeptos de toda religião, a partir do momento em que “abusaram – em certas fases da história– da influência do sentimento religioso nos corações dos homens”. Logo, a religião deveria ser definida como a expressão de um sentimento religioso?…

3. Mais adiante, o Papa encoraja os participantes desse encontro a “se deixarem guiar pela inspiração divina que habita toda fé”, e isso “para imaginarmos juntos a paz entre todos os povos”. Reencontramos aqui a ideia mestra já expressa pelo Papa, durante seu diálogo com os jovens de Singapura, no último dia 13 de setembro (1), e na mensagem por vídeo dirigida ao grupo ecumênico reunido em Tirana, na Itália, em 17 de setembro(2). Esta ideia é que toda religião é querida por Deus e conduz a Deus. Como poderia ser diferente, com efeito, a partir do momento em que toda fé, toda crença de toda religião é habitada pela inspiração divina? Continuar lendo

03 DE OUTUBRO – DIA DE SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS

História da autobiografia de Santa Teresinha do Menino Jesus – Santuário  Santa Terezinha do Menino Jesus e da Sagrada Face

No dia dessa grandiosa Santa, disponibilizamos abaixo alguns links sobre ela:

COMO MANTER A PACIÊNCIA?

A VIA MARIANA DA “PEQUENA TERESA” NO FIM DE SUA VIDA

CURA A SANTA TERESINHA

EDITORIAL DA REVISTA PERMANENCIA NO CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE SANTA TERESINHA (1973)

A VIA DA INFÂNCIA ESPIRITUAL

TERESINHA, TEMPLO DE DEUS

SANTA TERESINHA, POR GUSTAVO CORÇÃO

NA IMITAÇÃO DE TERESINHA ESTÁ A SALVAÇÃO DA HUMANIDADE

SÃO JOSÉ, SEGUNDO SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS

BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – OUTUBRO/24

Caros fiéis,

Depois da Páscoa, quando os padres do priorado estavam visitando a Basílica de Nossa Senhora do Pilar em Ouro Preto, um guia chegou. Ele explicou ao seu grupo de turistas que o barroco era uma espécie de teatro organizado pela Igreja para evitar a perda de fiéis para o protestantismo. Tomei a liberdade de chamá-lo à atenção para a essência da Contra-Reforma. Ele não gostou, porém mais tarde um homem do grupo veio até mim para me agradecer, dizendo que o guia havia dito tantas coisas contra a Igreja que dava vontade de abandoná-la.

Em agosto, em outra igreja, São Francisco de Paula, na mesma cidade, um jovem guia aproximou-se de mim. Ele apontou para o altar de São Miguel e disse: “Veja, ele está pisoteando um homem negro porque os negros não podiam ser batizados naquela época! Atônito, respondi: “Mas, na cidade, há a igreja de Nossa Senhora do Rosário, que era reservada aos escravos. Qual era a utilidade disso se eles não eram batizados? O que os missionários faziam na África se não batizavam? E os santos negros como São Benedito, como poderiam ser canonizados sem serem batizados?” O pobre homem não sabia o que responder. Quantas vezes essas mentiras foram repetidas? Centenas, milhares?

Isso nos faz lembrar Voltaire, o famoso anticlerical francês do século 18, que disse: “Minta, sempre minta, algo restará disso”. Também nos lembra Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Adolf Hitler. Ele disse: “Quanto maior a mentira, mais ela é aceita. Quanto mais vezes for repetida, mais as pessoas acreditarão nela”. Infelizmente, isso é verdade. Reconheçamos a esperteza e a perseverança dos nossos inimigos. Diante das mentiras repetidas, não nos cansemos de proclamar a verdade. Conhecer nosso catecismo e a história da Igreja é essencial, se quisermos cumprir nosso dever de defender a fé. Continuar lendo

02 DE OUTUBRO – DIA DOS SANTOS ANJOS DA GUARDA

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Clique aqui para ler a Meditação de Santo Afonso sobre os Anjos da Guarda.

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Para um bom entendimento sobre questões referentes aos anjos colocamos abaixo alguns links sobre o assunto:

 

A IGREJA É INDEFECTÍVEL

Fonte: Courrier de Rome n°678 – Tradução: Dominus Est

1 – INDEFECTÍVEL E INDEFECTIBILIDADE: NAS ORIGENS DE UMA TERMINOLOGIA.

1. O substantivo “indefectibilidade” surge no século dezessete. O Dicionário da Academia Francesa o menciona em sua 3ª edição, de 1740. Apresenta-o como um “termo dogmático”, e define-o como “a qualidade do que é indefectível”, esclarecendo que ele não é “muito utilizado além desta frase:A indefectibilidade da Igreja”. Permanecerá assim, de edição em edição, até a 7ª, de 1878, onde um novo esclarecimento é introduzido: a palavra, “todavia, por vezes é dita em termos de filosofia. A indefectibilidade das substâncias”. Foi somente em 1935, na 8ª edição do Dictionnaire, que nosso substantivo recebeu um significado não mais exclusivamente dogmático: doravante, ele é apresentado como “um termo didático” que designa “a qualidade do que é indefectível”, no sentido mais amplo do termo: “A indefectibilidade da Igreja. A indefectibilidade das substâncias”. Paralelamente, o Dictionnaire de l’Académie reserva o mesmo destino ao adjetivo “indefectível”. Esse termo também aparece na 3ª edição de 1740, e, até a 7ª edição de 1878, é dado como um “termo dogmático”, definido como “o que não pode desfalecer, deixar de existir”, “não sendo muito utilizado senão nesta frase: A Igreja é indefectível”. Somente com a 8ª edição, de 1935, a palavra é designada como “um termo didático”, que significa, em um sentido amplo, “o que não pode desfalecer, deixar de existir. A Igreja é indefectível. Linha de conduta indefectível”. A edição atual do Dictionnaire, a 9ª, consagra essa evolução semântica. O adjetivo “indefectível” é definido como “o que não pode falhar, deixar de ser. Uma memória indefectível. Uma amizade indefectível. Uma linha de conduta indefectível. De acordo com a doutrina católica, a Igreja é indefectível, deve durar até o fim dos tempos”. Quanto ao substantivo “indefectibilidade”, ele é definido como “a qualidade do que é indefectível. A indefectibilidade de um sentimento. A indefectibilidade da Igreja”.

2. Essa amplificação de sentido deve manter toda a sua importância, pois, aqui, o histórico da palavra vem confirmar a extensão da coisa que ela se emprega a designar. A indefectibilidade é, originariamente, própria e exclusiva da Igreja, e isso é facilmente concebido, visto que a Igreja aparece como a única realidade criada da qual se pode dizer, aqui na terra, que não somente ela nunca deixou, mas também que ela não deixará de ser o que é: não somente indeficienteou indeficente, mas, precisamente, indefectível, ou, se nos permitem arriscarmos aqui o neologismo, “indefalível”. Aqui, em seu sentido original, a palavra significa uma impossibilidade de princípio, e não um simples fato. E isto está ligado, seguramente, à natureza essencialmente sobrenatural da Igreja. A tal ponto que a indefectibilidade não pode ser dita, por extensão de sentido, sobre as outras realidades da terra, senão em um sentido impróprio e reduzido, no sentido de um simples fato, e não mais de uma pura impossibilidade. Continuar lendo

LIBERALISMO MORTÍFERO

Resultado de imagem para liberalismo"Pe. François-Marie Chautard, FSSPX

“O fim dos modernos é a segurança na fruição privada; e eles chamam de liberdade
as garantias concedidas pelas instituições a essa fruição” 
(Benjamim Constant)

Fecundação artificial, “barriga de aluguel”, uniões homossexuais, eutanásia, aborto, contracepção, divórcio, a lista dos vícios validados, avalizados e encorajados pelas leis não cessa de crescer.

E se por acaso os católicos buscam — ainda que timidamente — impedir uma nova legislação imoral, lança-se ao seu rosto o repetitivo argumento: Como vocês ousam se opor a uma disposição legal que não faz mal a ninguém? Com base em quê a opinião dos católicos deveria prevalecer sobre a dos demais cidadãos, quando se trata de práticas que em nada lesam os católicos? Não é prova de intolerância querer impor aos demais uma conduta que não lhes diz respeito? 

O argumento é revelador do princípio fundamental que caracteriza os tempos modernos: a autonomia absoluta do homem como único limite da liberdade dos demais.

Desde que uma lei não fira um “direito” individual nem [incomode] uma minoria, desde que não gere transtornos à ordem pública, o homem é soberanamente livre de promulgar leis: eis o credo do “homo modernus”.

Benjamin Constant exprimia esse princípio de um modo límpido: 

“Eu defendi por quarenta anos o mesmo princípio, a saber, liberdade em tudo, em religião, filosofia, literatura, indústria e política: e por liberdade, compreendo o triunfo da individualidade, tanto sobre a autoridade que gostaria de governar pelo despotismo, como sobre as massas que reclamam o direito de sujeitar a minoria à maioria. O despotismo não tem direito algum. A maioria tem, sim, o direito de obrigar a minoria a respeitar a ordem: mas tudo o que não perturba a ordem, tudo o que é meramente interior, como a opinião; tudo o que, na manifestação da opinião, não perturba o próximo, quer provocando violências físicas, quer impedindo a manifestação contrária; tudo o que, de fato, em assuntos industriais, permite à indústria rival operar livremente, é individual e não poderia ser legitimamente submetido ao poder público.” Continuar lendo

A ELEVAÇÃO E O PATER

O cânon da Missa termina com o que chamamos de pequena elevação. Antes do século XII, essa era a única elevação no rito da Missa.

Fonte: Apostolo n° 178 – Tradução: Dominus Est

O sacerdote, depois de fazer a genuflexão, pega a hóstia entre os dedos e, com ela, traça cinco cruzes: três cruzes acima do cálice dizendo “por Ele, com Ele e nEle”. Com este gesto e essas palavras o rito indica que o Corpo e o Sangue de Cristo, embora separados pelo sacramento, estão unidos na glória da Ressurreição.

Em seguida, o sacerdote traça duas cruzes diante do cálice “a Vós que sois Deus Pai onipotente, na unidade do Espírito Santo…”; mostrando assim que apenas o Filho encarnou, mas que o Pai e o Espírito Santo estão presentes nesse sacrifício para recebê-lo.

Em seguida, o sacerdote coloca novamente a hóstia sobre o cálice e os eleva juntos, dizendo: “Toda honra e toda glória Vos sejam dadas”. Esta elevação significa a Ascensão de Cristo ressuscitado, pela qual o Pai recebe e aceita o sacrifício do Filho, consumando assim a nossa salvação. Continuar lendo

PADRE PIO RELATA SUA “CRUCIFICAÇÃO”

Padre Pio: a partir de 29 de abril, serão tornadas públicas dez fotos  inéditas - Vatican News

Padre Pio, o santo sacerdote capuchinho estigmatizado, conta-nos como os sinais da Paixão do Senhor foram impressos em seu corpo, em 20 de setembro de 1918.

Fonte: Radio Spada – Tradução: Dominus Est

“Era a manhã do dia 20 de setembro passado, no coro, após a celebração da santa Missa, que fui surpreendido por um repouso, semelhante a um doce sono. Todos os sentidos internos e externos, bem como as próprias faculdades da alma, se encontravam em uma quietude indescritível. Em tudo isso houve um silêncio completo ao meu redor e também dentro de mim. Subitamente sucedeu uma grande paz e abandono à completa privação de tudo e uma trégua na própria ruína. Tudo isso aconteceu num piscar de olhos. E, enquanto tudo isso acontecia, vi-me diante de um misterioso personagem, semelhante àquele visto na noite de 5 de agosto, diferindo apenas no fato de que suas mãos, pés e laterais escorriam sangue. 

A visão dele me aterrorizou; não sei dizer o que senti naquele instante. Sentia-me como se estivesse morrendo e teria morrido realmente se o Senhor não tivesse intervindo para sustentar meu coração, que eu sentia saltar-me do peito. A visão do personagem desapareceu e percebi que minhas mãos, pés e lado estavam perfurados e expeliam sangue. Imagine o tormento a que me submeti naquele momento e que continuo a viver quase todos os dias. Continuar lendo

PARAIGUALDADE

O ideal fraudulento da igualdade

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Os Jogos Paralímpicos tiveram o mesmo tratamento midiático que os Jogos Olímpicos. As pessoas se alegraram com a possibilidade oferecida a tantas pessoas deficientes de competir nas disciplinas atléticas.

Todavia, a separação destas competições em duas séries demonstra bem que não é possível comparar o desempenho de uns e outros, e fazê-los concorrer juntos. Há, efetivamente, uma desigualdade. Logo, a alegria dos competidores e dos vencedores demonstra bem que é a ausência desta igualdade  que os torna felizes.

Sem dúvida, é excelente organizar a sociedade de modo a aliviar tanto quanto possível a dificuldade dos deficientes. Todavia, a alegria não vêm de uma igualdade impossível de ser estabelecida. Ela advém, pelo contrário, de uma vitalidade que se manifesta de modo deslumbrante apesar de todos os obstáculos.

A igualdade, ao invés disso, é um slogan revolucionário. Sem dúvida, há igualdade de dignidade entre todos os seres humanos em virtude da natureza humana: essa igualdade justifica, por exemplo, a imparcialidade da justiça, mas, também, a rejeição absoluta do aborto como uma negação de dignidade e de igualdade entre a pessoa humana ainda não nascida e a pessoa que veio à luz. Continuar lendo

A “PORTA LARGA” ESCANCARADA PELO PAPA FRANCISCO

Economia de Francisco e Clara: um modelo baseado no amor

Por Paolo Pasqualucci

Tradução gentilmente pelo nosso leitor Pedro Henrique Silva

Para onde está indo a Igreja Católica? A Igreja Una e Santa está viva e imaculada perante Seu Noivo; mas será que uma parte visível dela corre o risco de sofrer uma ‘mutação genética’, ou isso já aconteceu contra nossa vontade, e estamos vendo os efeitos dessa ação? Discutamos tal questão para “resistir”, na fidelidade.

I.

O Papa Francisco, em suas viagens ou em audiências, se encontrou repetidamente com indivíduos e associações do mundo dito LGBTQ+, ou arco-íris, denominação devida ao símbolo deles, ou seja, com pessoas que vivem de diversas maneiras no “pecado impuro contra a natureza” (Catecismo de São Pio X) – sendo que algumas delas até mesmo o promovem, ainda que se declarem católicas. Entre os católicos que se mantêm fiéis ao dogma e aos valores tradicionais, essa prática causou e causa escândalo. Mas por qual motivo? Nosso Senhor não permitia que viesse até Ele prostitutas e adúlteras arrependidas, bem como não pregava a todos os tipos de pecadores para convertê-los – “Aproxima-se o reino de Deus; fazei penitência, crede no Evangelho”; “eu não vim chamar os justos mas os pecadores” (Mc 1, 15; 2, 17)? O escândalo então não advém do fato do encontro, mas sim daquilo que o Papa Francisco disse e, ademais, daquilo que ele não disse e que deveria ter dito enquanto sacerdote, ainda mais sendo Romano Pontífice e, portanto, Vigário de Cristo na terra.

De fato, enquanto Nosso Senhor exortava sempre os pecadores com doçura, mas firmeza para “não pecarem mais”, isto é, para mudarem imediatamente de vida, converterem-se, viverem segundo os ensinamentos Dele, já que o “Reino dos Céus” estava próximo, quer dizer que a salvação eterna estava mais “próxima” naquele momento como nunca antes, graças às Suas pregações e ao Seu exemplo. O Papa Francisco, pelo contrário, sempre incitou todos esses pecadores a continuarem como são, visto que ele falou várias vezes: “Deus o ama assim como você é”! Não parece que ele os tenha alguma vez encorajado a mudar imediatamente de vida, a procurar entrar “pela porta estreita” (Lc 9, 23-24), carregando a própria Cruz dos verdadeiros seguidores de Cristo, negando a si mesmos (Lc 9, 23-24); em suma, nada evidencia que ele os tenha aberta e fortemente encorajado a fugir do pecado, a viver como verdadeiros e coerentes católicos, a procurar auxílio da Graça, a projetar a existência na salvação, a vida eterna, o único fato que verdadeiramente conta para cada um de nós! Continuar lendo

DEUS É CARIDADE

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

“ECCE AGNUS DEI”

A estas palavras, diz-nos São João, eles o seguiram. Contudo, ele nos comunica apenas um nome, André. Porém, ao lermos os detalhes, compreendemos que São João fazia parte da aventura. E, pela primeira vez, aquele que Jesus mais amava esconde sua identidade.

O que se passa em uma alma apaixonada é muito misterioso. As lembranças do primeiro encontro com o amado são episódicas, mas muito precisas. É uma lembrança que marca definitivamente, uma atitude, um lugar, uma palavra… é um momento. É o que encontramos na narração, tão simples e tão detalhada, do Evangelho, onde acontece o abalo de um primeiro encontro com alguém que faz vossa vida mudar de rumo: era neste lugar, às margens do Jordão, na segunda hora, que Jesus passava. Temos a impressão de ver sua silhueta, ouvimos o Batista falar. João se lembra de tudo. Como não poderia se lembrar de todos estes detalhes aquele que Jesus mais amava?

Não se tratava de um amor humano, como aquele de um simples discípulo que se afeiçoa ao seu mestre, ou como aquele do esposo que encontra pela primeira vez sua esposa. O amor humano nasce da bondade de uma pessoa, de um objeto. Essa bondade é a expressão de uma certa semelhança, de uma certa proporção. Aquele que ama se encontra naquele que ele ama, e sai de si mesmo para se ligar a este outro que o eleva, o completa. Continuar lendo

A NEO PASTORAL DE FRANCISCO – PARTE II

Retorno às palavras escandalosas proferidas pelo Papa Francisco no último dia 13 de setembro.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

Leia a primeira parte clicando aqui

1. As palavras – escandalosas – proferidas pelo Papa Francisco no último dia 13 de setembro(1) podem ser compreendidas no sentido de uma forma sútil de indiferentismo, se as entendermos à luz do Concílio Vaticano II. A constituição Lumen gentiumsobre a Igreja, completada pelo decreto Unitatis redintegratio sobre o ecumenismo e a declaração Nostra ætate sobre as religiões não cristãs recusam, com efeito, o princípio próprio do pluralismo religioso, ou seja, a ideia de igual dignidade, verdade e eficácia em matéria de salvação de todas as religiões. Para admitir o valor salvífico de todas as religiões, os ensinamentos do Vaticano II pretendem entendê-lo de modo diferenciado, em referência ao primado da Igreja de Cristo, que subsiste na Igreja católica.

2. A ideia do pluralismo religioso entendida no sentido estrito foi, além do mais, objeto de uma avaliação crítica pela Congregação para a Doutrina da Fé, então dirigida pelo cardeal Joseph Ratzinger, em uma Notificação publicada pelo Osservatore Romano de 26 de fevereiro de 2001. Naquela época, a Santa Sé aproveitou o lançamento do livro do padre jesuíta Jacques Dupuis, Vers une théologie chrétienne du pluralisme religieux(2), disponível nas livrarias em 1997, para reagir e indicar o verdadeiro sentido dos textos do Concílio que supostamente autorizavam o diálogo inter-religioso(3). A religião católica, e somente ela, representa a plenitude, ou o estado perfeito, da economia salutar, enquanto as religiões não cristãs e as confissões cristãs não católicas representam apenas um estado parcial, certamente em graus diversos, mas, não obstante, reais. Em outras palavras, e se servindo do exemplo utilizado pelo Papa Francisco em seu bate-papo com os jovens de Singapura, a religião católica, e somente ela, representa a língua mais completa para alcançar a Deus, enquanto as outras religiões não teriam a mesma precisão. Todavia, resta dizer que todas as religiões são caminhos iguais que conduzem a Deus. Para ser mitigado, o pluralismo religioso permanece o que é: uma forma nova do mesmo erro, ou uma variante.

3. O pensamento do Papa Francisco corresponde a essa variante, na continuidade do Vaticano II? A continuação de sua fala, é necessário dizê-lo, permitiria duvidar disso. “Mas o meu Deus é mais importante que o seu!”, objeta ele. “É verdade? Há apenas um único Deus, e nós, nossas religiões são línguas, caminhos para alcançar a Deus”. Se nenhuma religião pode pretender conduzir a um Deus mais importante que aquele das outras, onde está a mitigação do pluralismo? E onde está a continuidade? Continuar lendo

A NEO PASTORAL DE FRANCISCO

Dirigindo-se aos jovens de Singapura em 13 de setembro de 2024, o Santo Padre disse-lhes claramente que “todas as religiões são um caminho para alcançar a Deus”.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

1. Durante sua última viagem realizada à Indonésia, o Papa Francisco quis se encontrar com os jovens do Colégio Católico de Singapura, nesta sexta-feira, dia 13 de setembro de 2024. Encontro inter-religioso, no sentido em que os jovens em questão, longe de serem todos católicos, pertenciam a diferentes confissões, católicas ou não, cristãs ou não.

2. Encorajando esses jovens a “dialogar”, o Santo Padre disse-lhes claramente que todas as religiões conduzem a Deus. “Todas as religiões são um caminho para alcançar a Deus. São – faço uma comparação – como diversas línguas, diversos idiomas, para alcançá-Lo. Porém Deus é Deus para todos. E porque Deus é Deus para todos, somos todos filhos de Deus”(1).

3. A comparação é interessante. Com efeito, Aristóteles e São Tomás nos dizem que a língua é o sinal, a expressão direta e imediata, não das realidades extra mentais, mas das ideias, ou seja, dos conceitos intelectuais por meio dos quais nossa alma assimila, no íntimo de si mesma, a realidade que ela conhece. E a linguagem é, ao mesmo tempo, o meio que a natureza deu aos homens para que estes possam se comunicar entre si, intercambiando seus pensamentos, por meio de sua expressão adequada(2). Comparar a religião a uma língua é, portanto, comparar o caminho que conduz a Deus ao caminho que conduz às ideias, que conduz ao pensamento. Se a religião é uma língua, Deus é uma ideia, e as diferentes religiões têm diferentes modos de exprimir a mesma ideia. O Papa insiste, além do mais, sobre este ponto: ““Mas o meu Deus é mais importante que o seu!” É verdade? Há apenas um Deus, e nós, nossas religiões são línguas, caminhos para alcançar a Deus. Alguns são sikhs, outros muçulmanos, outros hindus, outros cristãos, mas são caminhos diferentes”. Continuar lendo

SOBRE A ARREPIANTE “BÊNÇÃO VÁLIDA PARA TODAS AS RELIGIÕES” DE BERGOGLIO. UMA RESPOSTA SIMPLES

Sull’agghiacciante “benedizione valida per tutte le religioni” di Bergoglio. Una risposta semplice

Fonte: Radio Spada – Tradução: Dominus Est

Como é sabido (e quem não sabe deve informar-se!), desde a época de João Paulo II, um dos acontecimentos mais importantes das viagens “apostólicas” tem sido o encontro inter-religioso.

Francisco é um devotado guardião desta “tradição” pós-conciliar (diligentemente observada também por Bento XVI) e, por isso, não a perdeu nem mesmo na sua viagem ao Extremo Oriente.

E assim, no dia 4 de setembro passado, ele recebeu, em Jacarta, os jovens das Scholas Occurrentes, pertencentes a diversas “religiões”. E como Bergoglio é um tipo de pessoa que gosta de fazer declarações “chocantes”, concluiu o encontro com declarações que (legitimamente) provocaram os “mais altos lamentos” do mundo conservador e tradicionalista: Continuar lendo

A VELHA HISTÓRIA DO “ASSIS 86: CASO ISOLADO” NÃO FUNCIONA MAIS. A TÉCNICA DO “LAGARTO SEM CAUDA” EXPLICADA EM 2 PONTOS

La vecchia storia “Assisi ‘86: caso isolato” non funziona più. La tecnica “lucertola senza coda” spiegata in 2 punti

Fonte: Radio Spada – Tradução: Dominus Est

O livro Golpe na Igreja está abrindo os olhos de muitos, e isso é um grande bem. Dois artigos recentes extraídos do livro suscitaram grande atenção, em particular o de ontem do dia 10/09: Compreendendo João Paulo II para compreender Francisco. A apostasia de Assis de 86 bem explicada, sem circunstâncias atenuantes e trazida de volta ao presente) revelou um caldeirão fervente verdadeiramente interessante. Vamos analisá-lo.

Assis 86 e a sua patente apostasia são hoje indefensáveis ​​para qualquer pessoa que tenha um mínimo de conhecimento da doutrina católica (basta ler o Syllabus, Pascendi ou Mortalium Animos) ou para quem não procura se agarrar a qualquer coisa que se fantasia. Aqui, então, – em meio a dificuldades cada vez maiores – a estratégia do lagarto sem cauda é aplicada.

Seja porque, até de boa fé, pretende-se uma solução fácil, seja por razões de afeto pessoal, seja para demonstrar uma desastrada sagacidade, seja por outros assuntos de foro interno que temos o cuidado de não julgar, há quem lance o slogan: “É tudo é verdade, mas Assis 86 foi um caso isolado!”.

A ideia baseia-se numa lacuna inviável por duas razões: Continuar lendo

COMPREEDER JOÃO PAULO II PARA COMPREENDER FRANCISCO. A APOSTASIA DE 86 BEM EXPLICADA, SEM CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES E TRAZIDA DE VOLTA AO PRESENTE

Capire Wojtyła per capire Bergoglio. L’apostasia di Assisi ’86 spiegata bene, senza attenuanti e ricondotta al presente

Esse extrato fundamental para a compreender a crise atual foi extraído da obra-prima de D. Andrea Mancinella (1956-2024): Golpe na Igreja. Documentos e crônicas sobre a subversão: das primeiras maquinações ao papado de transição, do Grupo do Reno à atualidade.

Fonte: Radio Spada – Tradução: Dominus Est

27 de outubro de 1986: João Paulo II convida, pessoalmente, representantes de todas as principais religiões do mundo para um encontro ecumênico de oração em Assis, cidade de São Francisco. Cerca de um mês antes, em um artigo publicado no L’Osservatore Romano para preparar a mente dos católicos para o impacto chocante de Assis, Mons. Mejìa (então vice-presidente da Pontifícia Comissão Iustitia et Pax, ex-colega de estudos do jovem Pe. Karol Wojtyla no Angelicum e depois, naturalmente, também cardeal) revelou a heresia fundamental que estava na base deste encontro ecumênico de oração: “A presença comum (de representantes de várias religiões) baseia-se, em última análise, no reconhecimento e no respeito mútuo do caminho percorrido por cada um, e da religião à qual pertence, como via de acesso a Deus “[1]. E, de fato, é somente aceitando esse indiferentismo religioso (para o qual uma religião é essencialmente tão boa como outra), repetidamente condenado pela Igreja[2], é possível aceitar o encontro de Assis  e as suas agora incontáveis repetições em todos os níveis (incluindo o diocesano e até mesmo paroquial).

Na manhã do dia 26 de outubro, João Paulo II, antes de entrar na Basílica de Santa Maria dos Anjos, apresentou o programa do encontro aos participantes: “Daqui iremos para os nossos locais de oração separados. Cada religião terá tempo e a oportunidade para se expressar no seu próprio rito tradicional. Depois, do local de nossas respectivas orações, iremos em silêncio até a praça inferior de São Francisco. Uma vez reunidas naquela praça, cada religião terá novamente a oportunidade de apresentar a sua oração, uma após a outra”[3]. Continuar lendo

MUNDO, MUNDO…

Gustavo Corção – Conservador ardente | Pro Roma Mariana

Gustavo Corção

Entre os belos Cantos Eucarísticos do grande poeta místico que foi Santo Tomás de Aquino, vêm-nos à memória estes versos.

Solum expertus potest scire

quid sit Jesum diligere

Traduzimos, sem sabermos traduzir o sabor original: “Somente aqueles que o experimentaram podem saber o que seja o amor de Jesus”. Ou, “somente os que por experiência sabem…”.

Todos os mestres místicos ensinaram que a contemplação infusa é uma “quase experiência de Deus”. Por que “quase”? Este termo parece restritivo, e portanto impróprio para definir a mais alta de todas as aventuras da alma humana, a subida do Carmelo ou do Calvário, nas pegadas de um Deus que por nós se deixou crucificar. É por isso mesmo, aliás, que nunca poderemos encontrar termos próprios para exprimir a sobrenatural aventura. A linguagem dos místicos é inevitavelmente hiperbólica, antitética e metafórica; e é aqui, mais do que na poesia, que se aplica o que disse Rimbaud: que tentava dizer o indizível.

No caso em questão, Santo Tomás ousa empregar o termo “experimentar” quando canta, mas seus discípulos, quando tentam explicar o canto de maior linguagem especulativa, recuam diante do termo que traz sobre si uma pesada carga de conotações empíricas e carnais. E até ensinam que na subida do Caminho da perfeição o desejo de experiências sensíveis, sejam elas embora feitas do mais piedoso afeto, constituem pedras de tropeço, e até às vezes atrasos e retrocessos, porque nelas a alma se demora e se compraz no sabor e nas consolações de tal afeto. Ora, não foi este o exemplo que Jesus nos deixou na subida do Calvário. A subida mística só se fará se deixarmos para trás o lastro de terra e de carne, e se, corajosamente, aceitarmos a purificação da noite dos sentidos. Daí se explica a reserva dos mestres quando falam mais na pauta especulativa do que naquela da “experiência” ou “superexperiência” vivida na união com Deus.

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Mas agora, caído em mim de tais alturas que tanto desejara ter alcançado, e das quais só ouso falar com ciência de empréstimo e de desejo, imagino o leitor a interpelar-me: — A que vêm todas essas considerações em torno da experiência mística, e dos cantos eucarísticos de Santo Tomás, quando falávamos da agonia da Espanha, e esperávamos comentários das efervescências nacionais em torno da denúncia em boa hora levantada por Dom Sigaud sobre a infiltração comunista na CNBB? Continuar lendo

ENTREVISTA DE D. MAURO TRANQUILLO, FSSPX: O SEDEVACANTISMO NÃO É A SOLUÇÃO DA CRISE

Segue abaixo uma série de nossas publicações complementares ao vídeo sobre o assunto:

CARTA A UM FIEL SOBRE O SEDEVACANTISMO

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DEPOR O PAPA?

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BREVE CATECISMO SOBRE A IGREJA E O MAGISTÉRIO

Introdução

O sedevacantismo

O conciliarismo e a questão do “papa herético”

O galicanismo

O magistério

Magistério e revelação

A infalibilidade do magistério

Os lugares teológicos e o magistério

Magistério, intérprete da tradição

As quatro condições da infalibilidade do magistério extraordinário e ordinário

Conclusão

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PEGANDO O TOURO PELOS CHIFRES: O DILEMA SEDEVACANTISTA

Aspectos – parte 1

Aspectos – parte 2

Refutações

A igreja é visível

La salette

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ONDE O SEDEVACANTISMO E NEOCONSERVADORISMO SE ENCONTRAM

VERDADEIRA E FALSA MISERICÓRDIA

Desde várias décadas, uma noção errônea da misericórdia, que prescinde da justiça, tem se propagado na teologia. Essa “misericórdia” deformada é um elemento central do pensamento do Papa Francisco, e causa uma profunda confusão no povo cristão.

Fonte: La Porte Latine – Fonte: Dominus Est

O QUE É MISERICÓRDIA?

De acordo com a etimologia, misericórdia é o sentimento de um coração (cor, cordis, em latim) comovido por uma miséria. Pela misericórdia, entristecemo-nos pelo desfortúnio do próximo como se fosse nosso: “O homem misericordioso considera como sua a miséria de outrem, e se aflige como se ela lhe fosse pessoal”, escreve São Tomás de Aquino.

A misericórdia não é somente um movimento da sensibilidade: enquanto virtude, ela é um movimento da vontade pautada pela razão. Essa virtude visa um justo meio entre a insensibilidade ou a severidade, e uma paixão que seria incomensurável nos temperamentos deveras afáveis.

Quando nasce da caridade, a misericórdia é uma virtude sobrenatural, que tem em vista os bens naturais do próximo, e, mais ainda, os bens sobrenaturais.

AS ETAPAS DA MISERICÓRDIA

Descrevamos as etapas da virtude sobrenatural de misericórdia, aquela que é um efeito da caridade. Continuar lendo

JULGAR OBJETIVAMENTE

Muitas de nossas dificuldades cotidianas decorrem da falta de discernimento. O que isso significa?

Fonte: Apostol n° 188 – Tradução: Dominus Est

Não apreciamos a realidade dos fatos tal como eles são objetivamente. Deixamos de julgar corretamente uma determinada situação. Não se trata de erros, que afetam o nosso conhecimento sobre Deus, a humanidade ou do mundo material: erros que poderíamos chamar de “teóricos”. Mas trata-se de interpretar mal o comportamento do próximo; interpretar mal uma mensagem escrita ou oral, atribuindo-lhe um significado que ela não possui; não compreender as reações emocionais dos outros; fazer conexões – sem base alguma – entre dois fatos independentes; atribuir uma causa extraordinária a um fenômeno que pode ser explicado de forma mais simples pelas leis da natureza… Nosso olhar, fascinado pelos detalhes ou aspectos da realidade, esquece-se de considerá-la em sua totalidade: uma visão superficial que leva a um mal-entendido parcial ou até mesmo total.

Esses erros práticos de julgamento podem ter consequências mais ou menos graves, por vezes dramáticas. Na medida em que agimos de acordo com a maneira como avaliamos a realidade, é evidente que um erro de julgamento pode levar a decisões insensatas que vão contra nosso bem e nossa felicidade. Infelizmente, isso não é incomum… e o único objetivo deste artigo é apontar o dedo para um problema frequentemente encontrado. Continuar lendo

3 DE SETEMBRO – DIA DE SÃO PIO X

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Nesta data tão importante para a Igreja, listamos abaixo alguns links que já postamos sobre o Santo: