BREVE CATECISMO SOBRE A IGREJA E O MAGISTÉRIO – CONCLUSÃO

Fonte: Sì Sì No No, ano XXXIX, n. 18 – Tradução: Dominus Est

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1°) Se – em matemática – o número 1 for removido, todos os outros números desaparecem. Assim – em teologia – se a Sé suprema for removida, a Igreja deixa de ter alicerces e desaba como uma casa da qual é removida a fundação. Mas isso é um absurdo, tornado impossível pelas promessas de Jesus à sua Igreja.

2°) ‘Pedro’ ou Cefas significa ‘Pedra’: “Petra autem erat Christus” (1 Cor. X, 4). A Igreja coincide com Cristo e se funda em Cristo, sua Cabeça invisível, e ao mesmo tempo com/sobre Pedro, seu chefe visível: Ubi Petrus ibi Ecclesia.

3°) Pedro e Cristo são Pessoas em ato, não em potência. Caso contrário teríamos, além do “Cristo cósmico” de Teilhard de Chardin, o “Papa cósmico” e a “Igreja cósmica”.

4°) A Igreja tornou sua a filosofia e a teologia do ser estavelmente imutável e repudiou aquela do devir em contínua mudança ou em “movimento perpétuo”. A Tese do Papado material ou em potência está no devir e, portanto, é contrária à reta razão, à reta teologia e ao “sentire cum Ecclesia”. Continuar lendo

BREVE CATECISMO SOBRE A IGREJA E O MAGISTÉRIO – AS QUATRO CONDIÇÕES DA INFALIBILIDADE DO MAGISTÉRIO EXTRAORDINÁRIO E ORDINÁRIO

Fonte: Sì Sì No No, ano XXXIX, n. 18 – Tradução: Dominus Est

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A constituição ‘Pastor Aeternus’ do Concílio Vaticano I estabelece as condições necessárias para a infalibilidade das definições pontifícias extraordinárias ou ordinárias. Ensina que o papa é infalível “quando fala ex cathedra, isto é, quando, no exercício do cargo de Pastor e Doutor de todos os cristãos, em virtude da sua suprema autoridade apostólica, define uma doutrina relativa à Fé e aos Costumes, que deve ser sustentada por toda a Igreja” (DB 1834).

Portanto, as condições necessárias para que haja um pronunciamento infalível do Magistério pontifício extraordinário ou ordinário são quatro: 1°) que o Papa fale como Doutor e Pastor universal; 2°) que use a plenitude da sua autoridade apostólica; 3°) que manifeste claramente o desejo de definir e obrigar a crer; 4°) que trate de fé ou da moral.

O ponto crucial é a terceira condição, ou seja, que haja a intenção de definir e obrigar a crer. É, com efeito, fundamental que fique claro, de uma forma ou de outra, que o papa quer definir (de maneira “ordinária” ou “extraordinária”) uma verdade que deve ser acreditada obrigatoriamente, pois é divinamente revelada. Continuar lendo

BREVE CATECISMO SOBRE A IGREJA E O MAGISTÉRIO – MAGISTÉRIO, INTÉRPRETE DA TRADIÇÃO

cidade-estado vaticano

Fonte: Sì Sì No No, ano XXXIX, n. 18 – Tradução: Dominus Est

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Tanto na Escritura como nos Padres o conceito de verdadeira Tradição está sempre ligado:

1°) à Assistência de Deus, pois sem a ajuda do Espírito de Verdade a pureza do ensino oral não poderia ser preservada;

2°) ao Magistério, que embora não seja a Tradição, é o órgão pelo qual ela é transmitida; o sentido pleno da Tradição só pode ser obtido sob a condição de manter juntos seus dois aspectos, o passivo (objeto transmitido) e o ativo (sujeito transmissor), dos quais o segundo é tão importante, que uma “tradição” do primeiro século, mas não atestada pelo Magistério da Igreja, não constituiria uma ‘verdadeira’ Tradição divino-apostólica; no máximo teria o valor de documentação histórica.

Há uma distinção, mas não uma separação entre o Magistério e a Tradição, ou seja, a Igreja é como uma Mestra (Magistério) que possui e transmite a Escritura (Bíblia) e a Tradição (Denzinger), tem um livro oficial (Bíblia mais Denzinger) e explica o verdadeiro significado para os alunos; se um estudante não compreender bem o significado do Livro, poderá pedir explicações à Mestra e ela lhe esclarecerá. De tudo isso resulta a tarefa essencial, e não menor ou mesmo contingente, que o Magistério desempenha ao dar, “todos os dias até ao fim do mundo”, a correta interpretação ativa ou subjetiva/formal do conteúdo dogmático-moral da Tradição, tendo garantido ontem a veracidade do conteúdo passivo ou objetivo/material[1]. Continuar lendo

OS IRMÃOS DA FSSPX

Fonte: FSSPX Portugal

Membros de uma sociedade sacerdotal

«A Fraternidade de São Pio X é uma sociedade sacerdotal de vida comum sem votos, seguindo o exemplo das sociedades das Missões Estrangeiras.» Como tal, está centrada no sacerdócio e na sua razão de ser, que é o santo sacrifício da Missa. 

Mons. Lefebvre, tendo constatado a inestimável ajuda dada pelos irmãos aos sacerdotes da sua congregação dos Padres do Espírito Santo, quis agregar uma comunidade de irmãos auxiliares aos sacerdotes da Fraternidade.

Religiosos

Os irmãos da Fraternidade pronunciam votos religiosos que os unem estreitamente ao Divino Mestre. Consagrando-se a Deus na vida religiosa, tal como os frades capuchinhos, os beneditinos ou os dominicanos, o seu primeiro objectivo é a glória de Deus, a sua santificação e a salvação das almas. A única palavra «religioso» resume, exprime e revela a especificidade da sua vocação. Os irmãos da Fraternidade são religiosos. Têm os deveres, mas também os privilégios!

Qualquer que seja a sua actividade exterior, toda a sua vida assume uma dimensão sobrenatural apaixonante. A vocação de irmão é definida em relação a Deus, não em relação ao homem. Longe de serem essencialmente trabalhadores manuais, eles são, como os sacerdotes, homens de Deus. Continuar lendo

BREVE CATECISMO SOBRE A IGREJA E O MAGISTÉRIO – OS LUGARES TEOLÓGICOS E O MAGISTÉRIO

Da Praça São Pedro, a entrada em procissão na Basílica de São Pedro para a abertura do Concílio Vaticano II, em 11 de outubro de 1962

Fonte: Sì Sì No No, ano XXXIX, n. 18 – Tradução: Dominus Est

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Uma perigosa novidade

Alguns “hiper-tradicionalistas”, partidários da “sola Traditio sine Magisterio” [só a Tradição sem o Magistério], afirmam que o Magistério não é um lugar teológico. Portanto, segundo eles, não existe fórmula mais equívoca do que aquela segundo a qual o Magistério interpreta a Tradição.

Em primeiro lugar, Jesus Redentor é Mestre, Pastor e Sacerdote (cf. Jo. XIV, 16). Jesus é a Verdade (“Ego sum veritas”), porque enquanto Mestre ensina os mistérios que dizem respeito à salvação. Pois, por causa do pecado original, a ignorância entrou no mundo graças ao diabo tentador, que é o mestre do erro (Jo. VIII, 44). Jesus Redentor, que veio para “destruir as obras do demônio” (1Jo. III, 8), tinha antes de tudo que eliminar o erro e as trevas do espírito dos homens e trazer a luz da verdadeira sabedoria, a única que nos liberta: “Veritas liberabit vos” (Jo. VIII, 32). “Nihil volitum, nisi praecognitum”: ninguém pode querer percorrer o caminho que conduz à vida eterna se não lhe for previamente ensinado qual é o Fim e o caminho que conduz a ele. Depois de ter dissipado o erro e ensinado a verdade, o Redentor conduz-nos, enquanto Pastor, no caminho para o Céu (“Ego sum via”). Finalmente, como sacerdote, reconcilia-nos com Deus e dá a graça que é a vida sobrenatural da alma (“Ego sum vita”).

Jesus, portanto, chamou a si mesmo de Verdade (Jo. XIV, 6), aceitou o título de Mestre (Jo. XIII, 13) e afirmou ser o único Mestre dos homens (Mt. XXIII, 10: “porque um só é vosso Mestre, o Cristo”). Cristo transmitiu então o Magistério ou o seu poder docente aos apóstolos para que ele fosse continuado para sempre (Mt. XXIX, 19), consciente da sua imprescindibilidade para a salvação das almas. Os Padres da Igreja chamam a Jesus de “Nosso único Mestre” (Santo Inácio de Antioquia, Magn., IX, 1). Continuar lendo

BREVE CATECISMO SOBRE A IGREJA E O MAGISTÉRIO – A INFALIBILIDADE DO MAGISTÉRIO

Decreto regulamenta os mandatos de governo nas associações internacionais  de fiéis - Vatican News

Fonte: Sì Sì No No, ano XXXIX, n. 18 – Tradução: Dominus Est

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Monsenhor Gherardini aborda também a questão da Infalibilidade do Magistério (p. 91).

Primeiramente, só Deus é absolutamente infalível por natureza. Ele é a própria Verdade subsistente que não pode se enganar e nem nos enganar, assim como só Deus é o próprio Ser por essência, enquanto as criaturas têm o ser por participação, ou seja, recebem-no de Deus, em um mundo limitado e finito, proporcional à sua natureza. Analogamente, o Magistério eclesiástico é infalível[1] não por essência e absolutamente, mas por participação; isto é, a Igreja (ou o Papa) recebe a infalibilidade de Deus sob quatro condições específicas (se ensina como Doutor Universal, em matéria de Fé e Moral, com intenção de definir e, finalmente, com intenção de obrigar a crer para a salvação da alma).

A infalibilidade do Magistério (ou o Magistério infalivelmente assistido com o fim de não cair em erro) é garantida por Deus Espírito Santo (p. 92), o “Espírito da Verdade” (Jo. XIV, 16). Ele, disse Jesus aos seus Apóstolos, “vos guiará no caminho da verdade integral […]. Ele Me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará.” (Jo. XVI, 13-15).

Como se vê, Jesus estabeleceu um vínculo estreitíssimo entre a Verdade que o Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho, deverá comunicar e explicar à Igreja, a sua própria Pessoa do Verbo Encarnado, a sua obra e seu ensinamento. O Espírito Santo é o “aperfeiçoador da obra de Redenção iniciada por Cristo” (Leão XIII, Encíclica Divinum illud munus, 1897). Portanto, o início de uma Terceira Era ou Igreja pneumática não pode ser atribuída ao Paráclito, como queria Joaquim de Fiore, mas apenas pode-se atribuir a Ele o aperfeiçoamento da Nova e Eterna Aliança da Igreja petrina nascida do Sangue de Cristo. Continuar lendo

ORDENAÇÕES AO SACERDÓCIO E DIACONATO NO SEMINÁRIO SAGRADO CORAÇÃO (FSSPX), EM ZAITZKOFEN, NA ALEMANHA – 2024

O Seminário Sagrado Coração (Herz Jesu) localizado em Zaitzkofen, na Baviera, perto de Regensburg, tem formado os sacerdotes de língua alemã da FSSPX, lituanos, holandeses, poloneses, russos, eslovacos, eslovenos, suíços, tchecos…

No dia 29 de junho, D. Tissier de Mallerais ordenou 3 diáconos: 1 alemão e 2 suíços. Também conferiu o sacerdócio a 2 seminaristas: 1 húngaro e 1 tcheco.

BREVE CATECISMO SOBRE A IGREJA E O MAGISTÉRIO – MAGISTÉRIO E REVELAÇÃO

Cuándo se construyó el Vaticano?

Fonte: Sì Sì No No, ano XXXIX, n. 18 – Tradução: Dominus Est

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O Magistério é a regra próxima da Fé, enquanto a Escritura e a Tradição são sua regra remota. Com efeito, é o Magistério da Igreja quem interpreta a Revelação e propõe que se acredite no que nela está contido como objeto de fé.

Monsenhor Brunero Gherardini, na revista Divinitas[1], explicou com mais detalhes o munus docendi da Igreja em relação às discussões que surgiram recentemente sobre a questão da relação entre a Revelação e o Magistério.

A palavra Magistério indica o Poder de ensinar, que Jesus deixou à Sua Igreja, e também o Ato e o Conteúdo do ensinamento da Igreja (p. 87).

Na Sagrada Escritura (uma das duas fontes da Revelação, juntamente com a Tradição), encontramos a definição do Magistério, especificamente no Evangelho segundo S. Mateus (XXVIII, 19): “Ide, pois, ensinai todas as gentes”, que literalmente pode ser traduzido como “Faça de todos os povos seus discípulos” (p. 87), ou “Submeta todos os povos ao seu Magistério”. É evidente, pelo que é revelado no Evangelho, que Jesus quis estabelecer um Poder docente ou magisterial na Sua Igreja (ver também Mt. XVIII, 18; Mc. XVI, 15; Lc. XXIV, 47; Jo. XXI, 15-17), embora na teologia eclesiológica a palavra “Magistério” só tenha sido usada recentemente. Continuar lendo

BREVE CATECISMO SOBRE A IGREJA E O MAGISTÉRIO – O MAGISTÉRIO

história do vaticano

Fonte: Sì Sì No No, ano XXXIX, n. 18 – Tradução: Dominus Est

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O Magistério eclesiástico se divide em Solene e Ordinário. O Solene se subdivide em conciliar e pontifício; e o Ordinário se subdivide em universal e papal.

Magistério Solene

Magistério Solene Conciliar é o ensinamento de “todos” os bispos do mundo (totalidade moral, e não matemática ou absoluta) reunidos fisicamente — de maneira não-habitual ou não-permanente e estável — em Concílio Ecumênico sob a direção do Papa.

Magistério Solene Pessoal Pontifício é o do Papa que, enquanto pastor universal (ou assentado sobre a cátedra de Pedro, “ex cathedra Petri”), define como divinamente revelada uma doutrina que diz respeito à Fé e à Moral e obriga a crê-la como absolutamente necessária à salvação. Continuar lendo

ORDENAÇÕES AO SACERDÓCIO E DIACONATO NO SEMINÁRIO DE ECÔNE (FSSPX), NA SUÍÇA – 2024

Hoje, 27 de junho de 2024, no Seminário São Pio X em Écône, D. Bernard Fellay ordenou 10 novos padres (7 para a FSSPX e 3 capuchinhos de Morgon) e 3 novos diáconos.

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A FSSPX conta atualmente com (alguns números aproximados):

  • 3 Bispos
  • 707 sacerdotes
  • 137 Irmãos
  • 200 Irmãs em 28 casas [“Relacionadas” à FSSPX: 183 professas e 14 noviças]. As freiras ajudam em 15 escolas e administram outras 4. Estão presentes também em muitos Priorados e em duas residências para idosos em Brémien Notre-Dame, na França, e na Maison Saint-Joseph, na Alemanha.
  • 19 Irmãs Missionárias do Quênia
  • 80 Oblatas
  • 250 Seminaristas e 80 pré-seminaristas

Está presente em 37 países e visita regularmente outros 35.

Mantém:

  • 1 Casa Geral
  • 14 Distritos e 5 Casas Autônomas
  • 4 Conventos Carmelitas
  • 6 Seminários
  • 167 priorados
  • 772 centros de missa
  • Mais de 100 escolas (do Ensino Básico ao Médio),
  • 2 universidades
  • 7 casas de repouso para idosos
  • Numerosas Ordens Latinas e Orientais tradicionais amigas em todo o mundo

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Nota do blog: Colocamos abaixo alguns links sobre a vocação sacerdotal:

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“Senhor, dai-nos sacerdotes,

Senhor, dai-nos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitas santas vocações religiosas,

Senhor, dai-nos famílias católicas, 

São Pio X, rogai por nós”

ALOCUÇÃO “CI RIESCE” – SOBRE O PROBLEMA DA TOLERÂNCIA RELIGIOSA NA CRESCENTE COMUNIDADE DAS NAÇÕES

O Papa Francisco poderia declarar santo a Pio XII

Fonte: Site do Vaticano – Tradução: Dominus Est

Discurso dirigido por Sua Santidade aos que compareceram ao quinto Congresso nacional da União dos Juristas Católicos Italianos, em 6 de dezembro de 1953.

É para nós uma grande satisfação, queridos filhos da União dos Juristas Católicos Italianos, vê-los aqui reunidos ao nosso redor e dar-lhes, cordialmente, as boas-vindas.

No início de outubro, um outro Congresso de juristas reunia-se em Nossa residência de verão: o de Direito Penal Internacional. Sua “Convenção” tem, de fato, um caráter nacional, mas o tema dele é “nação e comunidade internacional”, e toca novamente as relações entre povos e Estados soberanos. Não por acaso se multiplicam os Congressos que estudam questões internacionais, científicas, econômicas e também políticas. O fato manifesto de que as relações entre indivíduos pertencentes a diferentes povos e entre os próprios povos estão crescendo em extensão e profundidade, torna cada dia mais urgente uma regulamentação das relações internacionais, privadas e públicas, especialmente porque esta aproximação mútua é determinada não apenas pelo incomparável aumento das possibilidades técnicas e pela livre escolha, mas também pela ação mais penetrante de uma lei imanente de desenvolvimento. Não devemos, portanto, reprimi-la, mas antes encorajá-la e promovê-la.

I

Neste processo de ampliação, as Comunidades de Estados e povos, quer já existam ou não representem mais do que um objetivo a ser alcançado e implementado, assumem naturalmente uma particular importância. São comunidades nas quais os Estados soberanos, ou seja, aqueles que não estão subordinados a nenhum outro Estado, reúnem-se em uma comunidade jurídica para a realização de determinados fins legais/jurídicos.  Seria dar uma falsa impressão dessas comunidades jurídicas se fôssemos compará-las aos impérios mundiais do passado ou de nosso tempo, nos quais raças, povos e Estados se fundiram, querendo ou não, a um único conglomerado de Estados. No presente caso, no entanto, os Estados, embora permanecendo soberanos, unem-se livremente em uma comunidade jurídica.

Neste sentido, a história universal, que mostra uma série contínua de lutas pelo poder, poderia sem dúvida fazer com que a constituição de uma comunidade jurídica de Estados livres parecesse quase utópica. Tais conflitos foram muitas vezes provocados pelo desejo de subjugar outras nações e de estender o alcance do próprio poder, ou mesmo pela necessidade de defender a própria liberdade e a própria existência independente. Desta vez, ao contrário, é justamente o desejo de evitar dissensões ameaçadoras que impulsiona uma comunidade jurídica supranacional; as considerações utilitárias, que certamente também têm um peso considerável, estão voltadas para as obras de paz; e, finalmente, talvez seja precisamente a abordagem técnica que tenha despertado a fé, latente no espírito e nos corações dos indivíduos, em uma comunidade superior dos homens, querida pelo Criador e enraizada na unidade de sua origem, sua natureza e seu fim. Continuar lendo

BREVE CATECISMO SOBRE A IGREJA E O MAGISTÉRIO – O CONCILIARISMO E A QUESTÃO DO “PAPA HERÉTICO”

Vaticano - História, características, população, e geografia do país

Fonte: Sì Sì No No, ano XXXIX, n. 18 – Tradução: Dominus Est

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O conciliarismo é um erro eclesiológico, segundo o qual o Concílio ecumênico[1] é superior ao Papa.

Como podemos ver, esse erro, juntamente com o galicanismo, é muito atual e voltou à tona “pela esquerda” com a teoria da colegialidade episcopal do Concílio Vaticano e “pela direita” com a doutrina da independência da Igreja nacional francesa em relação ao papa e à Igreja universal. A doutrina católica, por outro lado, ensina que só o papa pode fazer tudo, enquanto todos os Bispos sem o papa não podem fazer nada.

A origem remota desse erro encontra-se no princípio jurídico contido no Decreto de Graciano (dist. XL, c. 6) do século IV, segundo o qual o papa pode ser julgado pelo Concílio ecumênico “imperfeito” (sine Papa) em caso de heresia.

A questão do Papa herético, no entanto, é apenas uma hipótese, uma opinião discutível, possível, mas não chega a provável, e de maneira alguma é uma certeza. Os Doutores da Igreja, sobretudo na Contrarreforma, discutiram-na como uma possibilidade puramente hipotética (“é certo/não é certo que o Papa pode cair em heresia…”). Sem chegar a um acordo unânime e menos ainda em uma certeza, cada um exprimiu a sua própria hipótese possível, ou no máximo provável[2]. Continuar lendo

ORDENAÇÕES AO SACERDÓCIO E DIACONATO NO SEMINÁRIO SANTO TOMÁS DE AQUINO (FSSPX), NOS EUA – 2024

Na sexta-feira, 21 de junho de 2024, festa de São Luís Gonzaga, D. Alfonso de Galarreta ordenou diáconos e sacerdotes para a Fraternidade Sacerdotal São Pio X e para o mosteiro beneditino de Nossa Senhora de Guadalupe.

As ordenações são as maiores celebração nos Seminários pois, por um lado, representam o próprio objetivo dessa instituição: formar sacerdotes e entregá-los à Igreja. E por outro lado, é um verdadeiro milagre receber vocações nesse mundo secularizado de hoje e poder dar-lhes os elementos necessários para que possam tornarem-se bons sacerdotes.

Mas é também uma celebração para toda a Fraternidade, que vê aumentar o número de trabalhadores apostólicos, que pregarão Jesus Cristo e o seu Reino em quase todo o mundo.

Finalmente, é uma festa para a Igreja, que se alegra por ver novos combatentes da fé engrossarem as fileiras daqueles que lutam há 50 anos contra a hidra modernista e os desvios de todos os tipos que surgiram na sequência do Concílio Vaticano. II.

Este ano, 6 seminaristas receberam a Ordem maior do Diaconato: 4 americanos, 1 australiano e 1 beneditino do mosteiro de Nossa Senhora de Guadalupe.

E D. de Galarreta conferiu o Sacerdócio a 5 seminaristas: 3 americanos, 1 sul-coreano e 1 monge beneditino do mosteiro Nossa Senhora de Guadalupe, localizado em Silver City, no estado do Novo México.

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A FSSPX conta atualmente com (alguns números aproximados):

  • 3 Bispos
  • 707 sacerdotes
  • 137 Irmãos
  • 200 Irmãs em 28 casas [“Relacionadas” à FSSPX: 183 professas e 14 noviças]. As freiras ajudam em 15 escolas e administram outras 4. Estão presentes também em muitos Priorados e em duas residências para idosos em Brémien Notre-Dame, na França, e na Maison Saint-Joseph, na Alemanha.
  • 19 Irmãs Missionárias do Quênia
  • 80 Oblatas
  • 250 Seminaristas e 80 pré-seminaristas

Está presente em 37 países e visita regularmente outros 35.

Mantém:

  • 1 Casa Geral
  • 14 Distritos e 5 Casas Autônomas
  • 4 Conventos Carmelitas
  • 6 Seminários
  • 167 priorados
  • 772 centros de missa
  • Mais de 100 escolas (do Ensino Básico ao Médio),
  • 2 universidades
  • 7 casas de repouso para idosos
  • Numerosas Ordens Latinas e Orientais tradicionais amigas em todo o mundo

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Nota do blog: Colocamos abaixo alguns links sobre a vocação sacerdotal:

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“Senhor, dai-nos sacerdotes,

Senhor, dai-nos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitas santas vocações religiosas,

Senhor, dai-nos famílias católicas, 

São Pio X, rogai por nós”

 

BREVE CATECISMO SOBRE A IGREJA E O MAGISTÉRIO – GALICANISMO

História da Igreja: Galicanismo e Febronianismo - Cléofas

Fonte: Sì Sì No No, ano XXXIX, n. 18 – Tradução: Dominus Est

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Trata-se de um conjunto de doutrinas teológico-políticas sobre a eclesiologia, que defende:

1) limitar o poder do Papa sobre a Igreja francesa (“galicanismo teológico”), apoiando-se em direitos adquiridos no passado (Clóvis †511 e Carlos Magno †814);

2) favorecer a interferência do rei da França na própria Igreja, retirando do papa todo o poder sobre o reino de França (“galicanismo político”).

A origem remota do galicanismo encontra-se na teoria da unção de Clóvis, rei dos francos (496), pelo Bispo de Paris, S. Remígio (Remy) (†530), com óleo trazido por uma pomba diretamente do céu e não consagrado pelo bispo. A Enciclopédia Católica (Vaticano, 1951, vol. VI, col. 1769-1770) atribui a Incmaro, Arcebispo de Reims (806, 21 de dezembro de 882), a lenda da santa Ampola contida em sua obra Vida de São Remígio (P.L. 125, 1229-88, Monumenta Germaniae Historica, Hannover-Berlim, 1826, Script. Rer. Merov. III, pp. 239-341), que “é apenas uma obra de edificação” (“Enciclopedia Cattolica”, ibid., col. 1170).

A figura de Incmaro é altamente discutível. Basta consultar A. Fliche-V. Martin, Storia della Chiesa, (Cinisello Balsamo, San Paolo, 1983, vol. VI, pp. 423-475) para conhecer mais sobre sua longa atividade de falsificador de documentos e de decretos de direito canônico ou, pelo menos, de explorador de documentos falsos (as chamadas “falsificações isidorianas”, em homenagem a Isidoro Mercator, compostas por volta de 850). O fato de o Arcebispo de Reims (que era então o próprio Incmaro) ter sido o depositário e o guardião da Ampola trazida diretamente pelo Espírito Santo a Remígio em 498 ou 499 tornou esse arcebispo – tal como o rei da França – “em certo sentido” independente do papa. Todo o curso de ação de Incmaro na disputa que teve com Roma foi uma longa procrastinação, composta de atestados teóricos de obediência e de dependência em relação à Sé Apostólica, quando, na realidade (A. Fliche – V. Martin, ibidem, p. 473 e 475), ele continuava a agir como se fosse o soberano absoluto da sua arquidiocese e da Igreja da França, dada a sua supremacia sobre toda a Gália de Reims, por causa da Santa Ampola ainda conservada lá. Continuar lendo

A BELA CERIMÔNIA DE TOMADA DE HÁBITO E PRIMEIROS VOTOS NAS IRMÃS CONSOLADORAS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS – 2024

Ocorrida em 07 de junho de 2024, em Narni, na Itália

“Senhor, dai-nos muitas santas vocações religiosas”

Para saber mais sobre as Irmãs Consoladoras do Sagado Coração de Jesus, clique aqui.

Para saber mais sobre a Vocação religiosa feminina, clique aqui

BREVE CATECISMO SOBRE A IGREJA E O MAGISTÉRIO – O SEDEVACANTISMO

10 curiosidades do Vaticano que vão surpreender você

Fonte: Sì Sì No No, ano XXXIX, n. 18 – Tradução: Dominus Est

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A apostolicidade é, na crise que o ambiente eclesial vive, a nota mais útil e importante para compreender o que está acontecendo e para remediar tamanho mal. Sem Apóstolos não há Igreja de Cristo, pois o próprio Jesus a fundou sobre eles. Mas sem o Príncipe dos Apóstolos, sem Pedro, que é a “pedra” secundária e subordinada a Cristo, os Apóstolos estão separados de Cristo. A presença do Papa e dos Bispos em ato é absolutamente necessária, e não apenas em potência ou in fieri, ou seja, no devir, tal como pretende o sedevacantismo. De fato, se a Igreja estivesse em potência ou no devir, ainda não existiria e, além disso, Cristo não estaria com ela, como prometeu, todos os dias até ao fim do mundo, mas estaria com ela como que em intervalos, algumas vezes em ato ou em ser e outras vezes apenas em potência ou in fieri. Em vez disso, Cristo fundou a sua Igreja sobre uma cadeia ininterrupta de Papas no presente e não no devir perpétuo ou intermitente: Pedro e os Apóstolos eram Papas e Bispos em ato e formalmente, não em potência ou in fieri ou materialmente. A Igreja está estabelecida na existência presente, no ato e na forma, não no futuro, na potencialidade e na materialidade. Portanto, a Igreja ou o papado material ou in fieri, que não teria passado ao ato nos últimos cinco papas e teria interrompido a sucessão apostólica formal que vinha desde Pedro, é um Papado concebido pela mente de um homem (mesmo que fosse um grande teólogo que, no entanto, não é Cristo na terra e nem o Magistério eclesiástico), mas não é a Igreja querida por Deus Pai, Filho e Espírito Santo.

É necessário distinguir:

1°) o estado transeunte da Sé vacante, que vai da morte de um papa à eleição de outro, no qual permanecem o Colégio cardinalício, capaz de substituir o papa falecido governando com autoridade (uma espécie de Colégio “vicário” do Vigário de Cristo), e também permanece o Episcopado universal[1], mantendo assim a unidade, a continuidade ininterrupta da série dos papas e a existência da Igreja, enquanto se aguarda a eleição de um novo Papa; Continuar lendo

DEIXEMOS O ECUMENISMO – PELO PE. JOSÉ MARIA, FSSPX

Sermão proferido pelo Revmo. Pe. José Maria, no Piorado S. Pio X de Lisboa, no IV Domingo depois de Pentecostes, com uma exortação a uma reforma de vida, expurgando os erros do ecumenismo no nosso dia-a-dia.

A FIGURA DA IGREJA NO NOVO TESTAMENTO, PELO CARDEAL LOUIS BILLOT

Fonte: Verbum Fidelis

Um dos lugares mais comuns que os autores sagrados usam para representar os tempos presentes é a forma de um vasto e tempestuoso mar, no qual o gênero humano foi mergulhado desde que, pelo pecado de Adão, se viu precipitado nas trevas e no abismo da perdição. É por isso que o Verbo de Deus, vindo a esta terra para nos resgatar do abismo e nos reconduzir à terra dos vivos, quis respeitar este símbolo, escolhendo entre os pescadores do mar da Galileia os apóstolos a quem confiaria a missão de perpetuar a sua obra. Ele disse-lhes: “Segui-me e eu vos farei pescadores de homens”[1]. Quis também representar a sua Igreja, a qual estabeleceria como meio universal de salvação, sob a forma de um barco de pescador, do qual se servia constantemente, e no qual queria instalar-se, por assim dizer, quando, para pregar o Evangelho, percorria as aldeias e cidades das margens do lago de Genesaré.

“Um dia, comprimindo-se as multidões em volta dele para ouvir a palavra de Deus, Jesus estava junto do lago de Genesaré. Viu duas barcas que estacionavam à borda do lago; os pescadores tinham saído, e lavavam as redes. Entrando numa destas barcas, que era a de Simão, rogou-lhe que se afastasse um pouco da terra. Depois, estando sentado, ensinava o povo da barca. Quando acabou de falar, disse a Simão: ‘Faz-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar’. Respondeu Simão: ‘Mestre, tendo trabalhado toda a noite, não apanhamos nada; porém, sobre a tua palavra, lançarei a rede’. Tendo feito isto, apanharam tão grande quantidade de peixes, que a sua rede rompia-se. Então fizeram sinal aos companheiros, que estavam na outra barca, para que os viessem ajudar. Vieram, e encheram tanto ambas as barcas, que quase se afundavam. Simão Pedro, vendo isto, lançou-se aos pés de Jesus, dizendo: ‘Retira-te de mim, Senhor, pois eu sou um homem pecador’. Porque tanto ele como todos os que se encontravam com ele ficaram possuídos de espanto, por causa da pesca que tinham feito. O mesmo tinha acontecido a Tiago e a João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão. Jesus disse a Simão: ‘Não tenhas medo; desta hora em diante serás pescador de homens’”[2]. Em outras palavras: assim como hoje, por este milagre extraordinário, enchestes as vossas redes com uma tal abundância de peixes, assim também usareis o mesmo poder para realizar um milagre maior, tirando as almas das profundezas do abismo deste mundo, trazendo-as para a vossa barca e conduzindo-as daí para a margem do descanso eterno. Foi assim que Nosso Senhor quis explicar esse grande mistério da pesca milagrosa e mostrar-nos, através do desenrolar desse episódio, o que a Igreja iria realizar até o fim dos tempos. Continuar lendo

BREVE CATECISMO SOBRE A IGREJA E O MAGISTÉRIO – INTRODUÇÃO

cidade-estado vaticano

Fonte: Sì Sì No No, ano XXXIX, n. 18 – Tradução: Dominus Est

Nestes tempos em que a crise neomodernista penetrou diretamente no espírito dos homens da Igreja, é necessário conhecer a natureza da Igreja para não naufragarmos na obra da nossa salvação. De fato, é de Fé revelada (Mt. XVI, 28) e infalivelmente definida (Concílio Vaticano I) que Jesus Cristo fundou a Igreja com o objetivo de continuar a Redenção do gênero humano que Ele próprio iniciou (Mt. XXVIII, 19-20; Conc. Vat. I). Por isso, “fora da Igreja não há salvação” (Lc. X, 10; Atos IV, 12; IV Conc. de Latrão; Conc. de Florença).

Tentaremos resumir os pontos principais do que se encontra na Revelação (Sagrada Escritura e Tradição) e do que o Magistério tem ensinado sobre a Igreja, de forma autêntica e, por vezes, até infalível, para que permaneçamos na Fé Católica “sem a qual é impossível agradar a Deus” (Heb. XI, 6).

Uma Igreja hierárquica e não colegiada

A Igreja recebeu do próprio Cristo uma Hierarquia (Jo. XX, 21; Conc. de Trento) com a tríplice tarefa de ensinar, governar e santificar. Ao lado de Pedro (Mt. XVI, 18; Conc. Vat. I) e dos duze Apóstolos, nos Atos dos Apóstolos aparecem os Presbíteros ou Sacerdotes (Atos XX, 17) e os Diáconos (Atos VIII, 5).

Está igualmente revelado e infalivelmente definido que os poderes hierárquicos (Magistério, Império e Sacerdócio) passaram de Pedro para os Papas e dos Apóstolos para os Bispos (Jo. XX, 21; Conc. Trento; Conc. Vat., I, DB 1821 e 1828). Continuar lendo

SÃO JOÃO BOSCO E A MAÇONARIA

Dom Bosco – Wikipédia, a enciclopédia livreFonte: Rivista La Tradizione Cattolica (FSSPX Itália) – Tradução: Dominus Est

“O Piemonte, naquela época, era um dos reinos mais católicos do mundo em sua legislação. Os liberais, porém, reivindicavam de tempos em tempos novos direitos do Estado, que prejudicavam a Igreja, na qual, como mãe piedosa, por vezes condescendia em algum ponto disciplinar para prevenir males piores (1)”(2).

Estamos no século XIX, quando os efeitos da Revolução Francesa não apenas sobreviverão na Europa, mas se desenvolverão a ponto de contaminar a cultura cristã do Continente. A “Restauração”, após o Império napoleônico, foi um parênteses histórico ilusório: os soberanos, caídos de seus tronos sob a guilhotina ou levados ao exílio, de fato retornaram aos Estados, mas foram gradualmente encurralados pelo pensamento dominante: o liberalismo, apoiado cada vez mais por intelectuais, políticos, homens de governos constitucionalizados e parlamentarizados. A França de Voltaire e a Inglaterra do maçom Henry John Temple, terceiro visconde Palmerston (1784-1865) impuseram suas ideias a todo o continente, substituindo gradualmente o pensamento católico. E a Igreja se tornou o verdadeiro inimigo a ser abatido.

Do estado confessional à liberdade religiosa

O primeiro artigo do Estatuto Albertino (4 de março de 1848), composto por 84 artigos, dizia: “A Religião Católica, Apostólica e Romana é a única religião do Estado. Os outros cultos já existentes são tolerados”. O sentimento profundamente católico do Rei Carlo Alberto (1798-1849) entrou em conflito com os interesses políticos que o levaram a simpatizar com o Conde Ilarione Petitti di Roreto (1790-1850), Conde Federico Sclopis di Salerano (1798-1878), Conde Stefano Gallina (1802-1867) e o Marquês Roberto Taparelli d’Azeglio (1790-1862), partidários das ideias liberais. Os chefes das sociedades secretas e carbonários da península italiana, ligadas a Paris e Bruxelas, vieram em segredo a Turim para se encontrar com o rei saboiano e lançar as bases da liberdade religiosa.

É de grande interesse o que escreveu o primeiro biógrafo de Dom Bosco (1815-1888), Giovanni Battista Lemoyne, SDB (1839-1916), muito bem informado sobre os fatos de seu tempo:

“O Rei [Carlo Alberto] queria libertar a Itália para fazer florescerem a religião e a justiça por lá; e certamente se tivesse sucesso, após a vitória ele converteria ou extinguiria o liberalismo, que agora ele apreciava como um meio. Continuar lendo

VÍDEOS DA TRADICIONAL PEREGRINAÇÃO DE PENTECOSTES (FSSPX) – DE CHARTRES A PARIS – 2024

Cerca de 8000 peregrinos fizeram a caminhada de 3 dias, de Chartres a Paris, na edição 2024 da tradicional Peregrinação de Pentecostes da FSSPX na França.

A reportagem com as fotos de todos os dias podem ser vistas CLICANDO AQUI.

VERBUM FIDELIS: UMA NOVA INICIATIVA NA PRODUÇÃO DE CONTEÚDO CATÓLICO

Um dos nossos amigos frequentadores da Missão de Ribeirão Preto, e ocasional colaborador deste blog, criou uma página no Substack, que é uma plataforma fundada para facilitar a produção e divulgação de textos.

O foco dessa nova página, segundo nosso amigo, será a divulgação de traduções que seriam longas demais para o escopo deste blog. Ocasionalmente, haverá também lá a divulgação de obras completas, postadas em capítulos, para serem apreciadas pelos leitores que pretendem se aprofundar nas mais variadas temáticas que tocam o catolicismo.

Visite e prestigie o site: https://verbumfidelis.substack.com/

 

OS CATÓLICOS E O MUNDO – PELO PE. CARLOS MESTRE, FSSPX

Sermão proferido pelo Revmo. Pe. Carlos Mestre, no Priorado S. Pio X de Lisboa, no Domingo depois da Ascensão, com uma reflexão sobre a atitude que os Católicos devem ter no Mundo, tão contrário aos valores da Santa Igreja.

02 DE MAIO – SANTO ATANÁSIO

No dia de Santo Atanásio, Bispo, Confessor e Doutor, um texto que merece um paralelo com nossos dias atuais:

Fonte: FSSPX Distrito do México – Tradução: Dominus Est

“ELES TÊM OS TEMPLOS, VÓS A FÉ APOSTÓLICA”

Carta de São Atanásio, Bispo de Alexandria, aos seus fiéis, onde lhes fala sobre a importância de permanecer dentro da verdadeira fé e adesão à Tradição.

“Que Deus vos conforte! … O que tanto vos entristece é que os inimigos ocuparam vossos templos pela violência, enquanto vós, em todo esse tempo, encontrais-vos fora.

É um fato que eles têm os edifícios, os templos, mas, por outro lado, vós tendes a fé apostólica. Eles conseguiram tirar-nos nossos templos, mas estão fora da verdadeira fé. Vós tendes que permanecer fora dos lugares de culto, mas permaneceis, contudo, dentro da fé.

Reflitamos: o que é mais importante, o lugar ou a fé? Evidentemente, a verdadeira fé. Nesta luta, quem perdeu, quem ganhou: aquele que guardou o lugar ou aquele que guardou a fé?

O lugar, é verdade, é bom, (mas) quando nele se prega a fé apostólica; é santo se tudo o que nele acontece e passa é santo.

Sois afortunados, porque permaneceis na Igreja por vossa fé, que chegou até vós através da Tradição Apostólica e se, sob pressão, um zelo execrável pretendeu quebrantar vossa fé, essa pressão não obteve êxito. São eles os que se separaram, na presente crise da Igreja.

Ninguém jamais prevalecerá contra vossa fé, caríssimos irmãos. E nós sabemos que um dia Deus nos devolverá nossos templos.

Assim, pois, quanto mais eles insistem em tirar nossos lugares de culto, mais eles se separam da Igreja. Eles pretendem representar a Igreja, quando, na realidade, expulsaram-se a si mesmos e se extraviaram.

Os católicos que permanecem leais à Tradição, ainda que reduzidos a um pequeno resto, são a verdadeira Igreja de Jesus Cristo”.

Santo Atanásio

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SOBRE ESSE GRANDE SANTO, SEGUEM OUTROS DOIS TEXTOS:

SANTO ATANÁSIO: O VERDADEIRO DEFENSOR DA TRADIÇÃO – PARTE I

SANTO ATANÁSIO: O VERDADEIRO DEFENSOR DA TRADIÇÃO – PARTE II

TRADIÇÃO, TRADIÇÃO CATÓLICA E FALSA TRADIÇÃO

Paolo Pasqualucci

Sumário:

1. A noção de tradição.

2. Tradição cristã e não “judaico-cristã”. 

3. Definição da Tradição católica.

4. A Tradição católica não contém nada de secreto, ela não é esotérica.

5. A noção esotérica da tradição é irracional e falsa.

5a. A inversão do significado da Cruz por René Guénon.

Em geral, todos consideram bem conhecido o sentido da palavra “tradição”. Nós, todavia, julgamos importante defini-lo corretamente. É o que faremos neste artigo.

  1. A noção de tradição.

Antes de tudo, a idéia de tradição compreende a de certos valores transmitidos e preservados ao longo de gerações. Transmitidos e preservados, ou seja, ensinados e apresentados como valores a se respeitar, visto que constituem o fundamento inalterável de uma determinada concepção de mundo e, conseqüentemente, do modo de viver de uma sociedade — compreendida globalmente enquanto povo. Com efeito, a tradição se materializa nos costumes. A idéia de tradição está, portanto, ligada à de valor e costume. Não há aqui lugar para uma definição subjetiva do que é o valor: o valor preservado pela Tradição é precisamente aquele que se impõe pelo fato de fundar essa mesma tradição e de pertencer-lhe, a despeito do que pensam os indivíduos, que devem reconhecê-la e obedecê-la.  Leia mais

Os valores expressos na tradição constituem a verdade da própria tradição. São compreendidos como dignos de pertencer à tradição porque são verdadeiros, porque se considera que nesses valores estão expressas verdades. Verdades de caráter religioso e moral, ou apenas religioso, ou apenas moral, ou moral e político, ou apenas político, ou enfim, provindo apenas dos costumes: uma verdade que é, seja o que for, objetiva, que pertence à coisa enquanto tal, independentemente do fluxo e refluxo de opiniões e acontecimentos.

A verdade que se compreende nos valores da tradição equivale à conformidade desses valores com a idéia de justiça: os valores da tradição são justos, esta é a sua verdade; e é justo observá-los e conservá-los.

A tradição é, portanto, um sistema coerente de princípios e comportamentos que constituem as normas, escritas ou não, das quais o indivíduo não pode se afastar no plano dos costumes ou das leis. Quando ligada a uma instituição ou a uma nação, a Tradição aparece com um componente épico: atos gloriosos e empresas memoráveis — batalhas, guerras. Continuar lendo

RETROSPECTIVA HISTÓRICA (VÍDEO-FOTOS) DOS 50 ANOS DAS IRMÃS DA FSSPX

No dia 13 de abril de 2024, quase toda a Congregação das Irmãs da Fraternidade São Pio X reuniu-se no Seminário de Écône junto a seu fundador, Sua Excelência Monsenhor Marcel Lefebvre, para celebrar o quinquagésimo aniversário da sua fundação.

Nesta ocasião, as Irmãs apresentaram uma retrospectiva que retrata a história dessa sociedade religiosa.

A reportagem sobre o 50º aniversário das Irmãs em Écône pode ser vista clicando aqui.

Mais sobre as Irmãs da FSSPX e a vocação religiosa feminina pode ser visto clicando aquiaquiaqui e aqui.

COMEMORAÇÃO DOS 50 ANOS DAS IRMÃS DA FSSPX

No sábado, 13 de abril de 2024, Pe. David Pagliarani, Superior Geral da Fraternidade São Pio X, rezou uma Missa de Ação de Graças pelo cinquentenário da fundação das Irmãs da Fraternidade, no Seminário de Écone.

Quase todas as Irmãs estiveram presentes neste evento histórico.

 Mais sobre as Irmãs da FSSPX e a vocação religiosa feminina pode ser visto clicando aquiaquiaqui e aqui.