PACIÊNCIA E IMPACIÊNCIA – PARTE 10 – VIRTUDE DA PACIÊNCIA – A PACIÊNCIA SOB O LUTO

morte

Fonte: Bulletin Hostia (SSPX Great Britain & Ireland) – Tradução: Dominus Est

O amor humano puro, especialmente o amor de pai e mãe por seus filhos, é uma das coisas mais belas da ordem natural. Ele se entrelaça com a nossa própria natureza. Marido e mulher, irmão e irmã e, sobretudo, os filhos que, em um sentido especial, são nossos, são parte de nós mesmos, são nossos por nascimento, nossos por associação constante, nossos por mil laços de amor.

Oh, como é difícil perder alguém do nosso pequeno círculo, ver o lugar vazio, perder seus olhares de amor, o doce som de sua voz.

Então, de fato, precisamos de paciência e devemos implorar para que não lamentemos como aqueles que não têm esperança, mas que possamos humildemente curvar o pescoço sob a mão castigadora de Deus.

Paciência! Como vamos obtê-la sob o golpe esmagador? Continuar lendo

A GRAÇA DE UMA BOA MORTE

O final do ano litúrgico é uma oportunidade para o cristão, no espírito da Igreja, meditar sobre os seus fins últimos e, em particular, sobre a preparação para uma boa morte. Numa época em que o fim da vida é confiscado e ameaçado pela eutanásia, é de grande utilidade destacar esta graça tão particular chamada “perseverança final”.

Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est

Podemos merecer a graça de uma boa morte, ou da perseverança final? 

A perseverança final ou a boa morte não é outra coisa senão a continuação do estado de graça até o momento da morte. Ou, pelo menos, se alguém se converte no último momento, é a conjunção do estado de graça e morte. Em suma, a boa morte é a morte em estado de graça, a morte dos eleitos. 

Este estado de graça no momento da morte permite ao homem participar pessoalmente na aquisição da sua felicidade eterna. É porque ele persevera até o fim na amizade com Deus e que Deus, em virtude dessa amizade, o introduz nos átrios eternos. O homem, então, na realidade, merece sua recompensa: “Servo bom e fiel, foste fiel no pouco, entra no gozo do teu Mestre.”

Mas se a felicidade do Céu é assim merecida pela perseverança na amizade de Deus, essa perseverança pode ser merecida, por sua vez, no sentido próprio da palavra mérito que implica um certo direito de obter esta graça? Podemos merecer aquilo pela qual merecemos o Céu? Continuar lendo

A MORTE CEREBRAL É REAL E PROPRIAMENTE UMA MORTE?

Alguns cirurgiões apressam-se em remover órgãos vitais de um doente em coma, enquanto a morte deste não é certa.

Fonte: Courrier de Rome n° 648 – Tradução: Dominus Est

Há algumas semanas, o Parlamento Federal Suíço aprovou um projeto de lei que visa estabelecer o princípio do consentimento presumido para doação de órgãos. O principal problema com esta lei diz respeito à doação de órgãos necessários à vida. Para transplantar estes órgãos, é necessário, com efeito, que estes estejam vivos e, portanto, o doador deve estar vivo no momento de serem removidos. Uma comissão foi formada para lutar contra esse projeto de lei e foi lançado também um referendo que deve recolher 50.000 assinaturas até o dia 20 de janeiro. As reflexões que se seguem podem contribuir para legitimar esta iniciativa, aos olhos da justa razão.

– PARECE QUE SIM

1. Os argumentos a favor da morte encefálica podem ser reduzidos a três tipos.

2. Argumento da eficiênciaa falência cerebral irreversível significa a morte, por isso ela faz com que seja possível o transplante de órgãos. Todo o objetivo do argumento consiste em encurralar o oponente em um dilema. Ou a falência cerebral irreversível é a morte ou não é. 

No entanto, se não for, as consequências são inaceitáveis:

a) o transplante de órgãos torna-se impossível (com tudo o que essa impossibilidade receberá de aparentemente odioso, injusto, revoltante, tanto emocional quanto intelectualmente);

b) a perda radical das funções vitais, tal como observada pelo mais rigoroso exame médico, é reconsiderada, uma vez que se considera ainda vivo um sujeito cujo princípio vital está obliterado; 

O que significa que ela é.

3. Argumento da cientificidaderetoma a alínea “b” do argumento anterior para apresentá-lo numa perspectiva aparentemente neutra e desinteressada de qualquer consequência prática. A morte é o que o médico observa cientificamente com base em elementos suficientemente conclusivos. Ora, a falência cerebral irreversível é o elemento que, tal como cientificamente observado pelo médico, representa o elemento suficientemente conclusivo da morte. Portanto, a observação médica da falência cerebral irreversível é a observação da morte.

4. Argumento legal/jurídicoeste é o argumento da autoridade. A lei e a política decidem definir a morte como falência cerebral irreversível(1). O Vaticano e as atuais autoridades religiosas decidiram finalmente validar esta definição(2). Continuar lendo

NOSSOS DEVERES PARA COM OS MORIBUNDOS

MORI

“Cumprir nossos deveres para com nossos pais e mães é, para nós, uma obrigação constante, mas principalmente em suas doenças graves e perigosas. É então que devemos fazer tudo quanto necessário para que não sejam privados da confissão e dos outros sacramentos que os cristãos são obrigados a receber na aproximação da morte” (Catecismo de Trento, sobre o 4 e  mandamento).

Fonte: Le Carillon n° 200 – Tradução: Dominus Est 

É, portanto, natural para um cristão se preocupar em garantir a seus próximos a assistência dos sacramentos durante toda a vida, especialmente na proximidade da morte. Infelizmente, em nossa sociedade dominada pela onda da secularização, não há família que não se preocupe com um de seus membros, ou mesmo com um amigo, que persiste na descrença. Mas, felizmente, quantos sacerdotes puderam testemunhar que, chamados à cabeceira de um moribundo por familiares preocupados, conseguiram reconciliar o pecador com Deus e ver o bom ladrão adormecer no Senhor!

Contudo, não se deve permitir que uma má compreensão do modo como agem os sacramentos prive dos seus frutos esta considerável boa vontade. O catecismo nos ensina isso: os sacramentos sempre concedem a graça,  conquanto que os recebamos com as disposições necessárias. Não digamos a nós mesmos: Padre pode tudo, uma vez que se encontre ao lado do irmão que sofre, tudo está garantido! Não, ele só poderá administrar os sacramentos se se apresentar as disposições necessárias, que o padre pode tentar suscitar com a sua palavra, com sua oração, mas que não pode suprir se aquele a quem foi chamado não as quiser. Continuar lendo