BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – ABRIL/23

Vital Maria Gonçalves de Oliveira – Wikipédia, a enciclopédia livre

Caríssimos fiéis,

“Jesus autem tacebat”, “Mas Jesus se calava” (Mt 26,63). Nosso Senhor não respondeu às acusações caluniosas de pessoas mal-intencionadas.

“Jesus autem tacebat”. Esta foi a resposta de Dom Vital Maria Gonçalves de Oliveira (1844-1878), bispo capuchinho da diocese de Olinda (atual diocese de Recife), por ocasião de sua prisão no Arsenal da Marinha no Rio de Janeiro. Logo após sua entronização em sua cidade episcopal (24 de maio de 1872), ele foi confrontado com a hostilidade dos maçons. Sem se retrair das exigências de seu dever, ele empreendeu a conversão, primeiramente, e depois a condenação dos clérigos e leigos católicos pertencentes à seita. A pertinácia de alguns o obrigou a agir. Ele impôs um interdito (suspensão da administração dos sacramentos) em vários lugares de culto.

No final do século XIX, a maçonaria estava conduzindo uma virulenta campanha de perseguição contra a Igreja em todo o mundo. O Brasil não era exceção. A reação de Dom Vital foi insuportável para o governo imperial, sob influência maçônica. Preso em 2 de janeiro de 1874, Dom Vital foi levado à prisão no Rio em 13 de janeiro. Em 2 de fevereiro, ele recebeu seu mandado de acusação, deu-lhe uma resposta dentro de 8 dias. Nós sabemos a resposta: “Jesus autem tacebat”. No final de um julgamento tão iníquo quanto retumbante, Dom Vital foi condenado a quatro anos de prisão com trabalhos forçados. O Imperador Pedro II comutou a sentença para a prisão simples. E finalmente, após pressão de Roma, o “Atanásio brasileiro” foi amnistiado em setembro de 1875. Há um tempo para falar e um tempo para permanecer em silêncio! Continuar lendo