Fonte: Medias Presse Info – Tradução: Dominus Est

Um novo relatório indica um impressionante aumento de 60% nos casos de eutanásia por “sofrimento psicológico” na Holanda. O relatório indica um aumento geral de 10% na taxa de eutanásia entre 2023 e 2024, com quase 10.000 mortes por eutanásia na Holanda no ano passado.

Eutanásia de pessoas cada vez mais jovens

Como Yuan Yi Zhu observou no Unherd, em 2024, a Holanda relatou 219 casos de eutanásia por “sofrimento psicológico“, em comparação com apenas dois casos em 2010. “Desses 219 casos, 30 envolveram pacientes com idades entre 18 e 39 anos“, disse Zhu. “Um número não especificado de menores também foram submetidos à eutanásia.”

O número não foi especificado, mas existem algumas informações. Um garoto de 16 anos foi submetido à eutanásia por autismo. “Os psiquiatras consideravam sua condição incurável, embora não tivessem tentado todos os modelos terapêuticos disponíveis, e acreditavam que ele poderia tentar suicídio novamente se seu pedido de eutanásia fosse negado”, escreve Zhu. “Um médico também concluiu que seu desejo de eutanásia não decorria do seu autismo, mas do sofrimento causado por suas consequências, o que alguns podem considerar uma distinção sem importância.”

Outra mulher com TOC foi submetida à eutanásia porque uma lesão a impedia de realizar tarefas domésticas.

A Holanda, que legalizou a eutanásia em 2002, vem se movendo nessa direção há algum tempo. Em 7 de outubro de 2013, a imprensa noticiou que uma mulher holandesa havia sido morta por injeção letal por médicos porque temia não conseguir lidar com o fato de ficar cega.

Eutanásia para depressão

Em 2014, a Coalizão para a Prevenção da Eutanásia descreveu como a mídia holandesa havia relatado outra morte:

Um homem de 63 anos, com boa saúde física, que trabalhava em uma instituição governamental, morreu por eutanásia. Ele vinha sendo tratado da depressão há muito tempo, mas o tratamento não funcionava. Segundo a psiquiatra Gerty Casteelen, o homem havia decidido morrer. No dia anterior à sua morte, ele organizou uma recepção de despedida para seus colegas. No dia seguinte, Casteelen foi até sua casa e aplicou uma injeção letal.

Em 2015, uma mulher de 80 anos foi submetida à eutanásia contra a vontade de seus cuidadores na casa de repouso Ter Reede, onde ela residia. Sua família havia entrado com uma petição em um tribunal holandês pedindo permissão para sua morte, mas ela não pôde consentir porque supostamente sofria de uma forma de demência. A família dela alegou que ela gostaria de morrer e, apesar da forte oposição da administração da casa de repouso, dos médicos do local e do médico responsável, um juiz em Utrecht decidiu a favor dela.

Em 2015, uma clínica de eutanásia holandesa foi penalizada por praticar a eutanásia em uma mulher saudável de 47 anos que disse que o zumbido em seus ouvidos – uma condição conhecida como tinnitus – era insuportável.

Apesar desse registro, o último relatório levantou algumas preocupações, com o RTE – o comitê regional de revisão da eutanásia – declarando que os médicos precisam ser “muito cautelosos” em relação a distúrbios psiquiátricos. De fato, “seis mortes por eutanásia em 2024 foram julgadas pela RTE como não tendo proporcionado os cuidados necessários”, incluindo a mulher eutanasiada pelo sofrimento causado por seu TOC, e a imprensa relata que “alguns especialistas estão preocupados, principalmente no que diz respeito aos jovens“.

“Embora os números absolutos ainda sejam baixos, houve recentemente um grande aumento nos pedidos de eutanásia realizadas em pacientes que sofrem de distúrbios psicológicos, principalmente entre jovens com menos de 30 anos”, disse Damiaan Denys, professor de psiquiatria do Centro Médico da Universidade de Amsterdã.

“Isso é controverso porque não está claro se jovens dessa idade podem atender aos critérios de devida diligência. Como é possível determinar com alguma certeza, nessa idade, que um jovem cujo cérebro ainda está se desenvolvendo deseja absolutamente morrer, que a vida é vivida como sem esperança e sem perspectivas e que todo o tratamento já foi realizado?”