Há acontecimentos que parecem novelas: que os nossos leitores tomem-nos a seu gosto.
A família do Sr. B… sua esposa e uma filha, Josefina, de 20 anos, havia gozado em N. de uma bela fortuna; mas, a enfermidade do pai e alguns maus negócios a haviam obrigado a viver só do trabalho da filha.
A moça era inteligente, enérgica, alegre e, o que é mais, piedosa. Um dia, porém, voltou para casa com uma notícia triste: não quiseram pagar-lhe as costuras, e comunicaram-lhe que, por algumas semanas, não haveria trabalho.
Que fazer? Que comer? Mas ela não desanima; confia, não nos homens, mas no paternal auxílio de seu poderoso patrono S. José, cuja festa será celebrada no dia seguinte.
Senta-se, escreve num papelzinho a sua situação penosa e, abrindo uma gaiola onde tem uma pombinha mansa, ata-lhe debaixo da asa a sua missiva e, beijando-a, solta dizendo:
– Vai, querida, aonde te guie S. José a fim de que encontres pão para nós e para ti.
Passada meia hora, se muito, eis que se apresenta à entrada da casa um moço que pede para falar com Josefina; acompanhava-o um criado com um pesado embrulho. Diante da família admirada conta que, sendo devoto de S. José, lhe prometera atender o primeiro pedido de auxílio que se apresentasse. Ora, apenas fizera a sua promessa, entrou pela sua janela uma pombinha em cuja asa viu um papelzinho e a petição a S. José.
– Estou , disse, montando uma oficina de costura e já que Josefina procura trabalho, aqui lhe trago algum e, por ser a primeira vez, pago-lhe adiantado.
No volume achava-se discretamente envolvida uma nota de Cr$ 100, 00. Os três infelizes não puderam deixar de exclamar cheios de comoção:
– Como S. José é bom! obrigado, Santo bendito!
Era a abundância após a miséria mais atroz.
Mas não parou aí a liberalidade de S. José. Como Josefina teve de ir com freqüência à oficina, logo chamaram a atenção seus finos modos, sua habilidade no trabalho e na fina educação que recebera.
Entrou em relações com a família de seu chefe, que logo encontrou boa colocação para o pai de Josefina, melhorando assim a situação do lar. Não sabemos se Josefina se dirigiu a S. José, como fazem muitas moças, para arranjar um bom esposo; o certo é que o encontrou na pessoa de seu chefe e protetor.
Na sala de sua nova casa vê-se um lugar de honra uma estátua de S. José e debaixo dela uma pombinha de ouro com o letreiro: “A mensageira de S. José”.
Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves