O cardeal Blaise Cupich publicou uma nova política para a Arquidiocese de Chicago, que restringe a celebração da missa tradicional e de outros sacramentos que utilizem os livros litúrgicos anteriores ao Vaticano II.
Fonte: La Porte Latine – Tradução gentilmente cedida pelo nosso amigo Bruno Rodrigues da Cunha
Em virtude desta decisão, que entrará em vigor no dia 25 de janeiro, os padres, diáconos e ministros ordenados que quiserem utilizar o “rito antigo” deverão submeter um pedido por escrito ao cardeal, e aceitar a conformidade com as novas normas.
Tais regras especificam que as missas tradicionais devem incluir as leituras da Sagrada Escritura em vernáculo, utilizando a tradução oficial da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos.
Por outro lado, as celebrações não poderão ocorrer numa igreja paroquial, exceto se o arcebispo e o Vaticano acordarem uma exceção.
As novas regras vetam, igualmente, a celebração do rito tridentino no primeiro domingo de cada mês, no Natal, durante o Tríduo pascal, no domingo da Páscoa e no domingo de Pentecostes.
Apoiado no motu proprio Traditionis Custodes do Papa Francisco, a política da arquidiocese de Chicago foi publicada no dia 27 de setembro, pela primeira vez, no Vatican News. (https://www.vaticannews.va/en/church/news/2021-12/cardinal-cupich-chicago-policy-traditionis-custodes-1962-missal.html)
As novas regras de Chicago refletem aquelas enunciadas num documento explicativo acerca do édito do Papa Francisco publicado no dia 18 de dezembro pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, responsável pelas questões ligadas à liturgia sagrada. Mas elas se inspiram igualmente nas regras postas pela Diocese de Roma, agravando-as notavelmente.
“Minha intenção em compartilhar essa política é de encorajá-los a refletir sobre o dever que todos temos de ajudar nosso povo neste momento de renovação eucarística; redescobrindo o valor da reforma litúrgica nos ritos que nos foram dados pelo Concílio Vaticano II”, escreveu Mons. Cupich numa carta de acompanhamento para os padres, diz-nos Vatican News.
O documento explicativo do Vaticano indica que a intenção de Traditionis Custodes é “reestabelecer, em toda a Igreja do Rito Romano, uma oração única e idêntica que exprima sua unidade, segundo os livros litúrgicos promulgados pelos papas São Paulo VI e São João Paulo II, em conformidade com os decretos do Concílio Vaticano II e na linha da tradição da Igreja”.
O documento explicativo aponta que Traditionis Custodes estipula que os sacramentos não podem ser celebrados utilizando os livros litúrgicos do Rituale Romanum e do Pontificale Romanum promulgados antes das reformas do Vaticano II.
O pontifical contém os ritos e as cerimônias habitualmente feitas pelos bispos, e o Rituale é um compêndio acerca da celebração dos sacramentos.
Há, portanto, uma escalada patente na proibição do rito tridentino: o motu proprio primeiro, depois as regras indicadas pela diocese em Roma e, por fim, as regras que acabaram de ser dadas pela arquidiocese de Chicago.
A supressão da celebração da missa tradicional em dias específicos – no primeiro domingo de cada mês, no Natal, no Tríduo pascal, no domingo de Páscoa e no Pentecostes – é particularmente repulsiva. É razoável colocar duas questões: qual é o fim de tais proibições? E qual será o próximo bispo a reduzir, mais ainda, os dias autorizados para a celebração do rito tridentino?
Parece que não há nada mais urgente, dentro da Igreja, do que se empenhar em perseguir os fieis ligados à tradição litúrgica.
Missa de Natal celebrada no rito novo, na Arquidiocese de Chicago
O pe. Pfleger é pároco da paróquia Santa Sabina em Chicago, a diocese governada pelo Cardeal Cupich. Eis uma amostra da missa de Natal que foi celebrada alí no dia 24 de dezembro de 2021.
Acaso o Cardeal Cupich não tem problemas mais urgentes do que suprimir a missa tradicional?