Foi no natal de 1847. Um sacerdote foi chamado para um moribundo. O homem era conhecido como e inimigo dos padres e da religião. O ministro de Deus entrou no quarto e dirigiu-se direitinho ao doente. Não teve tempo de perguntar-lhe como estava passando, pois o enfermo se pôs a praguejar e a vomitar blasfêmias horríveis. E não foi possível acalma-lo. O Padre saiu consternado. Foi à igreja pedir à Mãe de Deus coragem para tentar nova visita.
No dia seguinte voltou à casa do doente. Ouviu as mesmas palavras. E vendo que o homem parecia procurar alguma coisa ao redor da cama, perguntou-lhe:
– Amigo, estas querendo alguma coisa?
– Procuro, sim, foi a resposta, a minha bengala para quebrá-la em suas costas.
E furioso por não achá-la, acrescentou:
– Não tenho outra coisa, tome isto.
E atirou-lhe um escarro no rosto.
O padre retirou-se, horrorizado.
Numa reunião, que houve à noite na matriz, pediu o sacerdote orações especiais em honra do Puríssimo Coração de Maria, pela conversão do pecador. Todos rezavam com fervor e piedade.
Ao sair da igreja, o Vigário foi de novo ver o doente, confiando no poder e na bondade da Virgem Santa.
E desta vez foi acolhido bem. O moribundo estava calmo e resignado.
– Veio confessar-me, Sr Padre?
– Sim, meu amigo: acabamos de invocar a Maria Santíssima. Estou vendo que nossa oração foi atendida.
De fato confessou-se; comungou no dia seguinte e, quatro dias depois de ter recebido a extrema-unção, entregou sua alma suavemente a Deus.
Não quis converter-se, mas Nossa Senhora venceu.
Como Maria Santíssima é boa! – Frei Cancio Berri C. F. M