Tres sunt qui testimonium dant in coelo: Pater, Verbum et Spiritus Sanctus, et hi tres unum sunt – “Três são os que dão testemunho no céu: o Pai, o Verbo e o Espírito Santo, e estes três são um”. (1 João 5, 7)
Sumário: A Santíssima Trindade é nosso tudo; e todos os bens que já temos recebido e ainda esperamos para o futuro, nos vieram e virão da Santíssima Trindade. É, pois, com razão que a Igreja embora Lhe consagre todos os Domingos, Lhe dedique o dia de hoje de um modo especial. Veneremos devotamente tão augusto mistério, dizendo à miúde o Gloria-Patri; respeitemos também a imagem da Santíssima Trindade que se acha em nosso própria alma como na do próximo.
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Posto que todas as homenagens tributadas aos Santos redundem em honra da Santíssima Trindade, cuja imagem se honra na pessoa deles, exigem, contudo, a justiça e a gratidão que, tanto para glória do Altíssimo como para nosso próprio proveito, veneremos tão augusto mistério com obséquios especiais. É-nos isto um dever absolutamente indispensável; porquanto a Santíssima Trindade é o princípio d’onde procedemos, e o fim para o qual havemos de voltar. A primeira graça que nos foi conferida no batismo, veio-nos em nome da Santíssima Trindade e a glória essencial que se goza no paraíso é ainda a Santíssima Trindade.
É este o nome que faz tremer o inferno, põe em fuga os demônios, faz cessar as tentações, alegra os céus, beatifica os Santos, consola os justos, derrama a abundância das graças. Numa palavra, a Santíssima Trindade é nosso tudo. Todos os bens, que já temos recebido e ainda esperamos para o futuro, quer na ordem da natureza, quer na ordem graça e da glória, todos nos vieram da Santíssima Trindade.
Eis porque os Ofícios divinos da Igreja abundam em louvores, invocações e súplicas dirigidas expressamente às três Pessoas divinas. Não satisfeita ainda com isto e apesar de ter consagrado à augustíssima Trindade todos os domingos do ano, dedica-Lhe o dia de hoje de um modo especial. Quer nossa boa Mãe que todos os fiéis sejam devotos fervorosos de tão grande mistério; ou, antes, quer que esta seja a sua devoção particular. Todavia é talvez a devoção mais descuidada.
Para acharmos e visitarmos à Santíssima Trindade, não é mister que subamos ao céu ou entremos numa igreja; basta que lancemos um olhar de fé sobre nossa própria alma, na qual está impressa a bela e amada imagem de Deus que ali habita como em seu templo. Recolhe-te, portanto, dentro de ti mesmo, e ali, todo silencioso, adora, louva, ama e bendiga à Santíssima Trindade. Em particular diga freqüente e devotamente o Gloria-Patri, onde, na palavra de São Francisco de Assis, se acha resumida toda a ciência e virtude das Sagradas Escrituras.
Se porventura manchaste por alguma culpa a tua alma, feita à semelhança de Deus, procura purificá-la quanto antes no sacramento da Penitência pelas lágrimas da contrição e esforça-te por adorná-la com todas as virtudes cristãs. Habitua-te também a ver na alma do próximo outras tantas imagens vivas da Santíssima Trindade e por este motivo ama-as, compadece-te delas e ajuda-as conforme puderes, ao menos rezando por elas.
Afim de que esses teus obséquios sejam mais agradáveis à Santíssima Trindade, une-os àqueles que lhe tributam todos os anjos e santos do paraíso, Maria Santíssima, e especialmente o divino Redentor. Imagina que Jesus Cristo te diz o que um dia disse a Santa Gertrudes: “Minha Filha, eis aí o meu Coração, que faz as delícias da Santíssima Trindade. Eu t’o dou afim de que por ele possas suprir o que te falta”.
Ó Santíssima Trindade, objeto, agora de minha fé e um dia da minha eterna beatitude, creio em Vós, adoro-Vos, amo-Vos; e em união com toda a corte celeste quero sempre dizer: † “Santo, Santo, Santo é o Senhor, Deus dos exércitos. A terra está cheia da vossa glória. Glória ao Pai, glória ao Filho, glória ao Espírito Santo” (1); assim como foi no princípio, agora e sempre, e por todos os séculos dos séculos, Amém. “Ó Deus, que concedeste aos vossos servos conhecer na confissão da verdadeira fé a glória da eterna Trindade e adorar sua Unidade no poder da Majestade; nós Vos rogamos que com a firmeza da mesma fé possamos vencer todas as adversidades.”(2) Fazei-o pelo amor de Jesus e Maria.
- Indulg. de 100 dias; indulg. plenária para quem rezar este Trisagio durante um mês inteiro, contanto que se confesse e comungue.
- Or. fest.
Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo II – Santo Afonso