O LINGUAJAR REVOLUCIONÁRIO DO PAPA FRANCISCO

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Fonte: Corrispondenza Romana – Tradução: Dominus Est

Na história da Igreja houveram numerosos Papas “reformadores”, mas ao que parece Bergoglio pertence a outra categoria, inédito até agora entre os pontífices romanos: aquela dos revolucionários.

Os Reformadores se propunham a restituir na doutrina e na moral a pureza e integridade original e neste ponto de vista, podem ser chamados também de tradicionalistas.

Tais foram, por exemplo, Pio IX e Pio X. Os revolucionários, ao contrário, são aqueles que querem fazer uma cisão entre o passado e o presente, colocando em um futuro utópico o ideal que aspiram. A ruptura do Papa Francisco com o passado é mais de ordem linguística do que doutrinal, mas em uma época em que imperam os meios de comunicação, a linguagem possui uma capacidade transformadora superior a todas as ideias que necessariamente veicula. Não é por acaso que, na conferência do anuncio da exortação pontifícia Amoris laetitia, o cardeal Schönborn mesmo a definiu como “um evento linguístico“.

A escolha de um determinado estilo de linguagem, expresso através de palavras, gestos e também omissões, implica um modo de pensar e transmite implicitamente uma nova doutrina. Agora, a pretensão de operar uma revolução linguística negando que seja também uma revolução doutrinária leva necessariamente à confusão. E a confusão, a desorientação e certa esquizofrenia, parecem ser a marca do atual pontificado.

Entre os mais recentes exemplos de confusão temos a relacionada ao conceito de pobreza. Se confunde a pobreza evangélica com a da ideologia sócio-comunista.

O primeiro é um estado de perfeição que nasce de uma decisão voluntária e pessoal; a segunda é uma condição social imposta obrigatoriamente de cima. Por outro lado, se no nível pessoal os homens da Igreja e os católicos em geral devem viver em um espírito de pobreza, no sentido de não se apegarem aos bens pessoais, a Igreja como instituição não deve ser pobre, pelo contrário, deve dispor de todos os meios materiais necessários para cumprir a sua missão. Privar a Igreja de tais meios significa mortifica-la e enfraquecer a sua ação no mundo. Neste sentido, o chamado à pobreza do Papa Bergoglio, corre o risco de tirar a Igreja da sua capacidade de transformar o mundo para mergulhar em um processo de secularização que está dissolvendo aquilo que foi o Ocidente cristão.

Roberto de Mattei