“They are not rebelling against an abnormal tyranny; they are rebelling against what they think is a normal tyranny — the tyranny of the normal.” (Chesterton)
Fonte: Boletim Permanencia
Como uma mola comprimida, o estranho confinamento das últimas semanas terminou numa explosão de anarquia. Sob o aplauso da imprensa — que parece aprovar quando a aglomeração é desse teor — multidões passaram a se reunir nas ruas em várias capitais do mundo, depredando o patrimônio público e agredindo populares. Tudo em nome da democracia, da tolerância ou de um mundo melhor.
Essa explosão de ódio não poupou a Igreja. Na Espanha, em La Roda de Andaluzia, um monumento ao Sagrado Coração de Jesus foi decapitado, enquanto, em Portugal, uma estátua do Padre Antônio Vieira foi vandalizada. Nos Estados Unidos, o ódio iconoclasta voltou-se contra as origens do país: estátuas de Cristóvão Colombo foram depredadas em pelo menos duas localidade, bem como as de outras personalidades históricas.
Por detrás de tudo isso encontra-se um grupo chamado “Antifa”, que é a abreviação de anti-fascistas. “A violência instigada e produzida pelo “Antifa” e outros grupos similares em conexão com as manifestações é terrorismo doméstico e deverá ser tratado como tal” — declarou recentemente William Barr, Advogado Geral do governo norte-americano.
Foi esse grupo que aportou nas últimas semanas no Brasil, prometendo trazer para cá as táticas e objetivos dos auto-proclamados grupos anti-fascistas, em atuação na Europa há quase um século.
Antifaschistische Aktion era o nome da primeira organização “Antifa”, fundada na Alemanha na década de 30 pelo Partido Comunista. Como os seus discípulos de hoje, cobriam os rostos, envolviam-se em brigas e empunhavam a bandeira preta, que é a cor do movimento anarquista, ou a vermelha, do comunismo. O que entendiam esses bravos por “fascismo”? Bom, era tudo o que não concordasse com os seus ideais, com uma diferença: se no início seguiam a definição marxista-leninista que identificava fascismo a capitalismo, hoje parecem englobar no termo tudo o que se opõe à agenda esquerdizante: aborto, gênero etc.
O que há por trás de tudo isso? Como explicar manifestações similares e de caráter violento explodindo de uma hora para a outra nos quatro cantos do mundo? Responda quem puder.
Quanto a nós, socorrendo-nos das lições que Marcel Clement nos deu em “Le communisme face à Dieu“, apenas nos perguntamos se isso não representará o início de uma nova etapa no combate:
“Que diferença há entre guerra subversiva e guerra revolucionária? Primeiro, o fim perseguido. O objetivo da guerra subversiva é isolar psicologicamente uma população de seu governo para enfraquecer esse governo e, assim, condicionar sua política. A União Soviética sustentou esse tipo de guerra, em graus variados, em todos os países livres”.
“O fim da guerra revolucionária é muito mais radical. Como o próprio nome sugere, procura derrubar a ordem estabelecida em um país e substituir o antigo governo por um novo, de tendência ideológica oposta.”
“Essa diferença de objetivos implica uma diferença de meios. Na guerra subversiva, as principais armas são psicológicas. Por meio de informações, imprensa, pôsteres, folhetos e, se possível, rádio e até cinema e televisão, busca-se influenciar a opinião pública, utilizando seus instintos, para finalmente condicionar suas reações psicológicas. Todas essas técnicas também são usadas na guerra revolucionária, mas combinadas com o uso metódico de infiltração, terrorismo e, lateralmente, com uma encenação militar, política e diplomática.
“A característica essencial da guerra revolucionária é seu caráter totalmente artificial. Os habitantes de um país sujeito a esse tipo de guerra testemunham uma incrível evolução de idéias. Em alguns meses, ou em alguns anos, eles se tornam inimigos da organização social em que vivem em paz e amigos daqueles que, culpados da desordem, praticam o terrorismo, enquanto fanatizam a população, buscando a vitória da sua ideologia. Como Mao-Tsé-Tung escreveu: “Uma revolução ou uma guerra revolucionária começa do nada e, para existir, vai aos poucos, do nascimento ao desenvolvimento; da falta de poder à tomada do poder político; da ausência de um exército vermelho à sua criação; da ausência de uma região dominada pelos comunistas ao seu estabelecimento. ”
O comunismo — condenado pela Igreja como ‘intrinsecamente perverso’ — é o regime do pensamento único. Apesar da sua grande prevalência em nossos dias, ele ainda não é absoluto pois há quem lhe oponha resistência e insista em defender, com maior ou menor acerto, o patrimônio da civilização ocidental, pela Fé em Deus, o amor à Pátria e a vida moral fundada nas verdadeiras virtudes.
São esses os verdadeiros alvos desses manifestantes.