Ó mulher, lança um olhar para Mim, flagelado até o sangue e coroado de espinhos! Contempla as Minhas contusões e chagas!… Depois escuta e reflete!
Na vida terrena Eu me mostrei um manso cordeiro. Subi ao Calvário sem abrir à boa. Tratei com doçura a Samaritana e a converti.
Toquei o coração da pecadora de Magdala e fiz dela uma predileta Minha. Ao longo das estradas da Palestina saiam da Minha boca palavras de luz, de paz e de amor. Os Meus ensinamentos eram doces como o favo de mel. Um dia, porém, lançando um olhar Divino sobre todos os séculos, à vista do mal que inundava o mundo, pronunciei palavras de fogo: “Ai do mundo por causa dos escândalos!…” Ai de quem escandaliza um destes pequeninos que crêem em Mim! Melhor seria que se pendurasse ao pescoço de quem dá escândalo uma mó de moinho e fosse precipitado no mar!
Quem pronuncia este “ai” é um Deus; sou Eu, Jesus, o Redentor, que tanto sofri para salvar as almas; sou Eu, o Juiz Supremo da Humanidade, Eu, que deverei pronunciar a sentença eterna para todas as almas: ou o Paraíso ou o Inferno!
Reflete, ó mulher, que segues a moda livre, reflete sobre o escândalo que dais a quem te olhar e sobre a tremenda responsabilidade de que te carregas!… Podes iludir-te a ti mesma dizendo: Que mal há em seguir esta moda?… De resto, as outras mulheres fazem exatamente o mesmo!… − Esta ilusão vale para ti; mas a realidade é bem diferente! Não podes enganar-me, que sou Bom, mas também sou Justo!
Eu, o Legislador Divino, disse: Se alguém olhar para uma mulher com malícia, já pecou com ela no seu coração! − Todos os olhares lançados sobre ti com malícia, quer em casa, quer fora, são pecados que se cometem. Tais pecados são imputáveis a quem te olhar, mas antes de tudo a ti que és a causa voluntária deles. Um dia, quando a morte te arrancar do mundo e compareceres diante de Mim para ser julgada, verás as culpas que os homens cometeram ao ver-te com vestido indecente e tu mesma ficarás horrorizada!… Que escusa Me apresentarás?… Ai de ti, ó mulher, pelos teus escândalos!
Ó mulher mundana, que perdeste o pudor e te apresentas ao público sem te envergonhar, por que ages assim?
Tu não crês que existe um Deus, que há uma outra vida após esta terrena e que há uma alma a salvar! Crês ser semelhante a qualquer animalzinho, o qual, quando estiver morto tudo acabou para ele!
Enganas-te!… És uma criatura de ordem superior. Há um Deus acima de ti, ao qual nada escapa, um Deus que é Justo punidor da culpa. Escuta!
Quando talvez um dia estiveres presa ao leito, sem esperança de levantar-te… ou amassada entre duas máquinas, ensanguentada e próxima de morrer, ou quando o alarme de um germe maligno te disser que os espaços para ti terão acabado…, ou quando lutares com a morte, enquanto o teu corpo for atormentado na sala de operação… ou quando talvez tenhas um veneno perto ou uma arma para satisfazer ao desespero… lembra-te nesse instante que Deus está te pagando!… Deus não paga o sábado, mas paga sempre!
Disse ao paralítico de Betsaida, depois de tê-lo curado: Não peques mais, para que não te aconteça algo de pior… Aquele homem tinha ficado paralisado durante 38 anos por motivo dos seus pecados.
É verdade que às vezes Eu toco com dor o corpo dos meus prediletos, para se santificarem e salvarem as almas; mas frequentemente Eu toco o corpo dos que pecam para puni-los, na esperança de fazê-los compreender! Eu possuía uma vinha numa fértil colina. Eu a rodeei de cercas, tirei dela as pedras e a enchi de videiras escolhidas. Edifiquei no meio uma torre, construí um lagar e esperei que produzisse uvas; mas não deu outra coisa senão labruscas (uma casta de uva preta).
Que coisa deveria ter feito pela Minha vinha e não fiz?… Agora darei a conhecer o que pretendo fazer à Minha vinha: arrancarei a sebe e esta será devastada…
Deixá-la-ei no abandono! A vinha da qual Eu falo és tu, ó mulher, que tens o nome de cristã, mas na realidade não és! Eu te fiz nascer num país iluminado pela Fé e numa família cristã; foste instruída nas Verdades Divinas; muitas vezes te liberei dos perigos da alma e do corpo; te enriqueci de muitas graças espirituais.
Enquanto estavas na infância, prometias muito e Eu aguardava os bons frutos de ti, ó Minha vinha amada. Mas na juventude tu te deixavas arrebatar pela corrente mundana e também tu segues hoje a moda, se não totalmente escandalosa, certamente muito livre.
Houve tempo em que detestavas nas outras mulheres aquela moda de vestir, que apesar disso fizeste tua… Tu te tornastes imunda! Inutilmente os Meus sacerdotes levantam a voz e expõem os sagrados avisos no Templo.
Ó mulher, que te crês religiosa e trajas vestidos pouco decentes, reflete sobre o teu caso!
Ora, seja por hábito ou por conveniência social, às vezes te resolves a comungar. Sabendo que o sacerdote não te daria a Sagrada Partícula ao ver-te com os braços nus e muito decotada, no momento da Comunhão te cobriste o melhor que podias e assim recebeste-me no Santíssimo Sacramento. Eu, que invisto contra o escândalo, entro no teu corpo. Quanta amargura experimento quando vens para receber-me!… Penso na tua moda! Saída da igreja, eis que te vestes imodestamente de novo, e ages por motivo de vaidade para não parecer menos inconvenientemente vestida que as outras mulheres… mas apesar disso estás debaixo das vistas dos homens, os quais frequentemente não são simples em olhar e em pensar! Na igreja o teu corpo que comunga se torna um Tabernáculo, e fora da igreja, ao longo das ruas, nos pontos de encontro, na praia e em casa, o teu corpo se torna instrumento de Satanás, incentivo do mal.
Que coisa poderia Eu fazer mais à Minha filha e não o fiz?… Não Me resta senão abandoná-la!
Lembra-te, ó mulher, que um dia Me darás conta dos pecados que os outros cometeram devido à ocasião que deste! Recorda-te também que não é a moda pouco decente que confere beleza à mulher, mas a modéstia no vestir e a seriedade da vida!
“Moda Femminile − A Moda Feminina” – D. Giuseppe Tomaselli