PACIÊNCIA E IMPACIÊNCIA – PARTE 6 – SOBRE A RECLAMAÇÃO

O julgamento religioso de Cristo

Fonte: Bulletin Hostia (SSPX Great Britain & Ireland) – Tradução: Dominus Est

Quando alguma coisa nos aflige ou nos aborrece, é um impulso natural aliviar nossos sentimentos contando nossas mágoas aos outros, em parte por uma esperança de compaixão, em parte porque é um grande alívio expressar nossa irritação ou nossa tristeza. Tais queixas raramente são feitas sem pecar. Dificilmente é possível falar do que sofremos sem alguma violação da lei da caridade.

Devemos nos esforçar para exercitar a virtude da paciência e controlar as palavras que surgem, com as quais estamos prestes a contar a história de nossos erros. O esforço de manter o silêncio em um caso como esse logo traz sua recompensa. Depois de algum tempo, a dor diminui, ao passo que se nos estendêssemos sobre ela, teríamos nos sentidos mais amargurados do que antes.

Aqueles que sabem que sofremos são edificados pelo nosso silêncio. Nosso ofensor é frequentemente conquistado por nossa mansidão.

A paz entra em nosso coração.

Consigo reprimir, por amor a Cristo e para imitar Sua paciência, palavras indelicadas que chegam aos meus lábios? Quando faço isso, não percebo que a paciência traz sua própria recompensa? No entanto, isso não significa que devo sempre enterrar minhas mágoas em meu próprio coração.

Às vezes não consigo fazer isso, elas virão à tona, apesar dos meus esforços. Às vezes é quase um dever contar nossa história a algum amigo bondoso e solidário; metade de nossos problemas desaparecem ou são sensivelmente diminuídos com o simples ato de contar.

Mas devemos escolher alguém em quem podemos confiar e respeitar. Devemos ter cuidado para não falar com amargura ou abusar dos outros pelo desabafo aos nossos sentimentos.

Devemos tentar desculpar os outros e contar nossa história com toda a simplicidade e caridade.

Consigo esta regra quando estou expondo meus problemas no ouvido de algum amigo ou conselheiro?