Tendo ouvido falar da beleza de Maria Santíssima, um Religioso que muito a amava, desejava ardentemente vê-la pelo menos uma vez. Pediu-lhe humildemente essa graça, e a bondosa mãe mandou-lhe um anjo para que lhe dissesse que seria satisfeito o seu pedido, com esta condição, porém, que, depois de tê-la visto, ficaria cego.
Apareceu-lhe um dia a Virgem Maria. E ele, para não perder os dois olhos, quis a princípio contempla-la com um só olho.
Mas, em breve, encantado pela grande beleza de Maria, abriu o outro olho para aprecia-la melhor, e, nesse momento, desapareceu a Mãe de Deus.
Desde esse dia, não continuando mais a ver a sua amável Rainha, ele ficou tão aflito, que não parava de chorar, não por ter perdido um olho, mas por não ter podido ver a Santíssima Virgem com os dois olhos.
Por isso suplicou-lhe que se lhe mostrasse novamente, consentindo de boa vontade perder ainda o olho que lhe ficara.
“Ó Maria, dizia-lhe ele, serei feliz e contentar-me-ei se ficar cego por uma razão tão sublime, pois amarei então somente a vós e a vossa beleza”.
Maria quis consola-lo novamente e aparece-lhe pela segunda vez. Mas, porque essa boa Mãe não faz mal a ninguém, em vez de priva-lo inteiramente das vistas, restituiu-lhe o olho que antes perdera.
Sempre assim é Nossa Senhora!
Como Maria Santíssima é Boa! – Frei Cancio Berri C. F. M.