Empresa imensamente difícil foi a construção da estrada de ferro de São Gotardo (túnel de 14.920 m ).
Os operários estavam, dia e noite, expostos a caírem nos terríveis abismos que ladeavam a estrada. Amarrados em fortíssimas cordas desciam até à altura da estrada e com extremos de fadiga abriam na dura rocha profundos buracos que, enchidos de dinamite, a faziam explodir. E desta maneira iam aos poucos abrindo caminho para a estrada de ferro.
Certa tarde fizeram, como de costume, um grande buraco e o encheram de explosivos, mas deixaram para o dia seguinte a tarefa principal.
Na hora marcada desceu um operário e acendeu o pavio para, em seguida subir a toda pressa pela corda, como costumava fazer diariamente. A chuva da noite, porém, tornara escorregadia a corda, impossibilitando a subida do pobre operário.
E o pavio a queimar, e aos seus pés o abismo imenso… Estava perdido. Que fazer? Todas as tentativas foram infrutíferas; por maiores esforços que fizesse, não conseguia subir, e a horrível morte a seus pés!
Mas no pavor do desespero recorre a Maria e grita:
“Santa Maria, Socorrei-me!” Um estrondo reboa pelos abismos. Os companheiros, lá do alto contemplam estarrecidos o pobre operário e exclamam:
“Está morto”.
Mas a Virgem Medianeira é também Senhora dos precipícios. Qual não foi a surpresa dos companheiros ao se certificarem que o trabalhador estava ileso. Nenhuma pedra da explosão o atingira.
Maria lhe salvara a vida. A fumaça quente secou a corda e com relativa facilidade subiu até aos companheiros.
* * *
Oh! Nós todos que ladeamos o abismo da condenação eterna, nunca, nunca, em nenhuma dificuldade da vida, deixemos de invocar Maria.
Como Maria Santíssima é boa! – Frei Cancio Berri C. F. M.