Um senhor muito cruel teve o gosto de festejar com um banquete o nascimento de sua filha Lucrecia. Durante o festival, levantando na mão o punhal sangrento, exclamou com voz furibunda:
– Com este matei quatorze Padres Carmelitas e cinco Franciscanos e prometi liquidar o que tentar batizar minha filha.
Maria Santíssima, porém, velava por sua filha que ajudou a viver pura como um lírio no meio de tantos maus.
Lucrecia foi crescendo. Embora sem batismo, era devota da Mãe Celestial.
Em 1813, Lucrecia caiu enferma e a doença a levou às portas da morte.
Procuraram os parentes dispor o pai a fim de que permitisse o batismo da filha. Ele, esbravejando, renovou o juramento de matar o Sacerdote que se apresentasse para batiza-la
Avisaram disso um Padre que, disfarçado em médico, veio para prestar socorro à doente, que fora declarada incurável.
Foi aceito. Enquanto o pai foi preparar uma bebida medicinal, prescrita pelo suposto médico, o sacerdote deu-se a conhecer e perguntou a Lucrecia se desejava ser batizada.
– Oh! Sim, Padre, há muito que suspiro pelo batismo.
O pai entrou quando o ministro de Deus acabava de pronunciar as últimas palavras sacramenteis.
– Lucrecia, disse-lhe o pai, toma este remédio.
– Meu pai, não me chame mais Lucrecia, replicou a jovem, eu me chamo agora Maria e vou ver, no Céu, minha mãe querida que me salvou.
E expirou.
Como Nossa Senhora é boa!
E que aconteceu ao pai? Quererão todos saber.
Depois de chorar duas horas a morte da querida filha, colocou a mão direita sobre o corpo frio de Maria Lucrecia, e jurou mudar de vida, reparando todas as maldades. O que prometeu, de fato, fez.
E repito aqui mais uma vez: Como Nossa Senhora é muito boa!
Como Maria Santíssima é Boa! – Frei Cancio Berri C. F. M.