A BESTIALIDADE DA “CIVILIZAÇÃO” LAICA

La bestialità della “civiltà” laica

Fonte: Radio Spada – Tradução: Dominus Est

O objetivo da revolução é o naturalismo político, que ela entende sob o nome de civilização moderna, de emancipação do Estado em relação à Igreja, da autonomia do poder secular. Ora, o naturalismo político, ao libertar a sociedade dos laços da religião, não reconhece outro fim ao homem senão a bem-aventurança da vida presente no gozo dos bens materiais; e, portanto, não pode ter outro propósito senão o de obter e aumentar a riqueza

Ao indivíduo transgressor é reservado o inferno; à sociedade, que vive apenas no tempo, é retribuída a pena correspondente na vida presente. Qual será esse castigo? Per quae peccaverit homo, per haec et punietur; é um castigo que afeta não apenas os indivíduos particularmente, mas também os Estados. A sociedade pretendia, por essa via, alcançar uma perfeição muito elevada; e, pelo contrário, precipita-se vertiginosamente, até igualar a condição dos brutos. E, verdadeiramente, o que constitui o bruto? Não ter outra regra em suas ações senão o instinto sensível. A isso se reduz a sociedade, considerando o prazer como o fim supremo do homem. A besta tende ao prazer… o homem social do progresso moderno tende ao prazer. Se há alguma diferença, dada a luz da razão com que o homem é dotado, tal diferença volta-se, na verdade, contra ele. Pois o bruto, incapaz de se controlar, é governado em seus apetites pela arte divina, que estabelece medida e limites aos instintos animais. Mas o homem, que pelo dom celestial do intelecto e da vontade estava destinado a cumprir tal tarefa em si mesmo, torna-se horrivelmente desordenado, caindo a mercê de seus sentidos, totalmente desenfreado.

Uma manada de animais, com a razão servindo aos sentidos: esta é a sociedade separada de Deus e da Igreja. Mas se ao menos essas bestas sociais fossem serenas e tranquilas! Mas, longe disso. Elas estão em constante agitação e guerra entre si: Silva frementium bestiarum. A razão é que todos aspiram a um bem que não pode ser alcançado por todos, mas apenas por alguns, em detrimento dos outros. A riqueza não se forma de outra maneira senão acumulando em um o que poderia ser distribuído entre muitos; e essa acumulação em si é fruto do trabalho incessante de muitos braços. Portanto, para que haja ricos em uma sociedade, é necessário que haja pobres; e para que haja gozadores, é necessário que hajam atribulados. Imagine que paz e contentamento devem reinar entre essas pessoas quando, removida toda influência religiosa, cada uma anseia por desfrutar e, consequentemente, enriquecer! Convém que se ataquem mutuamente e, onde não puderem, aguardem ansiosamente o momento propício. Este é o destino de uma sociedade cujos membros não reconhecem mais a lei do espírito.

Pe. Matteo Liberatore SJ, A Igreja e o Estado, Nápoles, 1871, pp. 197, 201-202.