A ELEVAÇÃO E O PATER

O cânon da Missa termina com o que chamamos de pequena elevação. Antes do século XII, essa era a única elevação no rito da Missa.

Fonte: Apostolo n° 178 – Tradução: Dominus Est

O sacerdote, depois de fazer a genuflexão, pega a hóstia entre os dedos e, com ela, traça cinco cruzes: três cruzes acima do cálice dizendo “por Ele, com Ele e nEle”. Com este gesto e essas palavras o rito indica que o Corpo e o Sangue de Cristo, embora separados pelo sacramento, estão unidos na glória da Ressurreição.

Em seguida, o sacerdote traça duas cruzes diante do cálice “a Vós que sois Deus Pai onipotente, na unidade do Espírito Santo…”; mostrando assim que apenas o Filho encarnou, mas que o Pai e o Espírito Santo estão presentes nesse sacrifício para recebê-lo.

Em seguida, o sacerdote coloca novamente a hóstia sobre o cálice e os eleva juntos, dizendo: “Toda honra e toda glória Vos sejam dadas”. Esta elevação significa a Ascensão de Cristo ressuscitado, pela qual o Pai recebe e aceita o sacrifício do Filho, consumando assim a nossa salvação.

Por fim, o sacerdote coloca a hóstia e o cálice de volta sobre o corporal e cobre o cálice com a pala. Este último gesto é interpretado por alguns autores como representando a nuvem que cobriu Jesus Cristo durante a sua Ascensão. Em seguida, levantando-se da genuflexão, o sacerdote conclui em voz alta (ou cantando) “por todos os séculos dos séculos”. Os fiéis respondem “Amém”. Tudo está consumado, o silêncio do cânon é quebrado e os fiéis unem-se ao mistério da sua redenção que é realizada: “Amém”.

Abre-se, então, uma nova parte da Missa. Os batizados receberão os frutos da salvação: filiação divina, unidade, paz e comunhão. De agora em diante eles podem dirigir-se a Deus dando-lhe o nome de Pai. O sacerdote recita ou canta o Pater Noster, com as mãos estendidas e os olhos fixos na Hóstia. A Hóstia não é o Pai, mas o Filho que assumiu esta carne. Contudo, foi o Filho quem nos ensinou o Pai Nosso. Como bom discípulo, o celebrante olha para o Mestre de oração. E depois dirige-se ao Pai através do Filho que disse: “Quem me vê, vê o Pai”.

Pe. Lionel Héri, FSSPX