Não há nada mais precioso do que o tempo, mas, “…pobre de mim…”! Hoje, nada é considerado mais inútil. Os dias da salvação passam e não se pensa neles. Ninguém reflete sobre o fato que esses momentos se foram, para nunca mais voltar.
Fonte: FSSPX Ásia – Tradução: Dominus Est
Muitos, hoje, abusam da paciência de Deus, dando pouca atenção a assuntos tão importantes. Eles desperdiçam tempo, o mais precioso dos dons e, miseravelmente, o desperdiçam em coisas frívolas. São Bernardo escreve: “Hoje as pessoas negligenciam o cuidado de sua alma e se dedicam completamente aos desejos da carne. Eles não têm medo de pecar, têm medo apenas de serem castigados. Sua preocupação não é desenvolver as virtudes do coração, mas a solidez do corpo e até mesmo seu prazer (sua concupiscências). Eles aprenderam essas lições na escola de Hipócrates e Epicuro. Mas este é um tempo para almas e não para os corpos. Estes são dias de salvação, não de voluptuosidade”. E ainda: “Não há nada mais precioso do que o tempo, mas, “…pobre de mim…”! Hoje nada é considerado mais inútil. Os dias da salvação passam e não se pensa neles. Ninguém reflete sobre o fato de que esses momentos se foram, para nunca mais voltar.” Na verdade, não há dádiva mais preciosa do que o tempo: temos uma breve hora para obter perdão, a graça e a glória, e para merecer mais do que o o mundo inteiro pode oferecer.
O tempo é curto, mas nele podemos adquirir riqueza espiritual que excede, em muito, o valor todas as coisas passageiras deste mundo. Reflita também sobre o fato de que um dia de penitência aqui vale mais do que um ano de sofrimento no purgatório, como lemos em Ezequiel: É um dia que eu te dei por cada ano. (4,6). Os tormentos no purgatório excedem todas as punições temporais neste mundo. Santo Agostinho diz que o fogo do purgatório é mais severo do que qualquer dor que possamos sentir, ver ou mesmo imaginar neste mundo (sermão 41, de sanctis). Portanto, é melhor para nós empreender uma vida boa do que longa. Nas palavras de Sêneca: “O importante não é quanto tempo você vive, mas quão bem você vive. A vida é medida pelas nossas obras, não por nossos anos”.
A Vida de Jesus Cristo, por Ludolfo da Saxônia (o Cartuxo). Adaptado de Le Petit Écho de Notre-Dame – n° 115 – Agosto 2023
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