Caríssimos fiéis,
Neste mês, iremos em peregrinação a Aparecida.
Uma peregrinação é uma espécie de resumo de nossa vida. Há um começo e um fim. No meio, há alegrias e penas que oferecemos por nossa santificação.
O famoso Beneditino, Dom Columba Marmion, expressou esta realidade da seguinte forma: “Quanto mais passa a vida, mais vejo que esta vida é apenas uma breve aparição enquadrada por duas eternidades, uma que precede e a outra que se segue. Esta vida é uma prova que precede a eternidade, uma expiação, uma participação na paixão de Jesus Cristo. Deus é tão bom que derrama neste copo algumas gotas de prazer (bastante efêmeras) para tornar a vida suportável, mas não é de forma alguma sua intenção que devemos nos fixar nestes prazeres. São Bento tem uma expressão que nos mostra a verdadeira atitude em relação ao gozo que Deus nos dá: Delicias non amplecti: Não o abrace, não se deixe levar por ele. Ele não diz para não desfrutar. O próprio Deus nos envia prazeres e Ele permite, Ele até mesmo quer que nós os aceitemos às vezes, mas Ele não quer que nos afundemos no prazer, porque então corremos o risco de deixar a Deus e nos entregarmos à criatura. As várias provas, tão duras, pelas quais passamos são lições de nosso Pai celestial para nos afastar das criaturas” (Vinde a Cristo todos vós que trabalhais; Maredsous, 1946, p.241).
Ao participar desta peregrinação, iremos para afastarnos da terra e aproximarmo-nos do céu. Desejamos compreender melhor o significado de nossas provas e receber o consolo espiritual. Quem melhor que a Santíssima Virgem Maria para nos ajudar? Tendo se tornado nossa mãe aos pés da cruz, ela compreende todos os nossos sofrimentos e assume todas as nossas dores.
Como uma boa mãe faz com seus filhos, ela leva-nos pela mão para ensinar-nos como caminhar para o céu sem ser desencorajados por quedas e dificuldades. Esta peregrinação contém um caráter especial daquele consolo que todos os povos católicos da terra vêm buscar nos santuários que levantaram para a glória de sua mãe celestial. Este consolo é especialmente perceptível em Aparecida.
Como os senhores sabem, a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada em duas peças. Após ser reparada, foi exposta à veneração dos fiéis. Ela se tornou a padroeira do Brasil. Nossa Senhora Aparecida poderia, portanto, ser chamada de Nossa Senhora da Reparação. Esta imagem, quebrada pela negligência dos homens, é a imagem do mundo cuja harmonia foi quebrada pelo pecado original. É também a imagem de nossa alma ferida pelo descuido de nossas faltas. Nossa Senhora nos trouxe o remédio, a reparação, ao trazer-nos o Salvador. Ela mesma, recebendo o privilégio de preservação do pecado original, Imaculada Conceição, foi o primeiro fruto desta reparação em escala universal.
Vivemos esta reparação especialmente na Tradição Católica. Ao nosso redor, parece que tudo está desmoronando: a vida religiosa, a prática paroquial, os seminários, as famílias católicas, a educação cristã. E nós mesmos, sem sermos do mundo, vivemos nele e ele nos influencia. Trata-se, portanto, de uma magnífica obra de reparação que é nossa. Primeiro em nossa alma e depois em nossas famílias, em nossas paróquias e em toda a sociedade. “Restaurar tudo em Cristo”, este programa de nosso padroeiro são Pio X que colocamos sob a proteção de Nossa Senhora Aparecida.
Padre Jean-François Mouroux, Prior
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