Fonte: FSSPX México – Tradução: Dominus Est
Não é possível deixar de fazer uma escolha, mas esta escolha não é entre obediência e desobediência, mas o que nos propõe, o que expressamente nos convidam, porque nos perseguem, é uma obediência aparente.
Eu diria que temos de escolher entre uma aparente obediência – pois o Santo Padre não pode, de forma alguma, pedir-nos que abandonemos nossa fé, que é algo absolutamente impossível – e a conservação da nossa fé. Pois bem, nós escolhemos não abandonar a nossa fé, porque nela não podemos errar. A Igreja não pode estar errada no que tem ensinado durante dois mil anos, e por esse motivo nos apegamos a essa Tradição que tem se manifestado de forma admirável e definitiva.
São Paulo dizia a Timóteo: “Ó Timóteo, guarda o depósito.” Ora, este depósito acabava de se formar há algumas poucas décadas. E acrescentava: “Permaneça no que aprendeste com sua avó Loide na sua infância”. A infância de Timóteo se remontava quase à morte de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, São Paulo lhe dizia: guarda o que aprendeste com sua avó: seu catecismo e tudo o que a Igreja lhe ensinou; respeite e mantenha o que aprendeste com sua avó.
Se São Paulo dizia essas coisas quando o depósito estava sendo formulado e a Revelação era pouco conhecida no mundo, com muito mais razão vamos nos manteremos no que a Igreja nos tem ensinado e ensinado a seus filhos durante vinte séculos. Não podemos nos separar dele sem nos afastarmos de nossa santa religião.
Temos fé no sucessor de Pedro. Mas, como o Papa Pio IX disse muito bem em sua constituição dogmática, o Papa recebeu o Espírito Santo não para pregar novas verdades, mas para manter a fé de sempre, motivo pelo qual estamos convencidos de que mantendo essas tradições manifestamos nosso amor, nossa docilidade e nossa obediência ao sucessor de Pedro.
Temos de dizer “não” a esta onda de neo-modernismo e neo-protestantismo. Não se pode dizer que se escolhe uma parte, mas deixa a outra; isso não pode ser, porque tudo está relacionado. Por esta razão, nós escolhemos o que sempre foi ensinado e fechamos nossos ouvidos às novidades destruidoras da Igreja.
Retirado do livro La misa de siempre – Dom Marcel Lefebvre