Fonte: DICI – Tradução: Dominus Est
O Deus de paz, em pessoa, vos santifique em tudo, a fim de que todo o vosso ser, o espírito, a alma e o corpo, se conservem sem culpa para a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é aquele que vos chamou, o qual fará isso. (1 Tes 5, 23-24)
Devido às dimensões do Distrito da Àsia e do número insuficiente de padres, várias capelas só podem ser visitadas ocasionalmente. Esses fiéis são menos “sortudos” que outros? Deus os abandonou e os esqueceu?
Um evento trágico ocorreu recentemente em um local do distrito, onde a missa é oferecida apenas uma vez por mês: um de nossos fiéis morreu subitamente de um ataque cardíaco. Sim, um evento trágico, mas muito consolador em suas circunstâncias.
Na noite anterior, a Missa dominical foi oferecida, em uma sala alugada, por um padre da Fraternidade. O Evangelho falava da morte. O catecismo após a missa falava sobre o purgatório. Posteriormente, um dos fiéis abrigou generosamente o padre para jantar e passar a noite em sua casa. Ele gentilmente insistiu em levar a mala do padre ao seu quarto. De manhã, o padre havia recitado parte do Ofício Divino, conforme solicitado pela Santa Madre Igreja. Sem dúvida, o bom Senhor conduziu essas orações pela alma desse cavalheiro que posava ao lado e estava à beira da morte.
No café da manhã, o bom anfitrião disse-lhe que, após a morte de sua mãe muito idosa, ele queria reformar sua casa e usar o andar de cima para uma capela mais permanente da FSSPX, mantendo o térreo para o quarto do padre, o dele e seu escritório. Antes de partir para o aeroporto, o senhor pediu ao Padre que abençoasse sua mãe. O padre respondeu favoravelmente e igualmente abençoou esse bom homem. Eles então entraram no carro para serem conduzidos por outro fiel que acabava de chegar.
O padre estava no banco da frente e o cavalheiro atrás. Durante a viagem, ele falou com o padre sobre o Papa e sobre certas profecias que pareciam estar relacionadas à crise na Igreja. Ele deu ao padre sua contribuição financeira para os custos de vôo e o aconselhou a usar um certo remédio para aliviar algumas dores corporais. Um breve silêncio se seguiu. De repente, o homem se inclinou para a frente, imóvel e inconsciente: ele estava tendo um ataque cardíaco fulminante.
Quando foi possível parar o carro, o Padre se sentou no banco de trás e tentou, em condições muito desfavoráveis, reanimar o pobre homem que, em poucos minutos, desmoronou completamente e rendeu sua alma à seu Mestre, antes ter conseguido chegar ao hospital mais próximo. O padre deu-lhe a absolvição sacramental e rezou por ele. Essa morte repentina foi certamente um evento trágico e um choque para os fiéis e seus próximos, sem falar do padre e do motorista. Mas, considerando que esses fiéis só podiam ter a boa Missa uma vez por mês, qual era a probabilidade de receber a Santa Comunhão na noite anterior e de ter um padre ao seu lado no momento de sua morte?
O bom Senhor não nos abandona. Ele certamente veio “como um ladrão à noite” (1 Tes 5, 2), sem avisar, mas desejou que seu fiel morresse com as melhores disposições, tendo passado os últimos momentos de sua vida cuidando de um ministro do Senhor e apoiando a Fraternidade São Pio X.
Rezemos para que esse fiel seja libertado do Purgatório em breve e depositemos toda nossa confiança em Deus que, apesar da crise da Igreja, não abandona as ovelhas do seu rebanho. Deus jamais é superado em matéria de generosidade.
“Cada um dê como propôs no seu coração, não com tristeza, nem constrangido, porque Deus ama o que dá com alegria. Deus é poderoso para fazer abundar em vós todos os bens. para que, tendo sempre em todas as coisas tudo o que é suficiente, abundeis em toda a obra boa…” (2 Cor 9, 7-8)
Para saber mais sobre o Distrito da Ásia: Apostle n°54 (em francês)