DO CATECISMO

Resultado de imagem para mãe filhos catolicosQuando a inteligência da criança está desen­volvida, o sacerdote encarrega-se de completar, pelo catecismo, a educação religiosa. As mulheres verdadeiramente cristãs dão-se por felizes, vendo ter­minar a sua obra, por um mestre mais hábil e mais experimentado que elas. As mães, que pelo con­trário, deixaram os seus filhos submersos na igno­rância das coisas mais necessárias, são as que menos empenho mostram, em lhes fazer seguir as instruções familiares do catecismo. É todavia para toda a mãe, e principalmente para uma mãe negligente, uma obrigação rigorosa mandar ao catecismo os seus filhinhos. E que pretextos plausíveis poderão alegar, para deixarem de cum­prir este imperioso dever? Precisais do vosso filho? Não importa. Sois pobre e é preciso que ele tra­balhe para ganhar o pão de cada dia? Não importa também. Em qualquer dos casos, deveis mandá-lo ensinar, e reservar-lhe alguns instantes para isso. Tendo obrigação de prover às necessidades do seu corpo, porque haveis de desprezar o cuidado da sua alma, resgatada pelo sangue de Jesus Cristo? Uma mãe que tem fé sincera, encontra sempre tempo para mandar um filho ao catecismo e ao trabalho.

«O catecismo não é só a instrução; é, segundo o pensamento do ilustre bispo de Orleans, a educação religiosa do homem, durante os anos da sua infância e da sua mocidade; e ensinar o catecismo, não é só ensinar às crianças o cristianismo, é educá-las no cristianismo.» E nunca a criança teve mais imperiosa necessidade das exortações paternas, do pastor ou do sacerdote, do que depois da sua primeira comu­nhão. Para convencer as nossas leitoras, basta que leiam o seguinte trecho extraído dum breve de Sua Santidade Pio IX a Mgr. Dupanloup.

«Por mais perfeito que fosse o ensino feito à criança, dos elementos da doutrina cristã e das máximas de piedade, se mais tarde, quando os «sentidos fazem sentir o seu império, os negócios temporais a sua tirania, os erros o seu sopro funesto, não vierem novos ensinos confirmar essas crianças nos seus bons princípios, formá-las na «prática das virtudes, inspirar-lhes o amor do que aprenderam, só a custo se pode esperar algum bom «resultado dos primeiros trabalhos, de que todo o fruto será perdido… Exortamos todos aqueles a «quem está confiado o cuidado dos povos, a que não se contentem em lançar as sementes da fé e «das virtudes na alma das crianças, mas em cultivar, tanto quanto possível, esses germens nos adolescentes, e nas crianças.»

Seria, pois, para desejar que todos os pastores de almas estabelecessem nas suas paróquias cate­cismos de perseverança; e sem dúvida o fariam, se o seu zelo não fosse paralisado pela indiferença dos pais, que, desde que os filhos estão prontos (como eles dizem) do catecismo, só tratam de explorar todos os seus momentos, ou lhes deixam a fatal liberdade de se divertirem, com companheiros sus­peitos, durante o tempo que poderiam consagrar a edificarem-se e a instruírem-se! Pobres rapazes! Afastando-se assim do Sacerdote, e não ouvindo já as suas exortações, inspiradas pela mais terna caridade, não aprendendo já da sua boca os meios de combater as suas paixões, esquecem que têm uma alma, entregam-se sem freio às paixões ardentes da sua idade, e maculam os mais belos anos da sua vida, pelos vícios mais vergonhosos. Depois de feita a primeira comunhão, deve uma mãe cristã con­tinuar a mandar os filhos ao catecismo, pelo menos aos domingos, ensinando-lhes, que não é humilhação ouvir explicar a doutrina católica, e que em todas as idades carecemos de instrução religiosa, e sobretudo de exortação à virtude; e ela própria lhe dará o exemplo de assistir ao catecismo do domingo. Também os mandará assistir às práticas. Fénelon queria que as crianças assistissem, não aos sermões cheios de ornamentos vãos e afetados, mas a discursos sensatos e edificantes, como práticas e homí­lias. 

A Mãe segundo a vontade de Deus – Pe. J. Berthier, M.S