Fonte: SSPX Great Britain – Tradução: Dominus Est
“Calcam, Senhor, o teu povo, e oprimem a tua herança; trucidam a viuva e o peregrino, tiram a vida aos órfãos.” (Sl 94, 5-6)
Meus caros irmãos,
Há um senso coletivo de que o mundo está à beira de mudanças dramáticas. De certo, a crise do Covid-19 e a recente agitação civil em muitos países – ambos com características de uma sinistra orquestração – tem sido ocasião de um condicionamento social em massa e de uma violação dramática dos direitos religiosos e civis. Lamentavelmente, parece que deve acontecer o mesmo de sempre. A grande mídia está criando expectativas com expressões como “o novo normal”, o colapso econômico é iminente e o Fórum Econômico Mundial – uma organização para os “minions” da Nova Ordem Mundial – lançou uma iniciativa chamada “The Great Reset”, que parece augurar a imposição de um controle individual mais direto, do ecologismo e da cultura da morte em todo o planeta.
“E dizem: Não o vê o Senhor, nem o nota o Deus de Jacob.” (Sl 94, 7)
Enquanto isso, Deus é ignorado em toda essa agitação e os homens de boa vontade estão sendo manipulados para fazer uma escolha entre apoiar o “novo normal” dos marxistas culturais ou enfrentar a exclusão social e econômica.
“Quem se levantara por mim contra ob malfeitores? Quem estará por mim contra os que praticam a iniquidade?” (Sl 94,16)
Não podemos perder a esperança, no entanto, o mal que está nos visitando é a ocasião de um grande heroísmo por parte daqueles que se mantêm firmes na fé católica. Os membros da FSSPX sempre se recordam dos atos heróicos do Arcebispo Marcel Lefebvre, seu fundador, para dar um exemplo de fidelidade à fé. Ele enfrentou os malfeitores que fomentaram uma revolução na Igreja e fundou a FSSPX para continuar o trabalho da Igreja através da formação de padres católicos.
Da condenação ao silêncio e depois à uma aprovação qualificada, o julgamento do clero conservador tem sido nitidamente mais solidário com a mensagem e o legado de D. Lefebvre nos últimos tempos. Em parte, isso se deve a propostas feitas pelas autoridades conciliares em vista de incentivar a FSSPX a aceitar uma estrutura canônica e, em parte, é devido a uma crescente percepção, à medida que a autodestruição da igreja conciliar se acelera, que D. Lefebvre estava certo o tempo todo. Nenhuma evidência maior desse despertar para a mensagem do Arcebispo pode ser encontrada do que em duas surpreendentes Cartas Abertas publicadas pelo Mons. Carlo Maria Viganò no início deste mês.
A primeira Carta Aberta de 6 de junho ao Presidente Donald Trump fala ao presidente e ao mundo sobre a grande batalha entre os filhos da luz e os filhos das trevas que atualmente se apresenta no cenário mundial e exorta os filhos da luz à oração. A segunda Carta Aberta de 9 de junho ataca o Concílio Vaticano II como sendo a causa de “desvios doutrinários, morais, litúrgicos e disciplinares“, gerando uma “nova igreja paralela” que está trabalhando com um objetivo maçônico de uma religião única, mundial e humanista.
A primeira Carta trata da batalha entre o bem e o mal intensificada no estado, a segunda Carta trata da mesma batalha nos arredores da Santa Madre Igreja.
O que é particularmente encorajador sobre a segunda Carta é que ela mostra como a compreensão de Mons. Viganò sobre a crise na Igreja vai ao encontro à de D. Lefebvre. De fato, essa carta parece um resumo atualizado da Carta Aberta aos Católicos Perplexos, de D. Lefebvre, escrita em 1985, que todo católico sério deveria ler. (veja os esquemas)
O que diferencia os dois arcebispos, porém, é que, tendo sido formado pelo Pe. Le Floch no Seminário Francês em Roma de 1923 a 1930, D. Lefebvre pôde ver os erros na preparação do Concílio, no triunfo no Concílio e em seus efeitos imediatos após o mesmo. Considerando que, tendo sido ordenado na igreja pós-conciliar (1968) e crescido em suas fileiras, Mons. Viganò apenas chegou a um entendimento completo do Concílio à luz de seus últimos efeitos: heresia, sacrilégio e corrupção moral, que testemunhou em primeira mão e pelo qual ele foi cruelmente usado.
Ao confrontarmos as forças do mal desencadeadas no mundo, faríamos bem em ler as duas cartas de Mons. Viganò e reler a Carta Aberta aos católicos perplexos, de D. Lefebvre. Elas nos dão a chave para entender a desordem atual e como devemos reagir a ele. Ambos os prelados nos exortam a retornar à Tradição Católica em sua Doutrina, em sua Liturgia e sua Moral com espírito de oração e auto sacrifício. Fazendo isso, resistiremos ao mundo e seremos contados entre os retos [de coração].
“Com efeito o Senhor não rejeitará o seu povo, nem abandonará a sua herança; antes o julgamento voltará à justiça, e segui-la-ão todos os retos de coração.” (Sl 94: 14-15)
In Jesu et Maria,
Pe. Robert Brucciani
Superior de Distrito Britânico
O Boletim “Ite Missa Est”, do Distrito Britânico, pode ser lido clicando aqui
Outro post recente sobre Mons. Viganò e D. Lefebvre é esse: Mons. Viganò em 2020, Mons. Lefebvre em 1966