NOVO JUDAS

meninoUm menino, chamado Fúlvio, fazia seus estudos num dos principais colégios da França. Enquanto a mãe o conservou sob suas vistas, foi o menino preservado dos graves perigos que ameaçam os pequenos; mas no colégio apegou-se Fúlvio a dois colegas maus e corrompidos com os quais vivia em estreita amizade.

Bem depressa, por causa deles, perdeu a inocência e com ela a paz do coração. Alguns livros imorais, que lhe deram os companheiros, acabaram de perdê-lo.

Aos doze anos foi admitido à primeira comunhão; infelizmente não a fez por devoção, mas apenas para obedecer à mãe, sem propósito de mudar de vida nem de abandonar as más companhias. Confessou-se sacrílegamente, calando certos pecados vergonhosos e, assim, com o demônio no coração, com o pecado mortal na alma, teve a temeridade de receber a comunhão.

Os pais, enganados pelas aparências, julgaram-no bem comportado e mandaram-no de novo ao colégio. Fúlvio, porém, por sua indisciplina e preguiça nos estudos, teve um dia de ser severamente castigado pelo diretor e encerrado por algumas horas na prisão do colégio.

Chegada a hora de o pôr em liberdade, vão ao quarto que servia de prisão e, antes de abrir a porta, escutam do lado de fora… Não ouvem nada… nenhum movimento… Bate-se à porta, e ninguém responde. Abre-se, afinal, a porta, e que é que se vê? Ai! que horror! O infeliz rapaz enforcara-se: estava morto!

Imaginem-se os gritos e gemidos no colégio.

Sobre a mesa foi encontrada uma carta, na qual estavam expressos os sentimentos de uma alma ímpia, desesperada, sacrílega.

Tal foi o fim do desditoso rapaz, vítima de maus companheiro, e que, tendo pecado como Judas, teve também a morte de Judas.

Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves