“Noblesse oblige”, dizemos. Mas a quê? A uma coerência entre o que dizemos e o que fazemos.
Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est
A Cidade Católica é uma sociedade cujas instituições não vão contra os preceitos de Deus, uma cidade cuja lei não é contra a fé. Famílias e escolas, oficinas e escritórios, hospitais e tribunais constituem essa cristandade temporal que nos prepara para obter a bem-aventurança eterna. É a cidade terrestre que nos prepara para a cidade celestial. Mas o padre Calmel nos avisa:
Só podemos falar proveitosamente do Cristianismo para aqueles que estão dispostos a admitir que as atuais instituições, pelo menos alguma delas, representam uma antessala mais ou menos climatizada do Inferno, porque são instituições contrárias à lei natural. Legitimam, autorizam, encobrem com sua autoridade atos e atitudes que são uma ofensa ao Criador e Redentor da natureza humana. Considerando que uma cidade que merece o nome de cristã, uma cristandade, deve estar em conformidade com a lei natural, digna de Deus e digna do homem, inspirada pelos ensinamentos da Igreja, e permitindo que o homem conquiste o céu.
(Escola Cristã Renovada, cap. XXVII, “A cristandade deve continuar”, Téqui, pág.166)
É por isso que a Cidade Católica começa dentro nós: com a consciência lúcida desta “antessala mais ou menos climatizada do Inferno”, acompanhada de resoluções práticas para “ganhar o Paraíso”. A luta pelas instituições cristãs começa em cada um de nós, com humildade, mas com eficácia.
É sobre isso que cantamos:
Queremos Deus na família,
Na alma dos nossos queridos filhos …
Queremos Deus! Sua santa imagem deve presidir aos julgamentos;
Queremo-lo no matrimônio
Como à beira de nossa morte …
Queremos Deus! nossa pátria
Deve ser colocado em primeiro lugar…
A questão é saber se este é apenas um hino, uma canção piedosa cujas palavras desaparecem ou são um roteiro cujos passos são seguidos fielmente, dia após dia.
“Noblesse oblige”, dizemos. Mas a quê? A uma coerência entre o que dizemos e o que fazemos. É esta coerência que transforma as nossas provações diárias em provas de amor a Deus e às almas.
Pe. Alain Lorans, FSSPX
Famille d’abord, Carta do Movimento da Família Católica n° 45 – junho de 2021