ONDE JESUS DIZ BRANCO, RATZINGER DIZ PRETO

Em janeiro havíamos publicado um post que noticiava um bombástico livro e um texto de apoio ao mesmo que acusavam Bento XVI de algumas heresias (leia aqui: BENTO XVI É ACUSADO DE PROPAGAR HERESIAS).

Traduzimos agora uma matéria em que Enrico Maria Radaelli coloca 5 exemplos resumidos que estão em seu livro “No coração de Ratzinger. No coração do Mundo” mostrando a contradição entre os ensinamentos do então Prof. Ratzinger (confirmado posteriormente enquanto Papa) e a Doutrina da Igreja/Sagradas Escrituras.

Fonte: Cooperatores Veritatis – Tradução: Dominus Est

Por Enrico Maria Radaelli

Queremos aqui oferecer pelo menos cinco, dos muitos exemplos, da total incompatibilidade entre: de um lado os ensinamentos das Sagradas Escrituras e dogmas da Igreja, e de outro os ensinamentos apresentados pelo Professor Ratzinger em seu celebre livro de 1968, “Introdução ao Cristianismo”, até hoje verdadeiro e único paradigma de seu pensamento, vendido há cinquenta anos em todo o mundo, nunca negado, senão confirmado em 2000 por um novo Ensaio Introdutório escrito por seu próprio autor, na época Prefeito da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, e, na sua linha de pensamento, ainda reiterado em uma entrevista publicada em L’Osservatore Romano em 17 de março de 2016, portanto, apenas dois anos atrás, e tendo o digníssimo Sujeito completado três anos da grande renúncia do papado. Livro, portanto, ainda muito atual.

Ele constitui o objeto da análise crítica do meu [livro] “No coração de Ratzinger. No coração do mundo”, pro manuscripto, Aurea Domus, Milão, novembro de 2017, pág. 370, disponível nas livrarias Ancora (Milão e Roma), Coletti (Roma), Hoepli (Milão), Leoniana (Roma), bem como no site metafísico Aurea Domus.

Pretendo também assegurar ao leitor, neste artigo, a contextualização mais ampla das citações do pensamento ratzingeriano, de modo a garantir ao estudioso uma compreensão mais profunda e, acima de tudo, o significado nem sempre claro.

É considerada urgente a máxima divulgação do livro No coração de Ratzinger, No coração do mundo, a fim de que seja evidente que esse que assina, podendo começar a trabalhar nele somente a partir de setembro de 2015, fez todo o possível para chegar a tempo de provar – pelo menos tentar – e convencer o ilustre autor da Introdução ao Cristianismo da necessidade de refletir sobre todos os seus pressupostos antes que seja tarde demais.

No meu estudo crítico estão intencionalmente propostos quatro parágrafos (do §76 ao §79) onde quis expor à apreciação do leitor cinco importantes pensamentos do Professor, cuja presença, mesmo no oceano das maiores perplexidades, permite entender o quanto ele está livre de todo e qualquer apriorismo, a menos que seja ditada pela divina e todas as superiores Norma normans (a norma que rege) do Logos.

Estes são os cinco exemplos:

Primeiro exemplo 

Em 2005, recentemente elevado ao papado sob o nome de Bento XVI, ele que tinha sido o professor Joseph Ratzinger, ensinava que Deus “segue sendo a melhor hipótese, ainda que seja uma hipótese” (Joseph Ratzinger, A Europa de Bento na crise da cultura, Cantagalli, Siena 2005, 123).

Mas dizer que Deus é “a melhor hipótese” significa, contudo, basear a fé em Deus – credere Deum –  sob uma hipótese, mesmo que seja a melhor – isto é, em um fato duvidoso, o que significa, essencialmente, baseá-lo em um fato humano: é o homem que hipotetiza a existência de Deus, é o homem que, contudo, em sua mente “produz Deus”, que é o oposto da certeza exigida pela fé: a certeza de um conhecimento dado pelo testemunho – outra hipótese! – sendo que o testemunho é o de Cristo, que diz: “Ninguém jamais viu a Deus: O Filho Unigênito, que está no seio do Pai, esse é quem o deu a conhecer” (Jo 1,18).

Nota-se que este pensamento drasticamente errante (mais recente) de Ratzinger, que confirma como se deve tentar corrigir esse fideísmo subjacente, só foi possível a fim de obter diretamente daqueles que acreditavam, com as citações daquelas suas palavras, poder defendê-lo do meu veredito (veja aqui). 

Nas primeiras setenta e três páginas de seu livro, o professor Ratzinger, trinta e dois anos antes, já havia exposto o conceito fundamental de sua fé “hipotética” e a expôs com múltiplas e sempre muito dramáticas expressões, das quais serão relatadas aqui somente as três mais exemplares e devastadores:  

… o crente pode viver sua fé unicamente e sempre pairando sobre o oceano do nada, da tentação e da dúvida, sendo designado ao mar da incerteza como o único lugar possível de sua fé … »  (Introdução ao cristianismo, pág. 37); 

“É a estrutura fundamental do destino humano poder encontrar a dimensão definitiva da existência unicamente nesta inevitável rivalidade entre  dúvida e fé , entre tentação e certeza “ (Introdução ao cristianismo, pág. 39);

“O crente sempre experimentará a obscura treva em que a contradição da incredulidade o rodeia, encadeando-o como em uma prisão sombria a partir da qual não é possível escapar …” (Introdução ao cristianismo, pág. 73).

Mas o Senhor, a propósito da certeza e solidez da fé, nos disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”  (Jo 14, 6); e São Paulo recorda que “Porque o que se pode conhecer de Deus, é-Ihes manifesto, pois Deus Iho manifestou. De facto, as coisas invisíveis dele, isto é, o seu poder eterno e a sua divindade, depois da criação do mundo, compreendendo-se pelas coisas feitas, tornaram-se visíveis, de modo que são inexcusáveis, porque, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, mas desvaneceram-se nos seus pensamentos, e obscureceu-se o seu coração insensato, pois, dizendo ser sábios, tornaram-se estultos!”  (Rm 1,19-22). Conclusão: “Sem fé é impossível agradar a Deus” (Heb 11, 6). Sobre tais inerrantes bases escriturais, a Igreja dogmatiza (com uma proposição a que se deve obediência de fé): “Deus, princípio e fim de todas as coisas, pode ser conhecido com certeza através da luz natural da razão humana a partir das coisas criadas”  (Const. Dogmatica  Dei Filius,  capítulo 2, Denz. 3004).

É necessário que se abra um parênteses, de uma ordem geral, que nos permita notar como o generalíssimo postulado inicial do Professor Ratzinger, segundo o qual: “… o crente pode viver sua fé unicamente e sempre pairando sobre o oceano do nada, da tentação e da dúvida“, anula tanto o livro como ele próprio, pois é circularmente contraditório. Se, em princípio, tudo é incerto, então será incerto, por uma questão de princípio, o postulado também em si, que, portanto, poderia ser falso, e todas as proposições do livro incertas, talvez falsas, por questão de princípio e então, pra que escrevê-lo, e também lê-lo? (verif, No coração de Ratzinger. No coração do mundo, §§ 11-21 sobre a dúvida socrática e cética, págs. 51-82).

Segundo exemplo

Em uma entrevista de 2016 ao jesuíta Jacques Servais publicada no  L’Osservatore Romano, o digníssimo teólogo, antes Papa e que voltou a ser cardeal, apesar de rejeitar tal qualificação, reafirmava a linha de pensamento do livro reiterando sua convicção pessoal de que a Redenção como ‘reparação da “ofensa infinita cometida contra Deus”’  é apenas uma doutrina que, pela “irrefutável lógica”  devida – segundo ele – unicamente ao bispo Santo Anselmo de Aosta,  resulta ser “dificilmente aceitável para o homem moderno”, mantendo assim inalterado o pensamento formulado cinquenta anos atrás em sua  Introdução ao Cristianismo,  pela qual ele “nos parece um cruel mecanismo que se faz cada vez mais inaceitável para nós”  (Introdução ao cristianismo, página 221). Mas o próprio Jesus fala da “ira de Deus”: “O que, porém, não crê no Filho, não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus”. (Jo 3,36); Qual ira? Por que ira? A ira do Criador pelo pecado de sua criatura; e São Paulo esclarece “Porque se sendo nós inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho: muito mais estando já reconciliados, seremos salvos por sua vida.” (Rm 5,10): inimigos pelo pecado do homem, que a morte pelo sangrento holocausto de Cristo remimiu. De fato:  “Éramos por natureza filhos da ira, como também os outros.” (Ef 2,3); “por natureza” a causa do pecado original transmitiu-se em nós por Adão; e o Apóstolo (Deus através do Apóstolo) vai mais longe: “E sendo vós noutro tempo estranhos, e inimigos de coração pelas más obras: agora por certo vos reconciliou no corpo da sua carne pela morte.” (Col 1,21-2); na qual completa o Discípulo amado (isto é, sempre Deus, através agora do discípulo amado): “Nisto é que se manifestou a caridade de Deus para conosco, em que Deus enviou a seu Filho unigênito ao mundo… Esta caridade consiste nisto: em não termos nós sido os que amamos a Deus, mas em que ele foi o primeiro que nos amou a nós, e enviou a seu Filho como vítima de propiciação pelos nossos pecados.” (1Jo 4, 9-10).

Sobre tais inerrantes bases escriturais, o dogma ordena (Concílio de Trento, Denz. 1743 e 1753) que a Igreja professe a doutrina da Redenção como Holocausto de Cristo ao Pai, e no “No Coração de Ratzinger. No coração do mundo” (§§ 40-43, 155-172) é percorrida toda a história do dogma a esse respeito, exigindo que seja obedecido, aceito e crido exatamente aquilo que o Professor Ratzinger rejeita.

Terceiro exemplo

O professor Ratzinger afirma:  “Deus é e sempre será para o homem o essencialmente invisível … Deus é essencialmente invisível”  (Introdução ao cristianismo, pág. 42); e ainda: “no Antigo Testamento esta afirmação  – que “Deus não aparece nem nunca aparecerá para o homem“- assume um valor de princípio:  Deus não é apenas aquele que está agora fora do nosso campo visual …; não, Ele é, ao invés disso,, aquele que está fora  por essência  [ênfase do autor], independentemente de todas as possíveis e concebíveis expansões do nosso campo visual ”  (Introdução ao cristianismo, págs. 42-43).

Mas Cristo diz de Si mesmo: “Quem me vê a mim, vê aquele que me enviou.” (Jo 12, 45); “Quem me vê a mim, vê também o Pai.” (Jo 14,9); e o discípulo amado afirma (isto é, Deus afirma por ele):  “Porque o veremos [Deus] como ele é.” (I Jo 3,2); e São Paulo declara: “Cristo, o qual é a imagem de Deus.” / “Que é a Imagem do Deus invisível.”

 (II Cor 4,4, mas também Col 1,15) e novamente “O qual (Filho), sendo o resplendor da sua glória e a figura da sua substância.” (Heb 1,3), o que significa que Deus Pai é perfeitamente visível no Filho, e isso é suficiente para a Igreja afirmar – ao contrário do que supõe, por exemplo, além do Professor Ratzinger, a concepção maometana – a perfeita visibilidade de Deus aos bem-aventurados, assim chamados precisamente porque desfrutam da visão divina. (leia-se no “No coração de Ratzinger. No coração do mundo”, § 18, págs. 70-74).

Quarto exemplo

O professor Ratzinger sustenta que o homem, na beatitude do Paraíso,“viverá na memória de Deus”  (Introdução ao cristianismo, pág. 343), e especifica que “Paulo ensina – repitamo-lo mais uma vez – não a ressurreição dos corpos (Körper),  senão das pessoas, e isso não no retorno dos “corpos de carne”, ou seja, das estruturas biológicas, que ele explicitamente indica como impossível ”  (Introdução ao cristianismo, pág. 347).

Mas os Evangelhos, falando sobre o encontro entre o Jesus ressuscitado e os Apóstolos, ressaltam, em vez disso, que“…não crendo eles ainda e estando fora de si com a alegria que sentiam, perguntou-lhes: ‘Tendes aqui alguma coisa que eu coma?’ Eles apresentaram-lhe uma posta de peixe assado e um favo de mel. Tendo-os tomado comeu-os à vista deles.” (Lc 24,41-3); para não mencionar o famoso episódio de Jo 20,27: “Mete aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos, aproxima também a tua mão e mete-a no meu lado”,  da qual se deduz que um corpo glorioso não é de modo algum menos carnal do que um corpo mortal; e São Paulo, a partir daqui, ensina: “Porém se Cristo está em vós, o corpo verdadeiramente está morto pelo pecado, mas o espírito vive pela justificação. Porque se o Espírito daquele, que ressuscitou dos mortos a Jesus Cristo, também dará vida aos vossos corpos mortais, pelo seu Espírito, que habita em vós.” (Rm 8,10-1).

Aqui também, com base nesses claríssimos e inequívocos resultados postos pelas Sagradas Escrituras, a Igreja dogmatiza assim: “todos ressuscitarão com os próprios corpos com que agora estão revestidos”  (IV Concílio de Latrão, 1215, Definição contra Albigenses e Cátaros, Denz 801), (leia-se no “No coração de Ratzinger. No coração do mundo”, no §§ 50-52, págs. 196-213, cuja a irreconciliável oposição entre o ensino da doutrina católica e a do professor Ratzinger também é evidenciado por muitos outros argumentos bíblicos e dogmáticos.).

Quinto exemplo 

O professor Ratzinger sustenta que  “a doutrina da divindade de Jesus não seria afetada se Jesus tivesse nascido de um matrimônio humano” (Introdução ao cristianismo, pág. 265). Na verdade, na sua opinião, a filiação divina de Jesus “não é um processo que aconteceu no tempo, mas na eternidade de Deus”  (Introdução ao cristianismo, págs. 265-266).

Mas o evangelista (Mt 1, 18-26) escreve: “A geração de Jesus Cristo foi deste modo: Estando Maria, sua mãe, desposada com José…”– ele diz “ desposada “, não “mulher”: “mulher” é quem, com o cônjuge, perdeu sua virgindade; “ desposada “, por outro lado, é a mulher que, unida pelo matrimônio, ainda não completou o mesmo; “Antes de viverem juntos”: o evangelista aponta que o que ele está prestes a narrar antecede o momento em que a virgem Maria se casaria com José;  “ela se viu grávida por obra do Espírito Santo”,  como nos relata São Lucas em seu Evangelho (1,26-38), “José, seu esposo”, “esposo”, também aqui, e não “marido”, para confirmar o estado ainda não conjugal dos dois nubentes, “que era justo e não queria repudiá-la, decide repudiá-la em segredo”, isto é, não repudiá-la publicamente, ou seja, que haveria de prover sustento a Maria e a criança , dando-lhes comida, roupa, um teto, mas sem casar com ela; “Mas enquanto pensava nessas coisas, eis que um anjo do Senhor apareceu a ele em um sonho e disse-lhe: “José, filho de Davi, não temas de tomar contigo Maria como tua esposa”, “de tomar contigo”, disse o anjo, com expressão casta, ao invés de dizer “de casar-se”, para indicar a José como ele deveria conduzir sua união com Maria, “tua esposa”: tal como ele havia pensado, um “justo” que, portanto, pensa com justiça, segundo o discernimento cristão dos espíritos, como deve ser quem o Senhor designou para proteger a Mãe de Seu Filho e Seu próprio Filho, “porque o que foi gerado nela veio do Espírito Santo” e não de um homem, suspendendo assim a passagem de influxos negativos devido ao pecado original; ‘Tudo isso aconteceu para cumprir o que foi dito pelo Senhor através do Profeta: “Eis que a Virgem conceberá e dará a luz a um filho”’: note que São Mateus reconhece na profecia a causa remota, mas não a menos efetiva, daquela que estava santamente se cumprindo, reconhecendo assim o poder de Deus: o que acontece agora é devido à Palavra de Deus então pronunciada; em segundo lugar, recordando a profecia, sublinha o conceito base: a concepção do Filho de Deus é devido, por parte da mãe, à milagrosa formação de um embrião em uma mulher virgem que permanece virgem, pelo qual o Profeta a chama “Virgem” na medida em que a é por antonomásia- é “Virgem” ontologicamente – e, por parte de pai, é devido ao Espírito Santo, pelo motivo anteriormente exposto; pois“… José fez o que o anjo do Senhor lhe havia ordenado e levou consigo a sua esposa, na qual, sem que ele a conhecesse, deu à luz um filho a quem ele chamou de Jesus”.

Mas tudo isso é  desafiado  pelo professor Ratzinger, que acredita em vez disso que: primeiro,  “a doutrina da divindade de Jesus não seria afetada se Jesus tivesse nascido de um casamento humano”;  em segundo lugar, que, em relação ao Evangelho agora visto e o de São Lucas relatado no texto,  “a fórmula da divina filiação física de Jesus é um tanto quanto infeliz e ambígua” acusando assim a Palavra de Deus, e, portanto, o próprio Deus(de sê-lo também), qualificando-a como “infeliz”, uma Palavra inepta e, qualificando-a “ambígua”, uma Palavra falsa, e isso sustentado em um só golpe; (para ambos os pontos, vê-se no meu “No coração de Ratzinger. No coração do mundo”, § 71, pág. 305-319).

Conclusões

Estes cinco exemplos, especialmente o primeiro, com os quais entre 1968 e 2016, o autor de Introdução ao Cristianismo persiste em duvidar da existência de Deus dizendo que “continua a ser a melhor das hipóteses, embora seja uma hipótese “, demonstra uma mentalidade cética, historicista e fideísta que o originou e que mudou um a um todos os artigos do Credo, como demonstro no meu “No coração de Ratzinger. No coração do mundo”, que também identifica as causas que levaram o Teólogo de Tubinga a este cenário problemático.

Espera-se que esses cinco exemplos possam ser úteis para que esse meu estudo seja conhecido pelo maior número possível dos fiéis, de modo a alertá-los sobre as doutrinas ensinadas na Introdução e lhes ajudem, como refletido nas minhas últimas páginas, a encontrar em breve, e com toda a prudência, a melhor forma de  convencer o ilustre Sujeito a compreender, pelo menos, que o seu livro e as doutrinas nele contidas não são propostas pela Igreja, bem como suas profundas convicções, tal como em seu tempo o Cardeal Dal Poggetto aproximou-se do leito do Papa João XXII, para falar com ele, para convencê-lo, para alcançar o objetivo sagrado de evitar qualquer perigo que tornasse as portas áureas fechadas para sempre a ele.