ORAÇÕES ISLÂMICAS NAS IGREJAS

Uma chamada à oração islâmica na catedral de Coutances (França)… após outros precedentes.

Fonte: La Porte Latine – Tradução: Dominus Est

No último dia 26 de maio, domingo, a catedral de Coutances foi palco de um concerto intitulado “o homem armado, uma missa pela paz”. Uma “missa” não muito católica, pois essa obra musical contém a azan, a chamada à oração muçulmana, cuja mensagem anticristã é clara: “Alá é o maior. Testemunho que não há outro deus além de Alá. Testemunho que Maomé é o mensageiro de Alá. Venha para a oração. Venha para a salvação. Alá é o maior. Não há outro deus além de Alá.” É a mesma obra blasfematória que foi interpretada em São Luís dos Inválidos, em 22 de maio de 2019, e que já causou uma onda de justos protestos.

Também nos recordamos das suratas do corão recitadas na igreja de São Sulpício, em Paris, durante um grande encontro entre cristãs e muçulmanos em 6 de fevereiro de 2022. Esses escândalos são imensos, mas, infelizmente, se repetem. Muitos se comovem, e com razão, com esses atos gravíssimos. Mas tratar-se-ia de abusos independentes do Concílio Vaticano II? O exemplo não veio do alto?

Com efeito, durante a triste famosa reunião inter-religiosa de Assis, em 1986, o papa João Paulo II cedeu algumas igrejas aos representantes das diferentes falsas religiões para que eles realizassem suas respectivas orações. Uma igreja para cada falso culto. Os muçulmanos tiveram direito à sua parte. Qual oração eles recitaram, então? A Documentação Católica nos narra (1). Inicialmente a surata 2, 136:

“Cremos em Deus, ao que Ele nos revelou, ao que Ele revelou a Abraão, Ismael, Jacó e suas tribos, ao que o Senhor deu a Moisés e Jesus, ao que Ele deu aos profetas. Não fazemos distinção entre eles, e nós lhes somos submissos.”

Jesus é um simples profeta, e não é necessário fazer distinção entre ele e os demais profetas… Depois vem a surata 112, recitada em árabe por todos os muçulmanos:

“Dize: “Ele é Alá, o Único.

Alá! O Absoluto!

Jamais engendrou, nem foi engendrado.

E ninguém é comparável a Ele”.”

Trata-se, manifestadamente, de uma profissão de fé antitrinitária que nega o engendramento do Filho pelo Pai. E é preciso encarar os fatos com dor: Foi João Paulo II que encorajou essa abominação e que permitiu aos muçulmanos rezarem em igrejas católicas. Já em 1967, Paulo VI, aplicando o Vaticano II, tinha permitido o empréstimo das igrejas a não-católicos (2).

Os poucos trechos do seguinte documentário testemunham isso (3). Ouvimos o budista dizer estas palavras: “Fomos cada um para as suas respectivas igrejas. Os beneditinos até deixaram instalarmos uma estátua de buda sobre o altar-mor, ao pé da cruz”. O ídolo adorado abaixo do verdadeiro Deus. O primeiro mandamento de Deus escarnecido… Finalmente, as pessoas se comovem muito pouco hoje em dia. Uma chamada à oração muçulmana durante um concerto é ainda muito pouco diante disso.

  1. DC nº 1929 (ano 1986), p. 1076-1077.
  2. Diretório para a execução do que o II Concílio do Vaticano promulgou relativo ao ecumenismo, nº 61: “Se os irmãos separados carecem de lugares para celebrar convenientemente e dignamente suas cerimônias religiosas, o Ordinário do local pode conceder o uso de um edifício católico, de um cemitério ou de um tempo”. Documentação Católica nº 1496, col. 1090. Não se fala ainda de emprestar a uma comunidade não-cristã, mas o exemplo de João Paulo II é eloquente quanto a isso.
  3. Extraídos de “Assis – 27 de outubro de 1986, uma jornada de oração pela paz. Um filme de Marie Viloin.