OS PRINCÍPIOS DA AÇÃO CATÓLICA – PARTE 3/4

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/a3/Leo_XIII.jpg/240px-Leo_XIII.jpgPelo Pe. François-Marie Chautard

Fonte: Le Chardonnet nº 268 – Tradução: Dominus Est

Cristianizar a sociedade em todos os seus elementos e fazer irradiar Cristo Rei: tal é o desejo caro a muitos corações católicos.

Ainda é preciso saber como se tomar uma decisão acerca dos meios. Por isso, após ter evocado os grandes princípios da Ação católica, resta-nos ver como aplicá-los: em quais campos de ação[1] e segundo quais condições.

«Ademais, importa — observa São Pio X — definir claramente as obras pelas quais as forças católicas devem se esforçar empregando toda sua energia e constância. Essas obras devem ser de uma tão evidente importância, responder de tal maneira aos desejos da sociedade atual, adaptar-se tão bem aos interesses morais e materiais — sobretudo os do povo e das classes mais pobres —, que, enquanto instiga nos promotores da ação católica a melhor atividade para obter os resultados importantes e certos que se devem esperar dessas obras, elas sejam também facilmente compreendidas e alegremente bem-vindas por todos»[2].

Privilegiar as estruturas

Além disso, mantidas inalteradas todas as outras coisas, parece necessário visar ainda mais as estruturas[3] que os indivíduos. O indivíduo afeta os demais indivíduos e desaparece em seguida. A estrutura permanece.

Privilegiar as estruturas já existentes

Essa atenção às instituições é dupla. Por um lado ela visa dar novamente um respiro às estruturas existentes, isto é, dar um verdadeiro espírito cristão; por outro lado ela visa fundar novas estruturas.

Esse apostolado pode então se ordenar em duas palavras: conservar e desenvolver. Antes de fazer melhor do que aquilo que existe, convém antes fazer bem aquilo que existe. Também vale mais proteger e desenvolver as obras existentes.

Infelizmente, esse princípio é frequentemente esquecido. Seduzido por uma idéia que lhe parece genial, o apóstolo se lança de cabeça numa obra que aos seus olhos parece indispensável: uma nova confraria, um novo círculo, um grupo de oração em torno de uma devoção esquecida há muito e que lhe parece imperativo ressuscitar[4]. Na Ação católica, assim como em tudo, é preciso desconfiar da tentação que tem aparência de bem.

Com efeito, frequentemente é preferível apoiar o que já existe. Além disso, é um meio certo de evitar o apego à uma obra pessoal e todos os inconvenientes humanos que ela traz consigo.

Num segundo momento, após ter desenvolvido uma obra suficientemente madura, é preciso expandir.

A Ação católica pode conter assim quatro partes:

Defender: o bem, a verdade, uma boa obra, etc. Trata-se aqui tanto de proteger uma boa obra quanto evitar a propagação do mal. Essa defesa é multiforme: impedir que se estenda o trabalho até o domingo, lutar contra as amostras de pornografia, opor-se à destruição da igreja da vizinhança, participar de conferências contraditórias[5], ou petições como as que Leão XIII encorajou[6].

Apoiar: muitas obras de salvação devem sua existência somente à ajuda de fiéis generosos de suas pessoas ou de seus bens. Nos absurdos anos que se seguiram após o Concílio, muitos padres fiéis à Tradição tiveram a boa graça da ajuda de fiéis que não se contentavam em «se servir» e doavam de si mesmos. Esse tipo de ajuda é muito variado: devotar-se ao coral de uma paróquia, assinar a revista paroquial (além do bem recebido, é uma maneira de manter uma obra), colocar seus filhos nas boas escolas (além do bem primordial para as próprias crianças, trata-se de manter as obras existentes), preferir ir a um simpósio em vez de passear, ir à excursão até Lourdes [ndt: no caso do Brasil, à Aparecida] organizada pela paróquia em vez de fazer sua viagem «pessoal» na qual você só atende ao próprio interesse, etc.

Ampliar: Após ter apoiado ou mantido obras, é preciso reforçá-las e melhorá-las. Pode-se recrutar para os retiros espirituais, levar os novatos a um curso de catecismo, a uma escola, a um círculo de jovens famílias, a um acampamento de férias, etc.

Fundar: Enfim, após ter ampliado suficientemente, convém difundir por meio da fundação de novas estruturas: um curso de catecismo [7], uma escola, um grupo de estudos, um círculo de Tradição ou um grupo de terço numa nova capela. 

Privilegiar as estruturas existentes

Além disso, é mais oportuno privilegiar as estruturas naturais e primordiais[8] em vez das estruturas artificiais e secundárias, tanto da sociedade civil quanto da eclesiástica.

Por exemplo, se um leigo se pergunta se ele deve aplicar seu tempo livre na fundação de uma nova confraria ou na ajuda a uma escola, mais vale ajudar a escola; é mais necessário e mais fundamental.

Em um texto que dificilmente envelhecerá[9], Pio XII indicou três campos de apostolado que um cristão deve considerar como prioritários. Não serão encontrados campos novos e inexplorados; ao contrário, o que se encontrará serão os terrenos clássicos e acessíveis a todo católico: a Igreja, a família e o trabalho[10]. O resto vem depois, tão logo estiverem fortificados e desenvolvidos esses campos de ação.

Esse ensinamento de Pio XII, afinal de contas, não foi senão uma aplicação do princípio segundo o qual devemos defender e restaurar os corpos intermediários[11]. A ação católica se diversifica enquanto visa a santificação:

Da família[12]: desde ajuda financeira até os acampamentos de jovens, passando pela monitoria de crianças durante a Missa e o Movimento Católico das Famílias. No mundo da Tradição, onde as jovens mães de família estão frequentemente sobrecarregadas, a organização mais estruturada de ajuda concreta às mães feita pelas jovens garotas que se devotam benevolentemente a tal atividade é um exemplo.

Da escola[13]: A obra das escolas representa um belo terreno para o apostolado. Essa ajuda, mencionada acima, pode se realizar de diversas maneiras. Sem dúvida é importante trazer uma ajuda financeira[14]. Os pais, que comumente não têm dinheiro, costumam deixar a situação mais confortável aos avós. Mas é mais benéfico ainda investir a sua própria pessoa, oferecendo-se benevolentemente para dar cursos caso possua habilidades que possam ser oferecidas[15]; ou ajudando a escola nas várias atividades que fazem parte dela: cozinha, manutenção e monitoramento de alunos.

Agremiações profissionais[16]: a Tradição conta ainda com diversos grupos desse tipo: Association Catholique des infirmiers et médecins [Associação Católica de enfermeiros e médicos], Association des Juristes Catholiques [Associação de Juristas Católicos]. Para apoiar esse tipo de agremiação pode-se entrar em uma, torná-la conhecida às pessoas próximas e propagar os materiais impressos e afins que demonstram sua necessidade.

Cidades pequenas e a vida política: Um certo número de fiéis conseguiu obter uma responsabilidade política e ter uma influência real. Destacam-se, dentre outras possibilidades de ação, a interdição de uma festa rave, a interdição da construção de uma mesquita, a restauração da igreja local, etc. O próprio Mons. Lefebvre encorajava os fiéis a ocuparem cargos de responsabilidade na vida política local, e o movimento Civitas o fez.

A ação católica é portanto bem mais completa que as manifestações de rua ou colagem de cartazes. Não que essas duas ações não sejam jamais boas, mas a ação católica deve ser mais profunda, mais durável e mais eficaz. Por conseguinte, ela não se coloca naquilo que é passageiro. E para ser mais eficaz, ela deve proteger e desenvolver antes de tudo as estruturas naturais.

E o que é verdade para sociedade civil é verdade para a sociedade eclesiástica[17].

Privilegiar os objetivos próximos

Na mesma linha de ideias de um apostolado que privilegia os meios naturais, convém antes se ocupar de objetivos ao nosso alcance em vez de se comprometer com um objetivo de grande envergadura ou afastado do nosso campo de ação.

Infelizmente, por conta da intervenção midiática, há uma tendência a se entusiasmar por uma obra longínqua; à se apiedar das vítimas cuja ajuda não nos é possível. Ora, a teologia moral é clara: nós devemos amar e ajudar nosso próximo, ou seja, aquele que é mais próximo de nós: próximos pela fé, pelos laços de sangue, pela nacionalidade, etc.

Em particular, antes de pensar em fundar todo tipo de associação, é preferível defender as estruturas que estão próximas de nós: nossa paróquia, a escola local, o grupo do priorado, etc.

Antes de fundar um grupo político ou de lutar contra a subversão, o pai de família deve se ocupar com sua esposa e com seus filhos.

É um sistema cristão e «civilizacional» que é preciso criar, e não uma insígnia cristã visível a todos e em todos os lugares. Portanto, não é preciso considerar o apostolado da mesma maneira que, grosso modo, considera-se o comércio. Essa distinção tem sérias consequências no emprego de meios mais concretos. Por trata-se de apoiar obras basicamente naturais como a família, os meios adequados serão frequentemente naturais e, por isso mesmo, acessíveis à maioria. O combate na internet, por exemplo, é certamente útil, mas secundário, e portanto ele deve servir para desenvolver as estruturas cristãs naturais. Quando se vê quanto tempo muitos dos fiéis passam olhando os sites da Tradição em busca de qualquer novidade, é o caso de perguntar se esses sites fazem um serviço ou um desserviço à vida interior dos fiéis, fim supremo do apostolado.

Os meios artificiais

Além disso, ao se esforçar para manter uma obra artificial (como um site de internet) os meios utilizados serão mais artificiais e mais perigosos de se manusear, valorizando mais a imaginação e o «marketing» do que a vida interior e o dever de estado, predispondo o apóstolo mais à superficialidade do que à mortificação ou à interioridade ou ao sobrenatural.

Por infelicidade, quem é da era da comunicação em massa sonha com meios proporcionais à sua ambição. Sonha-se com meios artificiais e fáceis: grande manifestação, grande público, mailing, programas de rádio, televisão ou internet. São meios artificiais cujos resultados são frequentemente escassos… sobrenaturalmente. Frequentemente os meios artificiais levam a resultados sensacionais… mas artificiais. O efeito está à altura da causa. Se o apóstolo usa de todos os meios para obter sucesso, esses meios artificiais, que os santos sabem usar, vêm num segundo momento.

Manifestação ou confissão pública

Um desses meios artificiais restantes é a manifestação pública com seus slogans tais como aquelas manifestações que se vê passar na capital todos os dias.

Essa manifestação de caráter escandaloso deve ser absolutamente distinta de uma manifestação de confissão pública de fé, como é uma procissão do Santíssimo Sacramento. Tal confusão seria funesta tanto num sentido como no outro. Uma procissão é uma ação que decorre naturalmente e estruturalmente da fé católica. Não há nada de artificial no próprio conceito de uma procissão ou de um desfile, pois é natural ao homem e ao cristão manifestar publicamente aquilo que ele louva — ou mesmo aquilo que reprova. Um desfile militar, uma procissão do Santíssimo Sacramento, uma festa local com seus desfiles inocentes são obras que decorrem da natureza social do homem. Uma procissão em honra à Virgem Maria é tudo, menos um meio artificial de apostolado, mesmo se uma procissão vir a ser algo que vise o aspecto quantitativo ou sensacional.

Em contrapartida, esses qualificativos (artificialidade, o aspecto quantitativo e sensacional) adequam-se naturalmente à manifestação pública criada na democracia moderna, porquanto ela é uma caricatura da natureza sociável do homem, na qual uma trupe instigada pela fúria berra insultos com tal desordem, que não se pode nem mais falar em desfile. Noutros casos, a manifestação parece um passeio de classe para adultos no qual as pessoas soltam balões e, desta maneira, acreditam estar servindo uma causa.

Nossa época usa e abusa das manifestações. Ademais, estas se integram perfeitamente ao sistema democrático. A democracia tem como fundamento — oficial — a multidão; A multidão faz as leis. Além disso, num sistema democrático, a manifestação de massa serve de válvula de escape. Como nos dias do carnaval de Veneza em que um manifestante que gritou sem parar para seus governantes após ter se vestido com uma camiseta adequada à situação — isso mostra o quanto o homem moderno precisa sempre se cobrir com um disfarce —; voltou a se acalmar por ter então se manifestado diante de todos. Ele protestou publicamente o tanto que pôde e desfrutou da satisfação de ter ao menos defendido aquilo que lhe é caro.

O apóstolo reluta em usar esse meios. Se ele o usa, é a contragosto; e só após ter constatado que, nas circunstâncias presentes, esse meio ficou como o único utilizável — um pouco como a greve justa na qual as condições de legitimidade são tão severas quanto raras. Em termos de eficácia, raramente compensa.

Bem mais vantajoso são os campos de influência e direção. E, novamente, trata-se de privilegiar a qualidade de ação e não a multidão de ativos.

As posições de influência

«É certo, lembrou São Pio X, que as constituições atuais dos Estados dão indiscriminadamente a todos a faculdade de exercer influência sobre a coisa pública; e os católicos, com o devido respeito às obrigações impostas pela lei de Deus e pelos preceitos da Igreja, podem certamente usar isso em proveito próprio; e podem de tal maneira, que eles podem se mostrar tão capazes como os demais (ou mesmo mais do que os outros) ao cooperar com o bem-estar civil e social do povo. Ao fazer isso, eles adquirirão aquela autoridade e prestígio que lhes tornarão capazes de defender e promover os bem maiores, ou seja, os bens das almas»[18].

E de maneira ainda mais explícita, Leão XIII, em um documento maior sobre a Ação católica, Graves de communi, de 18 de janeiro de 1901, lembrou a importância das posições de influência: «Deve-se, sobretudo, recorrer à benevolente ajuda daqueles cuja posição, fortuna, cultura espiritual ou moral garantem-lhes mais influência na sociedade. Estando ausente essa ajuda, dificilmente será feito algo de verdadeiramente eficaz que venha a melhorar, da maneira que se gostaria, a vida das pessoas».

Além disso, são diversos os postos de influência no seio da sociedade civil. Eis alguns exemplos:

O padre. Pode parecer surpreendente colocá-lo aqui. Com efeito, embora seu poder de decisão ou de direção seja quase inexistente na cidade, seu poder de influência é considerável. Evidentemente não é ele quem vai dirigir o funcionamento de um empreendimento. Mas ao exercer sua influência sacerdotal tanto sobre os diretores quanto sobre os empregados, ele espalha-a sobre a empresa. Pela pregação no púlpito, no confessionário, no catecismo, na direção espiritual, por meio da escrita ou das conferências, ou antecipadamente na formação escolar, ele exerce uma influência real, invejada pelos inimigos de todo aquele que é cristão.

O jornalista, a mídia. Neste caso também, seu papel de decisão é quase nulo. Todavia, seu poder de influência, sobretudo num mundo dominado pela opinião pública, é extremamente forte.

O professor. Ele insufla um espírito, uma maneira de julgar, de pensar e, portanto, de agir. O ofício de professor, embora difícil de se exercer nos dias de hoje, permanece um dos mais belos e mais úteis no que diz respeito à obra civilizatória.

O médico, o advogado, em suma: o notável. A influência do médico é conhecida: curando os corpos, é raro que ele não venha a desempenhar qualquer papel sobre as almas. Ademais, o notável, seja qual for, permanece uma referência. Se o médico, o advogado ou o tabelião vão à missa tradicional e têm uma família numerosa com filhos bem criados, eles tornam-se referência e acabam ficando conhecidos em seu círculo pessoal, em seu segmento profissional e em sua clientela.

Esse papel de influência é muito importante, especialmente por ele não necessitar de um grande número de pessoas e nem a possessão de uma autoridade efetiva. No jargão moderno, estamos falando de lobbying. Este termo é frequentemente entendido num sentido subversivo, embora não seja necessariamente o caso. Pelo menos não para os católicos.

Dirigir

Por fim, acima do poder de influência encontra-se o poder de direção. O diretor de uma empresa, o chefe de uma equipe médica num hospital, um oficial superior e o enfermeiro chefe: todos têm grande importância. Suas decisões repercutem desde o topo até a base da hierarquia e lhe dão um caráter. É o superior que insufla caráter na hierarquia ou deixa que outro lá se instaure. Pode-se atenuar os efeitos de uma má direção ou melhorar ainda mais os efeitos de uma boa; substituí-la, jamais. O que é conhecido na esfera profissional (pontualidade e competência) é também verdadeiro no domínio moral.

Alguns exemplos concretos surgem: que um diretor não admita anedotas picantes ou hostis à religião por parte de seus colaboradores não é indiferente ao caráter do conjunto.

«A bondade e a justiça dos princípios cristãos, ressalta São Pio X, a reta moral que professam os católicos, seu inteiro desinteresse por aquilo que lhe é pessoal, a franqueza e a sinceridade com aqueles que buscam unicamente a verdade, o sólido, o supremo bem dos outros, enfim, sua evidente aptidão para servir os verdadeiros interesses econômicos do povo: tudo isso não pode deixar de causar impressão sobre o espírito e sobre o coração»[19].

Além disso, e mesmo que a ideia seja rejeitada, o chefe representa sempre um pai e um modelo. Ademais, ele pode se permitir certos conselhos ou admoestações que um outro não poderia.

Novamente, não é portanto uma questão estatística ou de números[20]. É uma questão de mérito e de prática concreta da vida cristã na vida profissional, especialmente através da competência. A consequência apostólica é nítida. É preciso ser ambicioso para influenciar e dirigir. Não é um orgulho disfarçado; é, ao contrário, uma caridade cristã bem esclarecida que é antípoda da pusilanimidade fácil e cômoda que camufla a preguiça e a indiferença ao bem comum da Cristandade.

Não é preciso nem dizer que essa ação apostólica pressupõe que o apóstolo atenda à certas condições.

(Continua)

Notas

[1] Campo e meio de ação estão ligados. Escolher seu terreno é o meio de ser eficaz.

[2] São Pio X, Il fermo proposito.

[3] Por estrutura entendemos tudo aquilo que dura além dos indivíduos e que pode mais ou menos contribuir para manter um espírito cristão. São evidentemente as corporações, escolas, mais ainda as festas cristãs de preceito como a segunda-feira de Pentecostes, a igreja do povoado, a cruz na entrada da cidade, etc.

[4] Um velho cura, cansado da multidão de obras que dispersavam seu rebanho, anunciava corajosamente a quem lhe pedia para fundar uma nova confraria, que ele já pertencia por batismo à confraria dos 10 mandamentos, os quais já tinham grande necessidade de ser defendidos e protegidos!

[5] Em março de 2010, o cardeal Vingt-Trois convidou um rabino para falar na catedral; um grupo de fiéis alegremente interveio recitando o rosário cantado e, por isso mesmo, obrigou o rabino a se retirar para a sacristia.

[6] «É preciso usar a ação, as petições, colocar tudo em ação na medida do possível, nos limites da lei, e não descansar enquanto que não Nos for restaurada — e não apenas em aparência — essa liberdade [da Santa Sé na Itália]» Le Laïcat, Les enseignements pontificaux réunis par les moines de Solesmes, Desclée, n° 119, p. 90.

[7] Uma jovem mãe de família, recentemente chegada na Tradição, teve a feliz iniciativa de fazer um curso de catecismo para as crianças em sua casa. E o sucesso teve a altura do seu esforço. Sobre esse assunto, ver os encorajamentos de São Pio X em Le Laïcat, n° 310, p. 195.

[8] O senso prático e o espírito sobrenatural de Mons. Lefebvre sempre o levou a fundar prioritariamente obras sobrenaturais fundamentais antes de (re-)fundar estruturas mais secundárias (sem ser supérfluas). Sua principal e mais importante obra prática continua sendo a fundação de um seminário e em seguida a Fraternidade São Pio X com seu conjunto de obras que dali nasceram: os outros seminários, os priorados, as casas de retiro espiritual, as escolas, as Terceiras-Ordens, etc. Desses priorados e distritos surgem ou são divididos hierarquicamente muitos outros movimentos diversos e secundários: A Cruzada eucarística, a Legião de Maria, Civitas, os Veteranos aposentados, etc.

[9] 10. Cf. Consignes aux militants, Les enseignements pontificaux réunis par les moines de Solesmes, Desclée n° 187, p. 97.

[10] O Marechal não estava, portanto, afastado desse pensamento quando ele substituiu justamente, enquanto chefe de Estado, a Igreja pela Pátria e defendeu a restauração nacional reunindo todos em torno do trabalho, da família e da pátria.

[11] Na encíclica Mater et magistral, João XXIII, seguindo Pio XI, lembrou a necessidade da «reorganização da vida social mediante a reconstituição de corpos intermediários autônomos com finalidade econômica e profissional, criados pelos particulares e não impostos pelo Estado». Citado por M. Creuzet, Les corps intermédiaries, 1ª e 2ª parte, ed. Cercles Saint Joseph, Martigny, sem data de edição, p. 54.

[12] Cf. Leão XIII em Le Laïcat, n° 168, p. 121.

[13] Cf. Pio XI em Le Laïcat, n° 42, p. 38.

[14] Especialmente passando pela Association de Défense de l’École Catholique (ADEC).

[15] Graças a Deus, esse exemplo — como muitos outros citados aqui — não são teoria, mas uma realidade em diversos locais da Tradição para a maior edificação das crianças.

[16] Cf. Le Laïcat, São Pio X, nº 387 e 388 e Pio XI nº 533.

[17] É particularmente lamentável constatar que se sonha com mais frequência em formar um novo grupo de oração do que ir às Vésperas, que por sua vez constituem A oração litúrgica de Cristo em sua Igreja. Queira Deus que a energia empregada pelas orações privadas seja direcionada à prece litúrgica!

[18] São Pio X, Il fermo proposito.

[19] São Pio X, Il fermo proposito.

[20] Como dizia Santo Afonso de Ligório: «Se eu conseguisse ganhar um rei, teria feito mais pela causa de Deus do que se tivesse pregado em centenas ou milhares de missões». Citado por Creuzet, op. cit., p. 55.