BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – ABRIL/24

História da Fraternidade Sacerdotal São Pio X | Tradição Católica em  Vitória-ES

Caros fiéis,

Desde o final do ano passado, os bispos de São Paulo e de outras dioceses brasileiras continuam restringindo ou abolindo a celebração da Missa Tridentina. Um efeito imediato para a Fraternidade São Pio X é um aumento no número de fiéis. Isso é bom?

Parece que sim. Desde as consagrações de 1988, uma verdadeira operação para a sobrevivência da Tradição realizada pelo Dom Marcel Lefebvre, a Fraternidade fundada por ele nunca deixou de responder às necessidades dos fiéis que carecem de um apostolado verdadeiramente católico. A crise cada vez mais profunda destaca a clarividência desse bispo corajoso e a solidez de sua congregação.

Sim, de um ponto de vista prático. Maiores recursos possibilitam a realização de projetos mais importantes. Por exemplo, podemos alugar o salão da Casa de Portugal para a Semana Santa, para as Crismas e, neste ano, para o MJCB.

Aproveitamos esta oportunidade para responder a alguns questionamentos.

Padre, as pessoas não vêm à Fraternidade porque não há espaço suficiente na capela!” Se essas pessoas estivessem realmente convencidas da conveniência do apostolado da Fraternidade, elas ajudariam a levantar o dinheiro necessário para que o priorado comprasse ou alugasse um terreno ou um prédio para construir uma igreja grande. Os protestantes conseguem isso, por que não os católicos tradicionais?

Padre, sua capela não é chique o suficiente para atrair pessoas mais ricas!” O que é mais importante? As pessoas ao lado das quais estou ajoelhado ou o Deus a quem estou orando? A Fraternidade nunca quis se dedicar a territórios restritos ou a categorias específicas de pessoas. Por exemplo, ela não reserva seu apostolado para as grandes cidades e exclui o campo. Ela não se concentra exclusivamente nos mais abastados ou nos mais intelectuais. Não, em todo o mundo, as capelas da Fraternidade vivem uma diversidade que comprova sua catolicidade. Ao considerar a santidade dos humildes, os ricos e eruditos são incentivados a ser humildes. Quanto aos pobres, a presença de pessoas mais elevadas da sociedade os fortalece em seus esforços para praticar a fé tradicional.

Dito isso, a Fraternidade não está procurando por números. Caso contrário, seus seminários estariam lotados. Caso contrário, ela aceitaria indiscriminadamente os muitos pedidos de batismo ou casamento de pessoas que estão apenas procurando uma capela bonita perto de casa; seria também uma fonte interessante de receita, como para as paróquias. Se procurasse os números, seus padres não fariam comentários, às vezes desagradáveis, que seu papel de pastor exige deles.

Costuma-se dizer que os números são prejudiciais à qualidade. Esse é um desafio para o nosso apostolado. A expansão muitas vezes prejudica a profundidade.

Entretanto, precisamos ser capazes de desenvolver bases sólidas se quisermos ter esperança de vocações de famílias autenticamente católicas. Esse trabalho leva tempo e muitas vezes é feito discretamente: acompanhar uma conversão, restaurar as bases abaladas de um casamento, ajudar um jovem a responder ao chamado de Deus. É essencial, mas não faz muito barulho. Assim, os fiéis olham com inveja para os grandes distritos da França e dos Estados Unidos com suas muitas obras e se perguntam: “Por que não estamos fazendo a mesma coisa no Brasil?” Simplesmente porque não exigimos os mesmos resultados de um adulto de 50 anos a uma criança de 6 anos. Nossa Casa Autônoma do Brasil foi fundada em 2017. Seja paciente! É preciso cuidar do humilde bulbo para que ele germine, cresça e produza frutos. Nesse aspecto, o aumento do número de fiéis não é necessariamente uma coisa boa. É uma realidade com a qual temos de conviver. Mas o cuidado imediato com as almas não deve nos impedir de dedicarmos parte de nossas energias a projetos de longo prazo que beneficiarão a todos. Em vez de abrir um novo centro de missas, talvez seja melhor reservar tempo para visitas, reuniões e vários esforços que levarão à abertura de uma escola ou à construção de um grande priorado.

Em suma, todas as pessoas de boa vontade que desejam se beneficiar do apostolado da Fraternidade, como ela o vê, são bem-vindas. Para as outras, seria bom aprofundar suas convicções e harmonizar sua atitude.

Em Roma, podemos admirar as magníficas basílicas. Não nos esqueçamos de que os alicerces dessas grandiosidades eram as catacumbas onde os nobres e os altos funcionários do Império Romano se encontravam com artesãos e escravos enquanto assistiam à missa. Sem distinção, eles fortaleceram os primórdios da Igreja derramando seu sangue juntos.

Um dia o Brasil estará coberto de belas igrejas dedicadas ao culto tradicional, e deveremos isso à fidelidade dos cristãos de nosso tempo. A Paixão prepara a Ressurreição.

Os Padres do priorado lhe desejam um feliz tempo de Páscoa.

Que Deus os abençoe!

Padre Jean-François Mouroux, Prior

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