Caros fiéis,
Nas missas de casamento, as feministas pulam em seus bancos quando ouvem a carta de São Paulo aos Efésios: “Mulheres, sejam submissas aos seus maridos como ao Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher, como Cristo é a cabeça da Igreja, seu corpo místico, cuja também é o Salvador”. Mas não devemos nos esquecer de meditar no que vem a seguir: “Maridos, amai as vossas esposas como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela”. São Paulo estabelece um padrão muito alto para os esposos. Nosso Senhor morreu nos piores sofrimentos para salvar sua Igreja. Que esposa não gostaria de ser submissa a um marido assim?
O termo submissão é muitas vezes mal interpretado, como se fosse um tipo de escravidão. Nada poderia estar mais longe da verdade! Nosso Senhor é a cabeça; em outras palavras, aquele que dá a direção e os meios de salvação. Ninguém exerce sua autoridade legitimamente a menos que seja para o bem de seus subordinados.
A autoridade não pode ser inventada. Ela é recebida. O Filho é enviado pelo Pai. Os Apóstolos são enviados por Nosso Senhor. Os filhos recebem seus pais da Providência. Eles não os escolhem.
Isso significa que os mais santos estão no comando? Não necessariamente. Na Sagrada Família, os mais perfeitos obedecem aos menos perfeitos: Deus feito Homem está sob as ordens de suas criaturas e a Imaculada Conceição está sujeita a São José.
A autoridade é recebida. No entanto, ela é aceita e fortalecida no coração das pessoas na medida em que serve de exemplo. Seguimos espontaneamente um líder que nos faz querer ser como ele; um líder que inspira, um líder que edifica.
Vamos aproveitar esta oportunidade para falar sobre um desafio que muitos pais enfrentam: o teletrabalho. Em teoria, essa forma de trabalho só tem vantagens: menos tempo perdido no transporte, menos fadiga e mais tempo passado com a família.
A realidade, às vezes, é menos idílica. Para ser seu próprio chefe, precisa de muita força de vontade para impor disciplina a si mesmo, com locais e horários específicos. Viajar para o trabalho lhe dá a chance de se exercitar e conhecer seus colegas. Isso é compensado pela prática de esportes e encontros com amigos? Ou será que os homens estão engordando na frente da tela, alimentando ilusões com amizades virtuais? As horas passadas em frente ao computador não fazem com que a família tenha um marido e um pai irritados no final do dia? Para as crianças, o domínio visual evoca o lazer. Que percepção de trabalho elas têm quando vêem o pai sentado em frente ao computador o dia todo? A tela não monopoliza a vida do pai a ponto de afastá-lo da vida familiar: orações, refeições, atividades de lazer, ajuda com as tarefas da casa, apoio escolar e, especialmente, com as lições do catecismo?
O que foi dito sobre os pais pode ser aplicado a qualquer usuário de telas; em outras palavras, praticamente toda a população. Vamos pensar sobre isso e nos corrigir.
Durante este ano de 2025, oremos especialmente pelas vocações. Que os mais jovens aprendam com os mais velhos a colocar Deus em primeiro lugar. Que nosso exemplo de vida cristã os encha de generosidade. O apostolado dos sacerdotes não se dá principalmente na Internet, mas por meio das horas gastas na administração dos sacramentos, na oração ou no estudo. Para os leigos também, os sacramentos, a oração e a formação são os fundamentos da vida cristã e a fonte de um apostolado frutífero.
Deus os abençoe.
Padre Jean-François Mouroux, Prior