BOLETIM DO PRIORADO PADRE ANCHIETA (SÃO PAULO/SP) E MENSAGEM DO PRIOR – SETEMBRO/24

Caros fiéis,

O mundo inteiro ficou chocado com a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos em Paris. A profanação da Última Ceia não passou despercebida. O demônio sabe como atingir o que é importante. Ele não tem fronteiras. Mal havia retornado ao Brasil, fui visitar a cidade histórica de Ouro Preto com dois membros da minha família que vieram conhecer nosso belo país. Na praça principal da cidade está o Museu da Inconfidência, instalado na antiga prisão. O museu é dedicado a um movimento de rebelião fracassado contra a coroa portuguesa em 1789. Além desse passado revolucionário, o museu apresenta muitas peças interessantes, inclusive religiosas. Mas a surpresa não era a que se esperava. Assim como as metástases de um câncer, horríveis “obras de arte” contemporâneas haviam sido espalhadas entre as peças históricas do museu. E, além de serem horríveis, eram blasfemas. Na grande escadaria central, havia um quadro sangrento da Última Ceia, caricaturando Nosso Senhor. Em uma sala, Nossa Senhora com óculos quebrados nas mãos. Mais adiante, bonés adornados com palhaços demoníacos dispostos entre relicários. Em uma cadeira, um esqueleto infantil. Diante de um tabernáculo, uma mão articulada agitava um saquinho de pó branco. Nas vitrines que exibiam objetos religiosos, haviam colado papéis: “Catequizar é doutrinar”. E para saber de onde vinha esse movimento artístico, era só ler os papéis espalhados por todo lado: “Burguesia criminosa”.

Hoje em dia, o satanismo se apresenta descaradamente. Podemos nos perguntar por que. Na França, como no Brasil, não há mais nenhuma pressão para ser católico. A Igreja praticamente não tem influência e ninguém é impedido de viver publicamente no pecado. Muito pelo contrário! Esses indivíduos, então, não teriam mais nada a reivindicar, poderíamos pensar.

Acontece que o demônio tem uma necessidade irremediável de profanar e blasfemar. Ele não suporta o que é belo e harmonioso porque é à imagem de Deus. Ele quer destruir e sujar a bela harmonia que Deus colocou na criação. Mais do que tudo, ele odeia a santidade que vem sempre de Deus. Então, deseja macular com uma fúria particular a missa e nossas almas; ou seja, a santa hóstia e os santuários vivos que a recebem.

No 9º domingo depois de Pentecostes, lemos o evangelho no qual Nosso Senhor expulsa os vendedores do templo. “A casa de meu Pai é uma casa de oração. Vos a transformastes em um covil de ladrões.” No batismo, nossos corpos e almas se tornam casas de oração, verdadeiros templos do Espírito Santo. Nosso Senhor expulsa o demônio de nós. Pelo pecado, fazemos o contrário. Deixamos entrar os demônios, que são os ladrões das nossas almas.

Nossos antecessores entenderam bem tudo isso. Por isso, desejavam que toda a sociedade fosse uma casa de oração. Catedrais e igrejas foram erguidas nos centros de nossas cidades como a vida da graça se constrói, em nossas almas, no centro da nossa existência. Calvários e oratórios foram instalados em cruzamentos e em pontos elevados para que a sabedoria divina presidisse às escolhas importantes de nossas vidas. A beleza se casava perfeitamente com a verdade; a arte com a ciência. É essa harmonia da sociedade católica que defendemos. Ela respira uma paz apreciada por todos, até mesmo pelos não-católicos que afluem em número para visitar nossas cidades, pois essa paz anuncia a paz do Céu. O demônio e seus servos estão furiosos com isso. É normal. Não nos perturbemos. Perseveremos e mantenhamos nossas vidas na harmonia de uma vida cristã fervorosa.

Que Deus os abençoe.

Padre Jean-François Mouroux, Prior

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