Fonte: Hojitas de Fe n° 134 – Tradução: Dominus Est
Já é costume da Igreja, e profundamente enraizado no povo cristão, dedicar o mês de março a São José e promover a devoção a este grande Santo, que a Igreja estabeleceu como seu Padroeiro universal. Testemunha conhecida dessa devoção é Santa Teresa de Jesus, que expõe, no capítulo 6 de seu Livro da Vida, como escolheu este Santo como seu advogado especialíssimo, e recomenda a todos que façam o mesmo, garantindo os muitos frutos e benefícios que dele obterão.
“Tomei por meu advogado e senhor o glorioso São José, encomendando-me muito a ele… Eu procurava festejá-lo com toda a solenidade … Não me lembro até hoje de ter-lhe suplicado algo que ele não tenha feito. Espantam-me muito os grandes favores que Deus me concedeu através desse bem-aventurado Santo, e os perigos, tanto do corpo como da alma, de que me livrou. Se a outros santos o Senhor parece ter concedido a graça de socorrer numa dada necessidade, a esse Santo glorioso, a minha experiência mostra que Deus permite socorrer em todas, querendo dar a entender, que São José, por ter-Lhe sido submisso na terra, na qualidade de pai adotivo, tem no céu todos os seus pedidos atendidos. O mesmo viram, por experiência própria, outras pessoas a quem aconselhei que se encomendassem a ele, também por experiência…Eu queria persuadir todos a serem devotos desse glorioso Santo, pela minha grande experiência de quantos bens ele alcança de Deus. Não conheço nenhuma pessoa que realmente lhe seja devota e a ele se dedique particularmente, que não progrida na virtude; porque ele ajuda muito as almas que a ele se encomendam. Há alguns anos, sempre lhe peço, em seu dia, alguma coisa, nunca deixando de ser atendida. Se a petição vai algo torcida, ele a endireita para maior bem meu… Só peço, pelo amor de Deus, que quem não me crê o experimente, vendo por experiência o grande bem que é encomendar-se a esse glorioso patriarca e ter-lhe devoção As pessoas de oração, em especial, deveriam ser-lhe afeiçoadas; não sei como se pode pensar na Rainha dos Anjos, no tempo em que tanta angústia passou com o Menino Jesus, sem se dar graças a São José pela ajuda que lhes prestou. Quem não encontrar mestre que ensine a rezar tome por mestre esse glorioso Santo, e não errará no caminho.”
Para encorajar esta mesma devoção ao Santo Patriarca, não há nada mais conveniente do que oferecer aos fiéis a bela devoção das Sete Dores e Alegrias de São José, que são normalmente recitadas nos sete domingos que precedem a sua festa, mas também podem ser oferecidas ao Santo para lhe implorar alguma graça, ou para o honrar no dia da sua festa.
Primeira dor e alegria
A dor: quando São José se viu perplexo por abandonar sua esposa imaculada.
Alegria: quando o Arcanjo lhe revelou o sublime mistério da Encarnação.
Oração. Ó castíssimo esposo de Maria, glorioso São José! Tão grande foi o trabalho e a angústia de vosso coração na perplexidade de abandonar vossa puríssima Esposa, tão inexplicável foi a vossa alegria quando o anjo vos revelou o sublime mistério da Encarnação.
Por esta vossa dor, e por esta vossa alegria, vos pedimos que consoleis os nossos corações agora e na nossa última agonia, com a alegria de uma vida justa e de uma morte santa semelhante à vossa, assistidos por Jesus e Maria.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória.
Segunda dor e alegria
A dor: ao ver o menino Jesus nascer em tão extrema pobreza.
A alegria: ao ouvir a harmonia do coro dos anjos e observar a glória daquela noite.
Oração. Ó felicíssimo patriarca, glorioso São José, escolhido para ser o pai adotivo do Filho de Deus feito homem! A dor que sentistes ao ver o menino Jesus nascer em tão grande pobreza transformou-se subitamente em alegria celestial ao ouvir o concerto harmonioso dos anjos e ao contemplar as maravilhas daquela noite resplandecente.
Por esta vossa dor, e por esta vossa alegria, obtende-nos a graça de que, depois do caminho desta vida, possamos ouvir os louvores dos anjos e gozar os esplendores da glória celeste.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória.
Terceira dor e alegria
A dor: quando o Menino Deus derramou sua primeira gora de sangue em sua circuncisão.
A alegria: quando impôs ao Menino o nome de Jesus.
Oração. Ó obedientíssimo executor das leis divinas, glorioso São José! O sangue preciosíssimo que o Menino Redentor derramou em sua circuncisão perfurou vosso coração; mas o nome de Jesus, que então lhe foi imposto, confortou-vos e encheu-vos de alegria.
Por esta vossa dor, e por esta vossa alegria, obtende-nos a graça de viver longe de todo pecado, a fim de expirar com alegria, com o santíssimo nome de Jesus em nossos corações e em nossos lábios.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória.
Quarta dor e alegria
Dor: a profecia de Simeão, ai anunciar os sofrimentos de Jesus e Maria.
A alegria: a previsão da salvação e gloriosa ressurreição de inúmeras almas.
Oração. Ó fidelíssimo Santo, que participastes dos mistérios da nossa redenção, glorioso São José! Se a profecia de Simeão, sobre o que Jesus e Maria haviam de padecer, também vos encheu de alegria inefável pela predição de que se seguiriam a salvação e a ressurreição de inúmeras almas.
Por esta vossa dor, e por esta vossa alegria, obtende-nos a graça de estar no número daqueles que, pelos méritos de Jesus e pela intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria, hão de ressuscitar gloriosamente.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória
Quinta dor e alegria
A dor: sua ânsia em sustentar e servir ao Filho do Altíssimo, especialmente na fuga para o Egito.
A alegria: ter sempre consigo o próprio Deus e ver a queda dos ídolos do Egito.
Oração. Ó vigilantíssimo guardião, familiar íntimo do Filho de Deus encarnado, glorioso São José! Quanto sofrestes para sustentar e servir ao Filho do Altíssimo, principalmente quando tivestes que fugir para o Egito! Mas quão grande foi também a sua alegria, tendo sempre convosco o próprio Deus, e vendo os ídolos do Egito caírem por terra!
Por esta vossa dor, e por esta voss alegria, obtende-nos a graça de afastar para sempre de nós a tirania infernal, sobretudo fugindo das ocasiões perigosas, e arrancar de nossos corações todo ídolo de afeição terrena, para que, ocupados em servir a Jesus e Maria, vivamos tão somente para eles e morramos alegremente em vosso amor.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória.
Sexta dor e alegria
A dor: ao regressar a Nazaré por medo de Arquelau.
A alegria: ao ser tranquilizado pelo anjo e se estabelecer em Nazaré.
Oração. Ó anjo da terra, glorioso São José, que pudestes admirar o Rei dos céus submetido aos vossos mínimos mandatos! Embora a alegria de trazê-lo do Egito tenha sido perturbada pelo medo de Arquelau, no entanto, logo tranquilizado pelo anjo, vivestes ditoso em Nazaré.
Por esta vossa dor, e por esta vossa alegria, obtende-nos a graça de banir de nossos corações todo temor nocivo, de possuir a paz de consciência, de viver seguros com Jesus e Maria, e também morrer assistido por eles.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória.
Sétima dor e alegria
A dor: ao perder, sem culpa, o Menino Jesus e procurá-lo com angústia durante três dias.
A alegria: ao encontrá-lo no meio dos doutores no templo.
Oração. Ó exemplar de toda santidade, glorioso São José! Perdido, sem culpa, o Menino Jesus, O procurastes por três dias em profunda dor, até que, cheio de alegria, o encontrastes no templo, no meio dos doutores.
Por esta vossa dor, e por esta vossa alegria, pedimos-vos de todo o coração que intercedais em nosso favor para que nunca percamos Jesus por nenhum pecado grave; mas, se por infortúnio O perdermos, concedei-nos procurá-lo com tal dor, que não encontremos descanso até que O encontremos benigno, sobretudo na nossa morte, a fim de que possamos gozá-Lo no céu e cantar eternamente convosco Suas misericórdias divinas.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória.